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28/12/2006 - 13h45

Mais de 20 civis morrem no Iraque em episódios de violência

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da Folha Online

Um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prever que a violência no Iraque deverá se intensificar ainda mais após a morte do ex-ditador Saddam Hussein, explosões e ataques a tiros pelo país provocaram a morte de mais de 20 pessoas nesta quinta-feira.

Na região de Bab al Sharji, no centro de Bagdá, ao menos sete pessoas morreram e 35 ficaram feridas na explosão de duas bombas, segundo informações oficiais do Ministério do Interior iraquiano.

Reuters
Iraquianos observam local onde duas bombas explodiram hoje em Bagdá
Iraquianos observam local onde duas bombas explodiram hoje em Bagdá
Uma terceira bomba explodiu hoje em um posto de combustíveis próximo ao estádio Sha'ab, também no centro da capital.

Nesta explosão, ao menos 10 pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas. A explosão atingiu um grupo de pessoas que faziam fila para comprar querosene.

No leste de Bagdá, um ataque direcionado contra uma patrulha de polícia errou o alvo e provocou a morte de dois civis, de acordo com forças de segurança locais. Outras quatro pessoas feridas foram levadas para o hospital Yarmouk.

Nesta quarta-feira, um total de 51 cadáveres foram encontrados em diferentes distritos da capital, segundo oficiais do Ministério do Interior.

Tiroteios

Em Tikrit, homens armados atacaram um posto de controle de segurança iraquiano e mataram dois soldados. Uma pessoa ficou ferida. Tikrit fica a 175 km ao norte de Bagdá.

Na cidade petrolífera de Kirkuk, quatro homens armados usando uniformes do Exército do Iraque atiraram contra um policial, matando-o. Outro policial ficou gravemente ferido. A polícia local afirma que o grupo armado foi detido após o ataque.

Em Baquba, grupos armados em carros passaram atirando contra um capitão de polícia local, que morreu. Dois policiais ficaram feridos. Baquba fica a 65 km ao norte de Bagdá.

Soldados mortos

Ainda nesta quinta-feira, o Exército dos EUA comunicou que cinco militares americanos morreram vítimas de bombas detonadas em vias estradas no Iraque desde esta quarta-feira.

Com 100 soldados americanos mortos até o momento só em dezembro, este se tornou o segundo mês mais mortífero de 2006 para as tropas dos EUA. Em outubro, recordista de mortes entre os soldados americanos até o momento neste ano, 105 soldados morreram.

Ao menos 2.988 membros do Exército americano morreram desde o início da Guerra do Iraque, em março de 2003, de acordo com uma contagem feita pela agência de notícias Associated Press com base em números do Pentágono.

Prisão

Também nesta quinta-feira, forças de segurança iraquianas anunciaram a prisão, com o apoio de tropas americanas, um suspeito de ser líder de uma célula terrorista no sul de Bagdá.

A informação foi divulgada hoje pelo Exército dos EUA. Os militares acusam o suspeito de ser responsável pelo seqüestro de dois soldados americanos de um posto de controle em junho último.

Os dois soldados foram posteriormente encontrados mortos. Eles haviam sido torturados. A prisão do suspeito foi feita na cidade de Yusifiya, 15 km ao sul de Bagdá.

Surto de violência

Nesta quarta-feira (27), a Casa Branca disse esperar a explosão de novos atos de violência por parte de partidários de Saddam Hussein com o enforcamento de seu líder. Hoje, esgotaram-se os recursos de Saddam contra a execução após o tribunal negar um pedido de seu advogado para reconsiderar a sentença.

A eventualidade de violência ligada à execução de Saddam "é, certamente, algo de que as forças multinacionais e as forças iraquianas estão conscientes", declarou o porta-voz da Casa Branca Scott Stanzel, em Crawford (Texas, sul dos EUA), onde o presidente George W. Bush passa os últimos dias do ano.

Saddam Hussein, condenado pela execução de 148 civis xiitas na década de 80 em represália a um atentado contra o comboio presidencial, pode ser enforcado a qualquer momento.

Stenzel negou que o governo americano esteja envolvido na decisão sobre a data da execução.

Ontem, o ex-vice-primeiro-ministro iraquiano, Tarek Aziz, afirmou que deseja testemunhar no caso Anfal, sobre a repressão aos curdos, antes da execução de Saddam. Por sua responsabilidade no genocídio contra os curdos, Saddam enfrenta atualmente seu segundo julgamento. A corte de apelações afirmou, no entanto, que o ex-ditador deverá ser enforcado antes da conclusão deste novo processo.

"Aziz pediu para testemunhar no caso Anfal antes da execução da condenação à morte de Saddam Hussein, e este é também o desejo de Saddam Hussein", declarou Aref Ezzat durante um telefonema à agência de notícias France Presse.

"Aziz me disse que tinha informações muito importantes que ele gostaria de esclarecer e divulgar para o mundo", disse seu advogado. "Essas informações vão provocar um grande embaraço no país e no exterior."

Anfal

Tarek Aziz, 70, que foi o porta-voz do presidente deposto Saddam Hussein na cena internacional, rendeu-se às tropas americanas em abril de 2003. Ele está desde então preso, e sua família pede freqüentemente sua libertação por causa da deterioração de seu estado de saúde.

Saddam Hussein e seis de seus ex-tenentes são julgados desde 21 de agosto por sua responsabilidade nas campanhas militares de Anfal, em 1987-1988, durante as quais mais de 180.000 curdos foram mortos, segundo a acusação.

O ex-ditador já foi condenado à morte por enforcamento no dia 5 de novembro pela execução de 148 moradores xiitas de Dujail, nos anos 80, em represália a um atentado contra o comboio presidencial.

Esta condenação foi ratificada nesta terça-feira pela Corte de apelação do Alto Tribunal Penal iraquiano e publicada oficialmente hoje. A sentença deve ser executada até o final de janeiro.

Com Reuters

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