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09/01/2007 - 22h42

Bolsa de Caracas desaba após anúncio de nacionalização de Chávez

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da Efe

A Bolsa de Valores de Caracas registrou na metade desta terça-feira uma queda de 11.574 pontos (18,66%) em relação ao fechamento da última segunda-feira como conseqüência do anúncio do presidente do país, Hugo Chávez, de nacionalizar empresas.

Chávez anunciou ontem a futura transferência para o Estado da empresa de telecomunicações CANTV, cujas ações foram retiradas ao meio-dia da Bolsa de Valores de Caracas, da mesma forma que os papéis da Electricidad de Caracas, após acumularem quedas de 30,27% e de 20,39%, respectivamente.

A Bolsa de Valores de Caracas alcançou no pregão anterior o recorde de 62.012,71 pontos e hoje fechou 11.574 pontos abaixo disto, o que leva o indicador da bolsa aos 50.438,71 pontos.

Chávez assumirá amanhã um novo mandato presidencial, desta vez para o período entre 2007 e 2013, período no qual também deverão ser modificados os contratos com as petrolíferas estrangeiras, disse o líder.

A Electricidad de Caracas, do grupo internacional AES, com sede nos Estados Unidos, e a Compañía Anónima Teléfonos de Venezuela (CANTV), cujo maior acionista é a americana Verizon Communications, são os papéis de referência da Bolsa de Caracas, e também caíram na Bolsa de Nova York.

O presidente da Comissão Nacional de Valores, Fernando De Candia, disse aos jornalistas que "o mercado manteve um comportamento talvez um pouco impressionado pela notícia" e convocou os investidores "à calma e à prudência".

Estes, acrescentou, devem conduzir "a suficiente informação para que o mercado não vire presa de rumores e de expectativas falsas que indiquem que se está atentando contra a propriedade dos investidores minoritários e dos investidores em geral".

"Sabe-se que os capitais sempre são medrosos às expectativas, são altamente voláteis e o chamado é à calma e à prudência para que estes investidores não acudam desesperadamente à venda de suas ações, mas pelo contrário, é necessário esperar e ver como flui a informação", declarou.

Os indicadores e os balanços tanto da CANTV como da Electricidad de Caracas "indicam que são empresas que obtiveram suas utilidades (lucro) e que são rentáveis, portanto meu chamado é para a calma, ao estudo, à reflexão", declarou.

Sobre a retirada de papéis, afirmou que "quando uma ação oscila de preços de forma abrupta, quando toca uma marca de cerca de 20%, seja em alta ou em baixa, se desincorpora momentaneamente da Bolsa de Valores para averiguar as medidas".

A CANTV, que ocupa o primeiro lugar da telefonia fixa e móvel venezuelana e que é a maior empresa privada do país, foi criada em 1930 como empresa privada e nacionalizada na década de 50, para ser novamente privatizada em 1991.

"É necessário nacionalizar o que foi privatizado", reiterou Chávez, que também pediu aos deputados que lhe dêem poderes especiais para realizar esta "recuperação" e destacou a necessidade de uma "reforma socialista constitucional".

"Vamos rumo à república socialista da Venezuela", declarou o governante reeleito no dia 3 de dezembro com quase dois terços dos votos dos eleitores venezuelanos.

Neste novo período presidencial também deverão ser modificados os contratos com as petrolíferas estrangeiras, afirmou.

As americanas Exxon Mobil, Chevron, Conoco-Phillips, a francesa Total, a norueguesa Statoil e a britânica British Petroleum, entre outras, operam principalmente na Faixa de Orinoco, no centro do país, onde se calcula que existam cerca de 260 bilhões de barris exploráveis, atualmente em fase de verificação.

Estes poderiam se juntar aos mais de 87 bilhões de barris já certificados.

A certidão internacional das reservas de Orinoco é cumprida desde 2006 e ao final do próximo ano se estima que deixará a Venezuela como a primeira reserva mundial de petróleo, acima da Arábia Saudita, que certificou 264 bilhões de barris.

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