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18/12/2006 - 22h41

Após morte de membro do Fatah, violência continua em Gaza

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da Folha Online

Membros do Fatah e do Hamas trocaram tiros na Cidade de Gaza na noite desta segunda-feira, aumentando as tensões entre os dois grupos horas após a morte de um integrante do Fatah. Não ficou claro se os novos confrontos deixaram vítimas, segundo o jornal israelense "Haaretz".

Também nesta segunda-feira, o porta-voz do braço armado do Hamas anunciou a libertação de Sufyan Abu Zaida, membro do Fatah que havia sido seqüestrado no norte da faixa de Gaza.

Como represália à ação, o Fatah havia seqüestrado 11 militantes do Hamas e ameaçavam matar três deles caso Zaida não fosse libertado. Segundo fontes do Fatah, o Hamas teria exigido a soltura do líder Emad Deeb em troca da libertação de Zaida.

Mohammed Saber/Efe
Forças de segurança ligadas ao Fatah se posicionam em local próximo da faixa de Gaza
Forças de segurança ligadas ao Fatah se posicionam em local próximo da faixa de Gaza
Anteriormente, membros Fatah anunciaram a morte a tiros do integrante do Fatah Ahmed Ziyada, 21, no campo de refugiados de Jabalyia, no norte de Gaza, em um ataque que feriu outras três pessoas. O Fatah apontou integrantes do Hamas como responsáveis pelo ataque.

Ainda nesta segunda-feira, uma jovem de 19 anos tornou-se a primeira civil a morrer nos confrontos entras as duas facções desde que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou a antecipação das eleições palestinas, no sábado (16).

O premiê palestino, Ismail Haniyeh, disse que o Hamas não participará de eleições antecipadas. Hoje, em declarações à televisão egípcia, Abbas afirmou que Haniyeh 'carece de sensatez política', pois não conseguiu o apoio da comunidade internacional, enquanto o povo palestino está imerso em uma grave crise econômica e de segurança.

Nas últimas horas, sete palestinos foram feridos a tiros durante uma manifestação de apoio à ANP, no campo de refugiados de Jabaliya (norte de Gaza), segundo informações de fontes médicas.

Disputa

O Hamas e o Fatah deram início a uma disputa de poder desde a vitória do Hamas nas eleições legislativas de 25 de janeiro. O Fatah --ligado a Abbas-- controla a Presidência da ANP, enquanto o Hamas controla o Parlamento dominando grande parte das funções de governo.

O mais recente confronto teve início depois que três filhos de um membro das forças de segurança do Fatah foram assassinados na semana passada. No sábado (16), Abbas anunciou que irá convocar eleições para dar fim ao impasse no controle do governo palestino.

Após protestos de ambas as facções, os ânimos pareceram se acalmar nesta segunda-feira, apesar de a violência continuar em Gaza.

Na Cidade de Gaza, cerca de 20 membros mascarados dos dois partidos entraram em confronto, matando um adolescente de 16 anos que foi atingido por uma bala perdida.

Em outro episódio violento, um grupo armado feriu gravemente um integrante do Fatah a tiros. Membros do Hamas atearam fogo na loja do irmão de um líder local do Fatah no norte de Gaza, e seqüestraram um segundo irmão do mesmo líder.

Um legislador do Fatah também teve o irmão seqüestrado, segundo fontes oficiais

Em resposta, seguidores do Fatah queimaram um escritório do Hamas e seqüestraram um líder local do partido. No entano, a violência foi menor que nos últimos dias, marcados por uma tentativa de assassinato contra Haniyeh e um ataque com morteiro contra o escritório de Abbas.

Ruas vazias

As ruas de Gaza estavam desertas nesta segunda-feira, especialmente no bairro Rimal, que, neste domingo, foi palco dos incidentes mais intensos, que causaram a morte de três pessoas. Alguns ministérios, ocupados pelo Fatah, e sedes de instituições públicas ficam situadas neste bairro.

Poucas lojas abriram na manhã desta segunda-feira em Gaza e algumas delas atenderam os clientes por telefone ou no interior de suas dependências.

Horas antes do anúncio de trégua, fontes palestinas informaram que supostos membros do Hamas mataram o coronel Hamdi Rameh, do Fatah, em resposta ao seqüestro de membros do Hamas, que teriam sido levado a cabo por partidários de Abbas.

O porta-voz do partido político do Fatah, Tawfik Abu Joussa, disse que o acordo de trégua visa deter a violência em Gaza. "O Fatah está tentando controlar suas forças. Esperamos que o cessar-fogo se mantenha, porque temos grande interesse em barrar os conflitos".

Em declarações a jornalistas, o premiê palestino prometeu respeitar o cessar-fogo. Mas fontes do Hamas citadas pela agência de notícias Reuters disseram que o acordo depende do compromisso de ambas as partes em retomar as negociações para formar um governo de coalizão, interromper as ações armadas, impor o retorno de seus homens armados a seus quartéis e da libertação dos membros do Hamas tomados como reféns.

Visita

Os novos registros de violência desta segunda-feira coincidem com a visita à região do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que tenta conseguir um acordo entre palestinos e israelenses.

Blair voltou a demonstrar seu apoio à criação de um Estado Palestino e pediu o apoio da comunidade internacional a Abbas. "Neste momento crítico, [comunidade internacional] apóie o presidente da ANP porque ninguém pode impedir que se façam progressos na busca de uma solução de dois Estados no Oriente Médio, o de Israel e a Palestina", disse.

Em coletiva de imprensa ao lado de Blair, Abbas afirmou que a violência "não o impedirá de ir em frente com as eleições presidenciais e legislativas". "Queremos avaliar o desejo da população. O povo palestino confia naqueles que foram eleitos", questionou Abbas.

Abbas também afirmou estar disposto a se reunir com o premiê israelense, Ehud Olmert, a qualquer momento. "Nós [palestinos e israelenses] precisamos uns dos outros", afirmou Abbas.

Com agências internacionais

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