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26/12/2006 - 14h30

Corte confirma sentença e pode executar Saddam Hussein em 30 dias

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da Folha Online

A corte de apelações do Iraque confirmou nesta terça-feira a sentença que condenou o ex-ditador Saddam Hussein à morte pela forca. Saddam será enforcado por seus crimes contra a humanidade, segundo afirmou hoje o líder do Tribunal Penal Iraquiano.

O líder do tribunal, o juiz Aref Abdul Razzaq al Shahin, disse durante uma entrevista coletiva hoje em Bagdá que a sentença de morte contra Saddam deverá ser executada em cerca de 30 dias. "A corte de apelações aprovou a sentença de morte. Eles [o governo] têm o direito de escolher a data, em até 30 dias a partir de amanhã. Depois de 30 dias será obrigatório executar a sentença", afirmou.

21.dez.2006/Reuters
A sentença contra o ex-ditador Saddam Hussein poderá ser executada em 30 dias
A sentença contra o ex-ditador Saddam Hussein poderá ser executada em 30 dias
Saddam, 69, e dois outros réus, incluindo seu meio-irmão, foram condenados à morte em 5 de novembro por crimes contra a humanidade, relacionados ao assassinato de 148 xiitas da cidade de Dujail depois do fracasso de um complô para matar o ex-ditador em 1982.

Especialistas em direitos humanos da ONU pediram ao governo iraquiano que não execute a sentença. Eles afirmam que o julgamento contra o ex-ditador foi carregado de erros.

O meio-irmão de Saddam, Barzan al Tikriti, e o ex-juiz Awad al Bander também foram condenados à morte por sua participação nos assassinatos, assim como na tortura e deportação de centenas de moradores de Dujail. A corte também rejeitou a apelação e manteve as sentenças dos dois ex-colaboradores de Saddam.

Outras acusações

Saddam Hussein enfrenta atualmente seu segundo julgamento, ao lado de seis outros réus, pelo genocídio contra os curdos durante a campanha militar de Al Anfal, realizada no norte do Iraque no final dos anos 1980.

O líder da corte iraquiana disse que, mesmo se Saddam for executado antes do final deste segundo julgamento, as sessões prosseguiriam sem sua presença. As audiências estão paralisadas no momento, e o julgamento deverá recomeçar no dia 8 de janeiro.

Os advogados de Saddam alegam que a Operação Anfal era uma ação militar legal contra as milícias curdas que lutavam ao lado do Irã na guerra entre os dois países, entre 1980 e 1988. Cerca de 180 mil curdos morreram na operação.

Muitos especialistas em direitos humanos argumentam que o ex-ditador não poderia ter um julgamento imparcial no Iraque, que está assolado pela violência sectária entre xiitas e sunitas.

Violência

Nesta terça-feira, mais de 30 iraquianos morreram vítimas da violência em Bagdá. No distrito de Adhamiya, no oeste da capital, 15 pessoas morreram em explosões de bombas. A região é predominantemente sunita.

Mais cedo, três explosões simultâneas de carros-bomba no sudoeste de Bagdá mataram ao menos 15 pessoas, segundo informações oficiais. Cerca de 35 pessoas também ficaram feridas nas explosões.

As três explosões simultâneas ocorreram em um cruzamento movimentado no distrito de Bayaa, um bairro predominantemente xiita. Médicos do Yarmouk Hospital, que receberam as vítimas, relataram que ao menos 25 pessoas morreram e cerca de 55 ficaram feridas, um número bem maior do que o anunciado oficialmente pela polícia local.

Mortes ultrapassam WTC

Ainda hoje, o Exército dos Estados Unidos informou que três soldados americanos morreram em outra explosão na capital do Iraque.

No noroeste da cidade, uma bomba explodiu sob o carro de uma patrulha do Exército dos EUA e matou os três militares americanos, segundo o Exército. Pouco antes, os EUA anunciavam a morte de outros três soldados, vitimados por dois incidentes separados no sudoeste de Bagdá.

As mortes desta terça-feira elevam para ao menos 2.975 o número de militares americanos mortos no Iraque desde a invasão do país, em 2003 (de acordo com o cálculo da agência de notícias Associated Press, com base em números do Pentágono).

O número já é maior do que o de mortos oficiais dos atentados contra o World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, quando foram contabilizadas 2.973 vítimas.

Com agências internacionais

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