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23/01/2007
-
16h22
DANIELA LORETO
da Folha Online
Os palestinos estão mais inseguros, demonstram descontentamento com a atuação do Hamas [partido político e grupo armado palestino], desejam mudanças no cenário político e defendem a convocação de eleições antecipadas, segundo a mais recente pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Opinião Pública (PCPO).
De acordo com o estudo, mais de metade dos palestinos --53,4 %-- consideram que a decisão de permitir que o Hamas fizesse parte do governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) foi uma decisão "errada", contra 41% que afirmam que ela foi "correta", e 5,6% que se abstiveram.
Segundo Nabil Kukali, diretor do PCPO, os números refletem a insatisfação da população. "Eu não diria que os palestinos estão decepcionados especificamente com o Hamas, mas com a situação geral do governo, pois percebem que o partido nada conseguiu fazer até agora, devido às restrições econômicas impostas pelos EUA e pela UE (União Européia)", disse à Folha Online, por telefone, de Beit Sahour, Cisjordânia.
"A população não acha que o Hamas possa fazer por eles agora. Já faz um ano que o grupo venceu as eleições legislativas, e pouco fizeram até o momento", acrescenta.
Para ele, o Hamas está "em baixa" porque não conseguiu cumprir o que prometeu aos palestinos. "A vida não está melhor agora, e a população quer mudanças", afirma.
O estudo do PCPO aponta queda na popularidade do grupo extremista, devido ao impasse no governo. Quando questionados quem elegeriam para presidente, mais de metade dos palestinos (56%) citam Mahmoud Abbas [presidente da ANP] (35%) e Marwan Bargouthi (21%), que está preso em Israel, é líder do partido Fatah na Cisjordânia e foi um dos principais coordenadores da primeira Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense], ocorrida entre 1987 e 1993. A exemplo do Hamas, o Fatah também possui braço armado.
O atual premiê palestino, Ismail Haniyeh, ligado ao Hamas, aparece com 26% das intenções de voto.
De acordo com os resultados da pesquisa, 74% da população consideram que a atual situação política palestina está pior agora que há um ano, contra 25% que dizem que o cenário melhorou.
Eleições
A pesquisa indica ainda que 60% da população apóia a realização de eleições antecipadas. "Os palestinos estão preocupados com violência e com a crise econômica, estão frustrados, não vêem soluções concretas, e, por isso, defendem novas eleições", explica Kukali.
Segundo ele, a convocação de eleições pode causar mais violência entre as duas facções. "Não é fácil para o Hamas simplesmente desistir do governo, e eles vêm perdendo terreno entre os palestinos. Fizeram promessas, e não foram capazes de cumpri-las", diz.
Para Kukali, um novo pleito entre os palestinos não deve ocorrer sem um acordo.
"Abbas não irá simplesmente impor a realização de um pleito, deverá negociar com o Hamas, e realizar um referendo para conhecer a opinião dos palestinos", diz o diretor do PCPO.
Segurança
Em relação à questão da segurança, 76 % dos palestinos dizem acreditar que ela "piorou", contra 22,8% que afirmam que "está melhor" e 1,1% que não souberam responder.
Para Kukali, o resultado não é surpresa. "Está claro que a segurança se deteriorou, isso não é segredo. A situação se agravou muito em relação há dois anos atrás, as facções agora se enfrentam entre si, há confrontos nas ruas, os territórios palestinos vivem uma violência que até agora era inédita. Seqüestros, assassinatos, isso não era comum antes", afirma.
De acordo com o estudo, a vasta maioria da população --77,2 %-- diz acreditar que o boicote econômico imposto pela UE e pelos EUA piora a violência em Gaza e na Cisjordânia.
No estudo, realizado entre os dias 2 e 9 de janeiro, foram entrevistados 1.015 palestinos com idade acima de 18 anos e que vivem na Cisjordânia, no leste de Jerusalém e na faixa de Gaza.
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Cai popularidade do Hamas entre palestinos, diz pesquisa
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da Folha Online
Os palestinos estão mais inseguros, demonstram descontentamento com a atuação do Hamas [partido político e grupo armado palestino], desejam mudanças no cenário político e defendem a convocação de eleições antecipadas, segundo a mais recente pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Opinião Pública (PCPO).
De acordo com o estudo, mais de metade dos palestinos --53,4 %-- consideram que a decisão de permitir que o Hamas fizesse parte do governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) foi uma decisão "errada", contra 41% que afirmam que ela foi "correta", e 5,6% que se abstiveram.
Segundo Nabil Kukali, diretor do PCPO, os números refletem a insatisfação da população. "Eu não diria que os palestinos estão decepcionados especificamente com o Hamas, mas com a situação geral do governo, pois percebem que o partido nada conseguiu fazer até agora, devido às restrições econômicas impostas pelos EUA e pela UE (União Européia)", disse à Folha Online, por telefone, de Beit Sahour, Cisjordânia.
Divulgação |
Nabil Kukali, diretor do PCPO, que realizou a pesquisa com palestinos |
Para ele, o Hamas está "em baixa" porque não conseguiu cumprir o que prometeu aos palestinos. "A vida não está melhor agora, e a população quer mudanças", afirma.
O estudo do PCPO aponta queda na popularidade do grupo extremista, devido ao impasse no governo. Quando questionados quem elegeriam para presidente, mais de metade dos palestinos (56%) citam Mahmoud Abbas [presidente da ANP] (35%) e Marwan Bargouthi (21%), que está preso em Israel, é líder do partido Fatah na Cisjordânia e foi um dos principais coordenadores da primeira Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense], ocorrida entre 1987 e 1993. A exemplo do Hamas, o Fatah também possui braço armado.
O atual premiê palestino, Ismail Haniyeh, ligado ao Hamas, aparece com 26% das intenções de voto.
De acordo com os resultados da pesquisa, 74% da população consideram que a atual situação política palestina está pior agora que há um ano, contra 25% que dizem que o cenário melhorou.
Eleições
A pesquisa indica ainda que 60% da população apóia a realização de eleições antecipadas. "Os palestinos estão preocupados com violência e com a crise econômica, estão frustrados, não vêem soluções concretas, e, por isso, defendem novas eleições", explica Kukali.
Segundo ele, a convocação de eleições pode causar mais violência entre as duas facções. "Não é fácil para o Hamas simplesmente desistir do governo, e eles vêm perdendo terreno entre os palestinos. Fizeram promessas, e não foram capazes de cumpri-las", diz.
Para Kukali, um novo pleito entre os palestinos não deve ocorrer sem um acordo.
"Abbas não irá simplesmente impor a realização de um pleito, deverá negociar com o Hamas, e realizar um referendo para conhecer a opinião dos palestinos", diz o diretor do PCPO.
Segurança
Em relação à questão da segurança, 76 % dos palestinos dizem acreditar que ela "piorou", contra 22,8% que afirmam que "está melhor" e 1,1% que não souberam responder.
Para Kukali, o resultado não é surpresa. "Está claro que a segurança se deteriorou, isso não é segredo. A situação se agravou muito em relação há dois anos atrás, as facções agora se enfrentam entre si, há confrontos nas ruas, os territórios palestinos vivem uma violência que até agora era inédita. Seqüestros, assassinatos, isso não era comum antes", afirma.
De acordo com o estudo, a vasta maioria da população --77,2 %-- diz acreditar que o boicote econômico imposto pela UE e pelos EUA piora a violência em Gaza e na Cisjordânia.
No estudo, realizado entre os dias 2 e 9 de janeiro, foram entrevistados 1.015 palestinos com idade acima de 18 anos e que vivem na Cisjordânia, no leste de Jerusalém e na faixa de Gaza.
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