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30/12/2006
-
11h51
da Reuters
da Folha Online
Saddam Hussein, 69, foi enforcado por volta de 1h deste sábado (horário de Brasília), em Bagdá, em cumprimento à execução imposta pela morte de 148 xiitas em 1982. Ele governou o Iraque de 1979 a 2003, quando caiu após invasão de tropas norte-americanas no país. Conseguiu fugir, mas foi capturado em dezembro daquele ano e, desde então, respondia a processos por genocídio.
Saddam foi acusado por americanos de desenvolver e armazenar armas de destruição em massa, fato que nunca ficou comprovado.
Analistas e autoridades internacionais questionaram a legitimidade e os métodos do julgamento de Saddam. No Brasil, o Itamaraty criticou a pena de morte imposta.
A imprensa internacional dedicou grandes manchetes para a execução do ditador, que despertou críticas tanto ao regime no Iraque quanto à invasão americana que detonou a guerra no país.
A morte de Saddam despertou também reações em líderes de todo o mundo. Enquanto alguns comemoram a morte, outros condenam sua execução em meio a protestos contra a pena de morte.
Veja a seguir algumas das principais reações sobre a execução:
Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que "fazer justiça para Saddam Hussein não porá um fim à violência no Iraque, mas é um importante marco no processo do Iraque em se tornar uma democracia que pode governar, sustentar, e defender a si própria".
Reino Unido
A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido disse que "é bem-vindo o fato de que Saddam Hussein foi julgado por uma corte iraquiana por ao menos alguns dos terríveis crimes que cometeu contra o povo do Iraque. Agora, ele foi responsabilizado por seus atos".
União Européia
O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Erkki Tuomioja, que atualmente é o presidente da União Européia, condenou a pena de morte: "A União Européia tem uma posição muito consistente de oposição à pena de morte, a qual não deveria ter sido aplicada nesse caso --embora não haja dúvida sobre a culpa de Saddam Hussein em diversas violações sérias dos direitos humanos".
Líbia
A Líbia decretou luto oficial por três dias, colocando bandeiras a meio mastro e cancelando as comemorações do Eid al-Adha, um dos dois mais importantes feriados para o islamismo.
França
O Ministério das Relações Exteriores da França divulgou um comunicado reafirmando defender a abolição universal da pena de morte. "Saddam Hussein foi executado. Essa decisão pertence ao povo iraquiano e à autoridade soberana do Iraque. A França pede a todos os iraquianos que mirem o futuro e trabalhem pela reconciliação e unidade nacionais. Mais do que nunca, o objetivo deve ser a volta da total soberania e estabilidade do Iraque."
Rússia
Para o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, "infelizmente, repetidas solicitações de representantes de vários países e organizações internacionais para que as autoridades iraquianas não apliquem a pena de morte não foram ouvidas".
"As conseqüências políticas desse passo deveriam ter sido levadas em conta", disse o porta-voz do ministério, Mikhail Kamynin. "O país está mergulhado na violência e está no topo da escala de conflito civil. A execução de Saddam Hussein pode levar a um agravamento da atmosfera política-militar e a um aumento da tensão ética e religiosa."
Alemanha
O governo alemão disse que tratar dos crimes cometidos sob o regime anterior é "uma contribuição importante para a reconciliação e o diálogo nacional no Iraque", mas ressaltou ser contra a pena de morte.
Espanha
Embora Saddam tenha sido responsável por "gravíssimas violações dos direitos humanos" e tenha provocado "situações trágicas e de grande sofrimento" a seu povo, o governo espanhol, "coerentemente com sua posição e a da União Européia contra a pena de morte, lamenta a execução do ditador iraquiano Saddam Hussein", diz comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação. "O governo espanhol reafirma o apoio e a plena vontade de colaboração com as autoridades legítimas iraquianas, assim como seu compromisso a favor de um Iraque soberano, unido, democrático e estável, que permita avanços no processo de reconciliação e reconstrução nacional."
Austrália
Alexander Downer, ministro do Exterior da Austrália, afirmou que "o povo do Iraque agora sabe que seu brutal ditador nunca mais retornará para liderá-los".
O primeiro-ministro John Howard comentou que a execução era significativa porque os iraquianos deram ao ditador um julgamento justo. "Acredito que há algo de heróico em um país que que está atravessando a dor e o sofrimento que o Iraque está sofrendo, dando ainda o devido julgamento a alguém que foi um tirano e um brutal opressor e assassino do seu povo", disse. "Esse é um marco para um país que está tentando abraçar a democracia apesar de tudo."
Vaticano
O porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, disse que "a pena de morte é sempre uma notícia trágica, uma razão para tristeza, mesmo quando é relacionada a uma pessoa que é culpada de crimes graves".
Peru
O governo do Peru, país que adota a pena de morte para terroristas e assassinos de crianças, não quis comentar a execução de Saddam. "Não tenho nada a dizer. É uma decisão dos iraquianos", disse o primeiro-ministro do país, Jorge del Castillo.
Taleban
O ex-ministro da defesa do Afeganistão e um dos líderes do Taleban, mulá Obaidullah Akhund, afirmou que "Bush e Blair lançaram uma cruzada contra os muçulmanos". "Saddam foi enforcado porque era um muçulmano, enquanto escravos como Jalal Talabani, [o presidente] do Iraque, e Hamid Karzai, do Afeganistão, receberam o poder", afirmou.
Afeganistão
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que o "Eid [o feriado sagrado muçulmano que começa hoje] é um dia de felicidade, um dia de Deus, um dia de reconciliação, não um dia de vingança".
Índia
O governo indiano também se mostrou preocupado com a possibilidade de a execução de Saddam provocar mais violência sectária. "Esperamos que esse infeliz evento não afete o processo de reconciliação, restauração da paz e normalidade no Iraque", disse o ministro de Relações Internacionais do país, Pranab Mukherjee, em comunicado.
África do Sul
"A África do Sul continua convencida de que sua execução não é a solução para os atuais problemas políticos do Iraque mas pode alimentar a violência em uma situação já volátil", afirmou o porta-voz da diplomacia Ronnie Mamoepa, que pediu, ainda, a intervenção da ONU (Organização das Nações Unidas) no país.
Paquistão
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão disse: "A execução, que só pode ser descrita como um fato triste, é outra aguda lembrança da violência que continua a atingir o Iraque. Esperamos que esse evento não cause exacerbação da situação da segurança".
Indonésia
O governo da maior nação muçulmana do mundo, a Indonésia, afirmou esperar que a execução de Saddam "não separe ainda mais as partes em conflito, no esforço de uma reconciliação nacional, o que é uma condição para o Iraque recuperar sua soberania".
Anistia Internacional
O diretor-executivo da ONG de direitos humanos Anistia Internacional, Larry Cox, em protesto contra o momento da execução, disse que a "apressada execução de Saddam Hussein é simplesmente errada". "Significa que a justiça foi negada para inúmeras vítimas que enfrentaram sofrimento inenarrável durante seu regime, e agora terão negados seus direitos de ver a justiça ser feita", afirmou.
Especialista em terrorismo
Para o cientista político especialista em terrorismo Seth Jones, a morte de Saddam não muda muita coisa no Iraque. "Isso significa muito pouco a longo prazo para o nível de violência no país. Acho que a execução vai gerar algumas matanças em vingança, mas a insurgência é causada por tantos fatores que não acho que esse terá nenhum impacto significativo a longo prazo."
Repercussão na mídia
Neste sábado, a notícia da morte de Saddam Hussein foi manchete nos principais jornais internacionais.
O site do jornal norte-americano "The New York Times" (NYT) dedicou uma manchete em formato especial sobre a morte do ditador em sua página principal.
Classificando Saddam como "o ditador que liderou o Iraque através de três décadas de brutalidade e guerra antes que as forças americanas o expulsassem da capital de seu país e o capturassem em um buraco imundo", o "NYT" relatou que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi dormir horas antes da execução.
Um porta-voz da Casa Branca citado pelo jornal afirmou que "Bush foi dormir porque já sabia o que ia acontecer".
Para o "NYT", Saddam morreu deixando o Iraque "uma nação esmagada e traumatizada, que tenta desesperadamente restaurar sua identidade e seu lugar no mundo."
A morte de Saddam também foi manchete no jornal "Washington Post", com direito a vídeo na internet mostrando a preparação para a execução. O jornal afirmou que "Hussein deixa um legado de medo, pobreza e profundo desespero entre os iraquianos". "Sua nação, rica em história e cheia de petróleo, foi esmagada sob sua liderança, e está imersa em guerra desde a invasão liderada pelos EUA em 2003."
Apesar disso, o "Post" lembra que "muitos iraquianos são nostálgicos da era de segurança que tinham durante o regime de Saddam --apesar de desprezarem o regime em si". Ontem, o editorial do jornal afirmou que "o julgamento de Saddam foi imperfeito". E completou: "mas um julgamento perfeito teria o mesmo resultado".
Europa
O britânico "The Guardian" deu exclusividade para Saddam Hussein em suas três principais manchetes na página do jornal na internet. Na matéria principal, o jornal dá amplo espaço para as contradições do julgamento de Saddam, classificado como parcial e cheio de erros por grupos de direitos humanos internacionais.
O jornal publicou também a opinião de diversos especialistas a respeito das possíveis repercussões da morte do ditador. Em sua maioria, os especialistas afirmam que a execução não trará mudanças significativas para a violência no Iraque.
O também britânico "The Independent", além do destaque para a notícia da execução do ditador, publicou um artigo do comentarista Robert Fisk sobre Saddam, classificado como "um tirano criado e depois destruído pelos Estados Unidos". Ontem, um artigo do jornal questionava: "Mas por que mesmo os EUA invadiram o Iraque?"
Assim como os jornais ingleses e americanos, o francês Le Monde também destacou a execução de Saddam em sua página na internet.
Já o espanhol El País é um dos únicos grandes jornais do mundo a não priorizarem a morte de Saddam nas manchetes da internet. Chocada pela explosão de bombas em um aeroporto de Madri, para a Espanha a execução do ditador ficou em segundo plano.
Com agências internacionais
Leia mais
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Advogados de Saddam pedem que corte americana impeça execução
Saddam será enforcado "à noite ou amanhã", diz juiz iraquiano
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Especial
Leia cobertura completa sobre o julgamento de Saddam Hussein
Leia o que já foi publicado sobre Saddam Hussein
Líderes e imprensa internacional reagem à execução de Saddam
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da Folha Online
Saddam Hussein, 69, foi enforcado por volta de 1h deste sábado (horário de Brasília), em Bagdá, em cumprimento à execução imposta pela morte de 148 xiitas em 1982. Ele governou o Iraque de 1979 a 2003, quando caiu após invasão de tropas norte-americanas no país. Conseguiu fugir, mas foi capturado em dezembro daquele ano e, desde então, respondia a processos por genocídio.
AP |
Imagem da TV estatal Iraqi mostra Saddam Hussein e guardas usando máscaras |
Analistas e autoridades internacionais questionaram a legitimidade e os métodos do julgamento de Saddam. No Brasil, o Itamaraty criticou a pena de morte imposta.
A imprensa internacional dedicou grandes manchetes para a execução do ditador, que despertou críticas tanto ao regime no Iraque quanto à invasão americana que detonou a guerra no país.
A morte de Saddam despertou também reações em líderes de todo o mundo. Enquanto alguns comemoram a morte, outros condenam sua execução em meio a protestos contra a pena de morte.
Veja a seguir algumas das principais reações sobre a execução:
Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que "fazer justiça para Saddam Hussein não porá um fim à violência no Iraque, mas é um importante marco no processo do Iraque em se tornar uma democracia que pode governar, sustentar, e defender a si própria".
Reino Unido
A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido disse que "é bem-vindo o fato de que Saddam Hussein foi julgado por uma corte iraquiana por ao menos alguns dos terríveis crimes que cometeu contra o povo do Iraque. Agora, ele foi responsabilizado por seus atos".
União Européia
O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Erkki Tuomioja, que atualmente é o presidente da União Européia, condenou a pena de morte: "A União Européia tem uma posição muito consistente de oposição à pena de morte, a qual não deveria ter sido aplicada nesse caso --embora não haja dúvida sobre a culpa de Saddam Hussein em diversas violações sérias dos direitos humanos".
Líbia
A Líbia decretou luto oficial por três dias, colocando bandeiras a meio mastro e cancelando as comemorações do Eid al-Adha, um dos dois mais importantes feriados para o islamismo.
França
O Ministério das Relações Exteriores da França divulgou um comunicado reafirmando defender a abolição universal da pena de morte. "Saddam Hussein foi executado. Essa decisão pertence ao povo iraquiano e à autoridade soberana do Iraque. A França pede a todos os iraquianos que mirem o futuro e trabalhem pela reconciliação e unidade nacionais. Mais do que nunca, o objetivo deve ser a volta da total soberania e estabilidade do Iraque."
Rússia
Para o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, "infelizmente, repetidas solicitações de representantes de vários países e organizações internacionais para que as autoridades iraquianas não apliquem a pena de morte não foram ouvidas".
"As conseqüências políticas desse passo deveriam ter sido levadas em conta", disse o porta-voz do ministério, Mikhail Kamynin. "O país está mergulhado na violência e está no topo da escala de conflito civil. A execução de Saddam Hussein pode levar a um agravamento da atmosfera política-militar e a um aumento da tensão ética e religiosa."
Alemanha
O governo alemão disse que tratar dos crimes cometidos sob o regime anterior é "uma contribuição importante para a reconciliação e o diálogo nacional no Iraque", mas ressaltou ser contra a pena de morte.
Espanha
Embora Saddam tenha sido responsável por "gravíssimas violações dos direitos humanos" e tenha provocado "situações trágicas e de grande sofrimento" a seu povo, o governo espanhol, "coerentemente com sua posição e a da União Européia contra a pena de morte, lamenta a execução do ditador iraquiano Saddam Hussein", diz comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação. "O governo espanhol reafirma o apoio e a plena vontade de colaboração com as autoridades legítimas iraquianas, assim como seu compromisso a favor de um Iraque soberano, unido, democrático e estável, que permita avanços no processo de reconciliação e reconstrução nacional."
Austrália
Alexander Downer, ministro do Exterior da Austrália, afirmou que "o povo do Iraque agora sabe que seu brutal ditador nunca mais retornará para liderá-los".
O primeiro-ministro John Howard comentou que a execução era significativa porque os iraquianos deram ao ditador um julgamento justo. "Acredito que há algo de heróico em um país que que está atravessando a dor e o sofrimento que o Iraque está sofrendo, dando ainda o devido julgamento a alguém que foi um tirano e um brutal opressor e assassino do seu povo", disse. "Esse é um marco para um país que está tentando abraçar a democracia apesar de tudo."
Vaticano
O porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, disse que "a pena de morte é sempre uma notícia trágica, uma razão para tristeza, mesmo quando é relacionada a uma pessoa que é culpada de crimes graves".
Peru
O governo do Peru, país que adota a pena de morte para terroristas e assassinos de crianças, não quis comentar a execução de Saddam. "Não tenho nada a dizer. É uma decisão dos iraquianos", disse o primeiro-ministro do país, Jorge del Castillo.
Taleban
O ex-ministro da defesa do Afeganistão e um dos líderes do Taleban, mulá Obaidullah Akhund, afirmou que "Bush e Blair lançaram uma cruzada contra os muçulmanos". "Saddam foi enforcado porque era um muçulmano, enquanto escravos como Jalal Talabani, [o presidente] do Iraque, e Hamid Karzai, do Afeganistão, receberam o poder", afirmou.
Afeganistão
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que o "Eid [o feriado sagrado muçulmano que começa hoje] é um dia de felicidade, um dia de Deus, um dia de reconciliação, não um dia de vingança".
Índia
O governo indiano também se mostrou preocupado com a possibilidade de a execução de Saddam provocar mais violência sectária. "Esperamos que esse infeliz evento não afete o processo de reconciliação, restauração da paz e normalidade no Iraque", disse o ministro de Relações Internacionais do país, Pranab Mukherjee, em comunicado.
África do Sul
"A África do Sul continua convencida de que sua execução não é a solução para os atuais problemas políticos do Iraque mas pode alimentar a violência em uma situação já volátil", afirmou o porta-voz da diplomacia Ronnie Mamoepa, que pediu, ainda, a intervenção da ONU (Organização das Nações Unidas) no país.
Paquistão
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão disse: "A execução, que só pode ser descrita como um fato triste, é outra aguda lembrança da violência que continua a atingir o Iraque. Esperamos que esse evento não cause exacerbação da situação da segurança".
Indonésia
O governo da maior nação muçulmana do mundo, a Indonésia, afirmou esperar que a execução de Saddam "não separe ainda mais as partes em conflito, no esforço de uma reconciliação nacional, o que é uma condição para o Iraque recuperar sua soberania".
Anistia Internacional
O diretor-executivo da ONG de direitos humanos Anistia Internacional, Larry Cox, em protesto contra o momento da execução, disse que a "apressada execução de Saddam Hussein é simplesmente errada". "Significa que a justiça foi negada para inúmeras vítimas que enfrentaram sofrimento inenarrável durante seu regime, e agora terão negados seus direitos de ver a justiça ser feita", afirmou.
Especialista em terrorismo
Para o cientista político especialista em terrorismo Seth Jones, a morte de Saddam não muda muita coisa no Iraque. "Isso significa muito pouco a longo prazo para o nível de violência no país. Acho que a execução vai gerar algumas matanças em vingança, mas a insurgência é causada por tantos fatores que não acho que esse terá nenhum impacto significativo a longo prazo."
Repercussão na mídia
Neste sábado, a notícia da morte de Saddam Hussein foi manchete nos principais jornais internacionais.
O site do jornal norte-americano "The New York Times" (NYT) dedicou uma manchete em formato especial sobre a morte do ditador em sua página principal.
Classificando Saddam como "o ditador que liderou o Iraque através de três décadas de brutalidade e guerra antes que as forças americanas o expulsassem da capital de seu país e o capturassem em um buraco imundo", o "NYT" relatou que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi dormir horas antes da execução.
Um porta-voz da Casa Branca citado pelo jornal afirmou que "Bush foi dormir porque já sabia o que ia acontecer".
Para o "NYT", Saddam morreu deixando o Iraque "uma nação esmagada e traumatizada, que tenta desesperadamente restaurar sua identidade e seu lugar no mundo."
A morte de Saddam também foi manchete no jornal "Washington Post", com direito a vídeo na internet mostrando a preparação para a execução. O jornal afirmou que "Hussein deixa um legado de medo, pobreza e profundo desespero entre os iraquianos". "Sua nação, rica em história e cheia de petróleo, foi esmagada sob sua liderança, e está imersa em guerra desde a invasão liderada pelos EUA em 2003."
Apesar disso, o "Post" lembra que "muitos iraquianos são nostálgicos da era de segurança que tinham durante o regime de Saddam --apesar de desprezarem o regime em si". Ontem, o editorial do jornal afirmou que "o julgamento de Saddam foi imperfeito". E completou: "mas um julgamento perfeito teria o mesmo resultado".
Europa
O britânico "The Guardian" deu exclusividade para Saddam Hussein em suas três principais manchetes na página do jornal na internet. Na matéria principal, o jornal dá amplo espaço para as contradições do julgamento de Saddam, classificado como parcial e cheio de erros por grupos de direitos humanos internacionais.
O jornal publicou também a opinião de diversos especialistas a respeito das possíveis repercussões da morte do ditador. Em sua maioria, os especialistas afirmam que a execução não trará mudanças significativas para a violência no Iraque.
O também britânico "The Independent", além do destaque para a notícia da execução do ditador, publicou um artigo do comentarista Robert Fisk sobre Saddam, classificado como "um tirano criado e depois destruído pelos Estados Unidos". Ontem, um artigo do jornal questionava: "Mas por que mesmo os EUA invadiram o Iraque?"
Assim como os jornais ingleses e americanos, o francês Le Monde também destacou a execução de Saddam em sua página na internet.
Já o espanhol El País é um dos únicos grandes jornais do mundo a não priorizarem a morte de Saddam nas manchetes da internet. Chocada pela explosão de bombas em um aeroporto de Madri, para a Espanha a execução do ditador ficou em segundo plano.
Com agências internacionais
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