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28/12/2006 - 07h49

Explosões de três bombas matam 23 civis em Bagdá

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da Folha Online

Um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prever que a violência no Iraque deverá se intensificar ainda mais após a morte do ex-ditador Saddam Hussein, três bombas foram detonadas na capital do país e provocaram a morte de ao menos 23 pessoas nesta quinta-feira.

A confirmação da sentença de Saddam à morte por enforcamento foi anunciada na última terça-feira (26) e publicada oficialmente pela corte de apelações iraquiana hoje.

Duas bombas explodiram pouco depois das 10h (5h pelo horário de Brasília) em frente a um parque na região South Gate.

Reuters
Iraquianos observam local onde duas bombas explodiram hoje em Bagdá
Iraquianos observam local onde duas bombas explodiram hoje em Bagdá
A polícia local estimou que nove civis morreram e cerca de 43 ficaram feridos nestas explosões. South Gate é uma área com grande movimento de pedestres e pessoas fazendo compras.

Outra bomba explodiu perto do estádio Sha'ab, no leste de Bagdá. O artefato foi detonado sob um carro e matou 12 civis. Outros 26 ficaram feridos. A explosão atingiu um grupo de pessoas que faziam fila para comprar querosene.

No leste de Bagdá, um ataque direcionado contra uma patrulha de polícia errou o alvo e provocou a morte de dois civis, de acordo com forças de segurança locais. Outras quatro pessoas feridas foram levadas para o hospital Yarmouk.

Soldados mortos

Ainda nesta quinta-feira, o Exército dos EUA comunicou que três soldados americanos morreram vítimas de bombas detonadas em estradas no Iraque. Dois deles morreram quando uma bomba explodiu perto de onde faziam uma ronda a pé, e o terceiro foi morto em um atentado à bomba no leste da capital iraquiana.

Com 98 soldados americanos mortos até o momento só em dezembro, este se tornou o segundo mês mais mortífero de 2006 para as tropas dos EUA. Em outubro, recordista de mortes entre os soldados americanos neste ano, 105 soldados morreram.

Ao menos 2.986 membros do Exército americano morreram desde o início da Guerra do Iraque, em março de 2003, de acordo com uma contagem feita pela agência de notícias Associated Press com base em números do Pentágono.

O número inclui sete civis que prestavam serviços para o Exército. Estima-se que 2.391 militares morreram como resultado de ações hostis no Iraque.

Prisão

Também nesta quinta-feira, forças de segurança iraquianas prenderam, com o apoio de tropas americanas, um suspeito de ser líder de uma célula terrorista no sul de Bagdá.

A informação foi divulgada hoje pelo Exército dos EUA. Os militares acusam o suspeito de ser responsável pelo seqüestro de dois soldados americanos de um posto de controle em junho último.

Os dois soldados foram posteriormente encontrados mortos. Eles haviam sido torturados.

Surto de violência

Nesta quarta-feira (27), a Casa Branca disse esperar a explosão de novos atos de violência por parte de partidários de Saddam Hussein com o enforcamento de seu líder.

A eventualidade de violência ligada à execução de Saddam "é, certamente, algo de que as forças multinacionais e as forças iraquianas estão conscientes", declarou o porta-voz da Casa Branca Scott Stanzel, em Crawford (Texas, sul dos EUA), onde o presidente George W. Bush passa os últimos dias do ano.

Saddam Hussein, condenado pela execução de 148 civis xiitas na década de 80 em represália a um atentado contra o comboio presidencial, pode ser enforcado a qualquer momento.

Stenzel negou que o governo americano esteja envolvido na decisão sobre a data da execução.

Ontem, o ex-vice-primeiro-ministro iraquiano, Tarek Aziz, afirmou que deseja testemunhar no caso Anfal, sobre a repressão aos curdos, antes da execução de Saddam. Por sua responsabilidade no genocídio contra os curdos, Saddam enfrenta atualmente seu segundo julgamento. A corte de apelações afirmou, no entanto, que o ex-ditador deverá ser enforcado antes da conclusão deste novo processo.

"Aziz pediu para testemunhar no caso Anfal antes da execução da condenação à morte de Saddam Hussein, e este é também o desejo de Saddam Hussein", declarou Aref Ezzat durante um telefonema à agência de notícias France Presse.

"Aziz me disse que tinha informações muito importantes que ele gostaria de esclarecer e divulgar para o mundo", disse seu advogado. "Essas informações vão provocar um grande embaraço no país e no exterior."

Anfal

Tarek Aziz, 70, que foi o porta-voz do presidente deposto Saddam Hussein na cena internacional, rendeu-se às tropas americanas em abril de 2003. Ele está desde então preso, e sua família pede freqüentemente sua libertação por causa da deterioração de seu estado de saúde.

Saddam Hussein e seis de seus ex-tenentes são julgados desde 21 de agosto por sua responsabilidade nas campanhas militares de Anfal, em 1987-1988, durante as quais mais de 180.000 curdos foram mortos, segundo a acusação.

O ex-ditador já foi condenado à morte por enforcamento no dia 5 de novembro pela execução de 148 moradores xiitas de Dujail, nos anos 80, em represália a um atentado contra o comboio presidencial.

Esta condenação foi ratificada nesta terça-feira pela Corte de apelação do Alto Tribunal Penal iraquiano e a sentença deve ser executada nos próximos 30 dias.

Com Associated Press

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