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23/01/2007 - 17h07

Confrontos no Líbano deixam três mortos e mais de cem feridos

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da Folha Online

Três pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas quando milhares de manifestantes de oposição ao governo do Líbano bloquearam ruas e queimaram pneus em Beirute e outras cidades nesta terça-feira, em uma greve geral que visa derrubar o premiê do país.

A violência foi detonada quando manifestantes pró e contra o governo se chocaram em várias localidades. A polícia estimou que, além dos três mortos, ao menos 110 pessoas ficaram feridas.

Nabil Mounzer/Efe
Manifestante queima pneus nas ruas de Beirute durante ato que exige renúncia de governo
Manifestante queima pneus nas ruas de Beirute durante ato que exige renúncia de governo
Os confrontos elevaram a tensão na campanha promovida pela oposição e liderada pelo grupo islâmico xiita Hizbollah para derrubar o premiê Fouad Siniora, que acusam de ser manipulado por potências ocidentais.

Também protestaram ao lado do Hizbollah, que é apoiado pela Síria e pelo Irã, outros aliados xiitas e os cristãos ligados ao general Michel Aoun.

Siniora, um muçulmano sunita, continua firme em seu cargo e nega qualquer possibilidade de renunciar, apesar da tensão crescente e dos protestos da oposição que já duram mais de um mês. "Vamos continuar juntos contra a intimidação", disse o premiê em um discurso transmitido pela TV libanesa.

Ele sugeriu que o governo poderá adotar medidas duras contra os manifestantes. "O papel do Exército de das forças de segurança não permite nenhuma flexibilização ou concessões com relação ao interesse público e a ordem", afirmou.

Violência

A violência nas ruas levou Siniora a adiar sua partida para uma conferência internacional sobre ajuda financeira ao Líbano em Paris. A reunião será realizada na próxima quinta-feira (25), e o premiê não deixou claro se ainda pretende participar. Segundo a oposição, os recursos --avaliados em cerca de US$ 5 bilhões-- apenas aumentarão a dívida libanesa e enfraquecerão a economia, que foi gravemente prejudicada pela guerra entre o Hizbollah e Israel, em 2006.

A polícia local disse que, apesar de seus esforços para manter os grupos rivais afastados, um membro do partido cristão pró-governo foi morto a tiros na localidade de Batroun, no norte de Beirute. Outras duas pessoas também foram assassinadas com tiros na região majoritariamente sunita de Tripoli.

Ainda de acordo com a polícia, tiros feriram outras 45 pessoas, principalmente nas cidades cristãs de Byblos e Halba. No total, 110 pessoas ficaram feridas no Líbano hoje.

Beirute

Em Beirute, colunas de fumaça eram vistas sobre várias regiões da capital durante o ato, inclusive na área do aeroporto internacional . Soldados e bombeiros se espalharam pelas ruas, onde pneus queimados por opositores.Os protestos bloquearam o tráfego e causaram o fechamento do comércio em várias regiões.

Soldados atiraram para o alto para deter a multidão, que atirava pedras. "Esse governo só entende por meio da força, e o dia de hoje é apenas uma pequena lição", afirmou o manifestante Jamil Wahb, que estava em uma região xiita. "Ficaremos nas ruas até que eles desistam".

O atual governo libanês do premiê Fouad Siniora é apoiado pelo líder sunita anti-sírio Saad al Hariri. Seus oponentes incluem membros dos grupos xiitas Hizbollah e Amal. Cristãos estão divididos dos dois lados.

Vida na capital

De acordo com testemunhas e com imagens de TV, os manifestantes bloquearam várias regiões de Beirute, assim como outras áreas em todo o país. No entanto, o prefeito de Beirute, Abdel Munim Ariss, falou à TV Al Arabiya que a cidade estava "funcionando normalmente".

Muitos trabalhadores preferiram permanecer em casa, por apoiarem a greve ou por medo da violência. Algumas escolas também suspenderam as aulas nesta terça-feira.

Os protestos bloquearam a rodovia que leva ao aeroporto Internacional de Beirute, e a estrada que liga a capital à região das montanhas e a Damasco, a capital síria. No entanto, segundo autoridades da aviação, o aeroporto funcionava normalmente.

O diretor-geral de aviação civil, Hamdi Shawq, disse à rede de TV Al Arabiya que os vôos operam normalmente, mas que muitos passageiros enfrentam dificuldade para chegar ao local.

Cinco vôos aterrissaram do aeroporto e outros seis decolaram, mas sete foram cancelados.

Autoridades descreveram as manifestações como uma "tentativa de golpe de Estado".

"[A oposição] fracassará, como fracassou no passado, e o governo legítimo do Líbano permanecerá", afirmou o ministro das Telecomunicações, Marwan Hamadeh à Al Arabiya.

Com agências internacionais

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