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15/12/2006
-
22h24
da Folha Online
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, despediu-se nesta sexta-feira de seu cargo, pouco mais de um mês após ter renunciado depois da derrota republicana nas eleições legislativas americanas de novembro. A cerimônia de despedida de Rumsfeld foi marcada por grandes demonstrações de apoio por parte do presidente dos EUA, George W. Bush.
Embora Rumsfeld saia do posto como um dos membros do governo mais criticados pela opinião pública, na cerimônia realizada no Pentágono para sua despedida o clima era de elogios e aplausos. Rumsfeld se viu obrigado a voltar à tribuna para agradecer à demonstração de carinho dos presentes.
Bush, em seu discurso no evento, disse que Rumsfeld serviu ao país com "distinção" e, nos últimos seis anos, "levou a cabo uma das campanhas militares mais inovadoras da história dos conflitos modernos" --o conflito no Afeganistão.
Surpreendidos pelos elogios, jornalistas presentes questionaram: "Se ele é tão fantástico, por que tem que ir embora?".
Renúncia
Bush anunciou a saída de Rumsfeld no dia 8 de novembro, apenas um dia depois de os democratas tomaram dos republicanos a maioria do Congresso nas eleições legislativas. O novo Congresso liderado pelos democratas inicia seus trabalhos em janeiro.
Os democratas, antes das eleições, pediram a saída de Rumsfeld em diversas ocasiões. O ex-secretário de Defesa era considerado por eles um dos principais responsáveis pelo fracasso da campanha militar na guerra no Iraque.
O sucessor de Rumsfeld, Robert Gates (ex-diretor da CIA), terá a responsabilidade de iniciar uma mudança de estratégia no Iraque que permita o eventual retorno dos cerca de 150 mil soldados americanos que estão no país árabe. Questionado pelo Congresso, Gates admitiu recentemente que o Exército dos EUA está perdendo a Guerra do Iraque.
Bush disse que anunciará esta mudança de estratégia num discurso após o Natal. O próprio Rumsfeld ressaltou hoje que, neste momento, estão sendo tomadas "as decisões corretas para que as futuras gerações não tenham que tomar decisões muito mais difíceis que as atuais".
Em sua cerimônia de despedida, o chefe do Pentágono disse que, no mundo atual, há "amigos e aliados", mas que, "infelizmente e sendo realista", esses "amigos e aliados" têm "recursos e investimentos em defesa decadentes", e, como conseqüência, "maiores vulnerabilidades".
"Tudo isso exige que os EUA invistam mais", acrescentou.
Falcão
Considerado um homem brilhante por membros do governo Bush, Rumsfeld faz parte do núcleo duro que se formou em torno do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney --os chamados "falcões"--, que compartilham uma visão mais unilateral dentro das relações internacionais.
Cheney, presente na cerimônia de hoje, disse que foi um "chefe exigente", mas que aprendeu muito com seu subordinado.
Ele ressaltou que, com Rumsfeld no Pentágono, os EUA eliminaram "duas ditaduras que defendiam o terrorismo, libertando 50 milhões de pessoas da tirania".
Carreira
A carreira de Rumsfeld começou como aviador dentro da Marinha dos EUA. Em pouco tempo, ele se deixou atrair pela política, e em 1962, com 30 anos, já tinha sido eleito legislador.
Rumsfeld deixou o Congresso em 1969 para ocupar inúmeros cargos de confiança e de alto escalão na administração do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.
Em 1973, foi enviado a Bruxelas como embaixador na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e voltou a Washington com o presidente Gerald Ford, que o nomeou primeiro-chefe de seu escritório de transição e, depois, chefe de gabinete.
Após a derrota eleitoral de Ford para o democrata Jimmy Carter, Rumsfeld passou a dirigir várias grandes empresas e trabalhou num banco de investimentos como assessor especial.
No entanto, nunca esteve muito longe dos corredores do poder, e, durante a administração de Ronald Reagan, foi assessor especial para o Oriente Médio e o controle de armas.
Rumsfeld, 74, foi até hoje o secretário de Defesa mais velho que os EUA já teve. Ele também já foi o mais novo a ocupar o cargo (com 43 anos), o que aconteceu entre 1975 e 1977, durante o mandato de Gerald Ford.
Sucessor
Robert Michael Gates, 63, já foi confirmado pela Casa Branca como sucessor de Rumsfeld.
Gates foi funcionário da CIA [inteligência] por mais de dez anos e ocupou a chefia da agência entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush [pai].
Nascido no Kansas, Gates formou-se em História pela Universidade de Indiana, em 1966, e especializou-se em História Russa e Soviética na Universidade de Georgetown, em 1974.
Durante sua graduação, passou a trabalhar na CIA como analista de inteligência. Em 1987, foi indicado como diretor da central de inteligência, mas não chegou a ocupar o cargo devido à oposição do Senado.
Entre março e agosto de 1989, ocupou o cargo de assistente de assuntos de segurança nacional. De agosto de 1989 a novembro de 1991, foi assessor de segurança nacional.
Em maio deste mesmo ano, foi indicado pela segunda vez por Bush para assumir a chefia da CIA e, desta vez, foi aceito pelo Senado. Durante seus 26 anos de carreira, passou quase nove anos no Conselho de Segurança Nacional, durante os quais assessorou quatro presidentes.
Em 1996, após deixar a CIA, escreveu um livro de memórias. Em 2002, tornou-se presidente da Universidade Texas A&M.
Com Efe
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, despediu-se nesta sexta-feira de seu cargo, pouco mais de um mês após ter renunciado depois da derrota republicana nas eleições legislativas americanas de novembro. A cerimônia de despedida de Rumsfeld foi marcada por grandes demonstrações de apoio por parte do presidente dos EUA, George W. Bush.
Embora Rumsfeld saia do posto como um dos membros do governo mais criticados pela opinião pública, na cerimônia realizada no Pentágono para sua despedida o clima era de elogios e aplausos. Rumsfeld se viu obrigado a voltar à tribuna para agradecer à demonstração de carinho dos presentes.
Bush, em seu discurso no evento, disse que Rumsfeld serviu ao país com "distinção" e, nos últimos seis anos, "levou a cabo uma das campanhas militares mais inovadoras da história dos conflitos modernos" --o conflito no Afeganistão.
Surpreendidos pelos elogios, jornalistas presentes questionaram: "Se ele é tão fantástico, por que tem que ir embora?".
Renúncia
Bush anunciou a saída de Rumsfeld no dia 8 de novembro, apenas um dia depois de os democratas tomaram dos republicanos a maioria do Congresso nas eleições legislativas. O novo Congresso liderado pelos democratas inicia seus trabalhos em janeiro.
Os democratas, antes das eleições, pediram a saída de Rumsfeld em diversas ocasiões. O ex-secretário de Defesa era considerado por eles um dos principais responsáveis pelo fracasso da campanha militar na guerra no Iraque.
O sucessor de Rumsfeld, Robert Gates (ex-diretor da CIA), terá a responsabilidade de iniciar uma mudança de estratégia no Iraque que permita o eventual retorno dos cerca de 150 mil soldados americanos que estão no país árabe. Questionado pelo Congresso, Gates admitiu recentemente que o Exército dos EUA está perdendo a Guerra do Iraque.
Bush disse que anunciará esta mudança de estratégia num discurso após o Natal. O próprio Rumsfeld ressaltou hoje que, neste momento, estão sendo tomadas "as decisões corretas para que as futuras gerações não tenham que tomar decisões muito mais difíceis que as atuais".
Em sua cerimônia de despedida, o chefe do Pentágono disse que, no mundo atual, há "amigos e aliados", mas que, "infelizmente e sendo realista", esses "amigos e aliados" têm "recursos e investimentos em defesa decadentes", e, como conseqüência, "maiores vulnerabilidades".
"Tudo isso exige que os EUA invistam mais", acrescentou.
Falcão
Considerado um homem brilhante por membros do governo Bush, Rumsfeld faz parte do núcleo duro que se formou em torno do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney --os chamados "falcões"--, que compartilham uma visão mais unilateral dentro das relações internacionais.
Cheney, presente na cerimônia de hoje, disse que foi um "chefe exigente", mas que aprendeu muito com seu subordinado.
Ele ressaltou que, com Rumsfeld no Pentágono, os EUA eliminaram "duas ditaduras que defendiam o terrorismo, libertando 50 milhões de pessoas da tirania".
Carreira
A carreira de Rumsfeld começou como aviador dentro da Marinha dos EUA. Em pouco tempo, ele se deixou atrair pela política, e em 1962, com 30 anos, já tinha sido eleito legislador.
Rumsfeld deixou o Congresso em 1969 para ocupar inúmeros cargos de confiança e de alto escalão na administração do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.
Em 1973, foi enviado a Bruxelas como embaixador na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e voltou a Washington com o presidente Gerald Ford, que o nomeou primeiro-chefe de seu escritório de transição e, depois, chefe de gabinete.
Após a derrota eleitoral de Ford para o democrata Jimmy Carter, Rumsfeld passou a dirigir várias grandes empresas e trabalhou num banco de investimentos como assessor especial.
No entanto, nunca esteve muito longe dos corredores do poder, e, durante a administração de Ronald Reagan, foi assessor especial para o Oriente Médio e o controle de armas.
Rumsfeld, 74, foi até hoje o secretário de Defesa mais velho que os EUA já teve. Ele também já foi o mais novo a ocupar o cargo (com 43 anos), o que aconteceu entre 1975 e 1977, durante o mandato de Gerald Ford.
Sucessor
Robert Michael Gates, 63, já foi confirmado pela Casa Branca como sucessor de Rumsfeld.
Gates foi funcionário da CIA [inteligência] por mais de dez anos e ocupou a chefia da agência entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush [pai].
Nascido no Kansas, Gates formou-se em História pela Universidade de Indiana, em 1966, e especializou-se em História Russa e Soviética na Universidade de Georgetown, em 1974.
Durante sua graduação, passou a trabalhar na CIA como analista de inteligência. Em 1987, foi indicado como diretor da central de inteligência, mas não chegou a ocupar o cargo devido à oposição do Senado.
Entre março e agosto de 1989, ocupou o cargo de assistente de assuntos de segurança nacional. De agosto de 1989 a novembro de 1991, foi assessor de segurança nacional.
Em maio deste mesmo ano, foi indicado pela segunda vez por Bush para assumir a chefia da CIA e, desta vez, foi aceito pelo Senado. Durante seus 26 anos de carreira, passou quase nove anos no Conselho de Segurança Nacional, durante os quais assessorou quatro presidentes.
Em 1996, após deixar a CIA, escreveu um livro de memórias. Em 2002, tornou-se presidente da Universidade Texas A&M.
Com Efe
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