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08/02/2007 - 22h45

EUA se negam a comentar acordo para governo palestino de coalizão

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da France Presse
da Folha Online

O governo americano preferiu não comentar o acordo de um governo de união nacional fechado nesta quinta-feira entre as facções rivais palestinas, Hamas e Fatah, até conhecer mais detalhes sobre o assunto.

"Teremos um comentário mais tarde, realmente não vimos o texto", disse a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao ser consultada sobre o acordo firmado na cidade saudita de Meca entre o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, e o movimento radical islâmico Hamas, que lidera o parlamento.

Mais cedo, porém, Rice já tinha declarado que qualquer governo palestino deve reconhecer o direito de Israel de existir, além de renunciar à violência e cumprir os acordos de paz prévios entre Israel e os palestinos.

O Hamas, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, se recusou a cumprir estas três condições no passado e não houve uma indicação imediata se o acordo de Meca atende a tais demandas.

Acordo palestino

Além de formar um governo de coalizão, o acordo firmado hoje pelos líderes palestinos em Meca (Arábia Saudita) também prevê o respeito do acordo de paz com Israel. A iniciativa, que foi divulgada oficialmente por redes de TV árabes e internacionais, pode pôr fim à crise iniciada há um ano, quando os Hamas venceu as eleições palestinas e assumiu o controle do Parlamento.

O acordo firmado verbalmente --e posteriormente assinado-- durante encontro a portas fechadas entre o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas (do Fatah), e o premiê palestino, Ismail Haniyeh (Hamas), desperta a questão sobre se Estados Unidos e Israel aceitarão a idéia. Caso as exigências desse países não sejam cumpridas, dificilmente Washington e Jerusalém levantarão o boicote financeiro internacional contra o governo palestino.

Membros do Hamas disseram [em condição de anonimato] que detalhes do acordo seriam divulgados ainda nesta quinta-feira, inclusive o esboço de uma cláusula que implica na nova plataforma de governo e cujo conteúdo prevê que os grupos radicais, inclusive o Hamas, respeitarão o acordo de paz com Israel.

Segundo as mesmas fontes, o documento também tem como base discussões realizadas no ano passado entre ativistas do Hamas e do Fatah detidos em prisões israelenses, que pede a criação de um Estado palestino com território na Cisjordânia, Gaza e e leste de Jerusalém, áreas tomadas por Israel na guerra de 1967. Israel se retirou de Gaza em agosto de 2005.

Se o Hamas realmente levar a cabo um governo de coalizão que assuma essas cláusulas, isso significaria o compromisso mais concreto já fixado para a criação de dois Estados e para pôr fim ao conflito israelo-palestino. O problema é que o Hamas já anunciou que adotar o acordo não implica em reconhecer o Estado de Israel.

Cláusulas

Veja alterações de governo previstas no acordo:

- O Hamas terá o controle de sete ministérios. O Fatah ficará com seis

- Hamas mantém a chefia do governo e os ministérios de Educação, Bens Islâmicos, Trabalho, Assuntos Municipais, Juventude, Justiça e Comunicação. Também terá direito a nomear três ministros independentes [Interior, Planejamento e de Estado), que não pertençam a nenhum dos dois partidos

- Fatah assume as pastas de Saúde, Assuntos Sociais, Obras Públicas, Transporte, Agricultura e Assuntos de Prisioneiros. Também nomearão ministro de Exteriores e um ministro de Estado --que não pertençam a nenhum dos dois partidos

- As pastas restantes [quatro] irão para forças palestinas representadas no Parlamento, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, Terceira Via e Palestina Independente.

- O Ministério das Finanças de ficar a cargo de Sallam Fayad, da Terceira Via.

Leia mais
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  • Reforma em Jerusalém gera protestos de muçulmanos contra Israel
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