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08/02/2007
-
23h49
da Folha Online
Os partidos rivais Hamas e Fatah [ambos com braço armado] assinaram nesta quinta-feira um acordo para a formação de um governo de coalizão. O acordo também prevê o respeito do acordo de paz com Israel. A iniciativa, que foi divulgada oficialmente por redes de TV árabes e internacionais, pode pôr fim à crise iniciada há um ano, quando os Hamas venceu as eleições palestinas e assumiu o controle do Parlamento.
"Superamos todas as diferenças", disse Mohammed Nazzal, do Hamas.
O acordo firmado verbalmente --e posteriormente assinado-- durante encontro a portas fechadas entre o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas (do Fatah), e o premiê palestino, Ismail Haniyeh (Hamas), em Meca (Arábia Saudita), desperta a questão sobre se Estados Unidos e Israel aceitarão a idéia. Caso isso não seja feito, dificilmente Washington e Jerusalém levantarão o boicote financeiro internacional contra o governo palestino.
Após o anúncio, Israel e os Estados Unidos exigiram que o novo governo explicitamente renuncie à violência, reconheça o Estado de Israel e respeite os acordos de paz anteriormente firmados. A vaga promessa feita hoje pelo Hamas de respeitar antigos acordos desde que não contrariem interesses palestinos --um ponto alcançado depois que o grupo islâmico rejeitou a pressão por uma linguagem mais explícita-- aparentemente não foi suficiente para estes países.
O acordo para o governo de união foi anunciado em uma cerimônia transmitida ao vivo na TV árabe na noite desta quinta-feira. No ato, o rei saudita Abdullah se sentou com Abbas à direita e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, que vive na Síria, à esquerda.
O assistente de Abbas, Nabil Amr, leu uma carta do presidente da ANP proclamando o acordo e pedindo a Haniyeh que forme o novo governo de coalizão em cinco semanas, dividindo os gabinetes de acordo com uma fórmula negociada em Meca.
Cláusulas
Segundo fontes do governo palestino [que falaram em condição de anonimato], o documento também tem como base discussões realizadas no ano passado entre ativistas do Hamas e do Fatah detidos em prisões israelenses, que pede a criação de um Estado palestino com território na Cisjordânia, Gaza e e leste de Jerusalém, áreas tomadas por Israel na guerra de 1967. Israel se retirou de Gaza em agosto de 2005.
Se o Hamas realmente levar a cabo um governo de coalizão que assuma essas cláusulas, isso significaria o compromisso mais concreto já fixado para a criação de dois Estados e para pôr fim ao conflito israelo-palestino. O problema é que o Hamas já anunciou que adotar o acordo não implica em reconhecer o Estado de Israel.
Veja alterações de governo previstas no acordo:
- O Hamas terá o controle de sete ministérios. O Fatah ficará com seis
- Hamas mantém a chefia do governo e os ministérios de Educação, Bens Islâmicos, Trabalho, Assuntos Municipais, Juventude, Justiça e Comunicação. Também terá direito a nomear três ministros independentes [Interior, Planejamento e de Estado), que não pertençam a nenhum dos dois partidos
- Fatah assume as pastas de Saúde, Assuntos Sociais, Obras Públicas, Transporte, Agricultura e Assuntos de Prisioneiros. Também nomearão ministro de Exteriores e um ministro de Estado --que não pertençam a nenhum dos dois partidos
- As pastas restantes [quatro] irão para forças palestinas representadas no Parlamento, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, Terceira Via e Palestina Independente.
- O Ministério das Finanças de ficar a cargo de Sallam Fayad, da Terceira Via.
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Os partidos rivais Hamas e Fatah [ambos com braço armado] assinaram nesta quinta-feira um acordo para a formação de um governo de coalizão. O acordo também prevê o respeito do acordo de paz com Israel. A iniciativa, que foi divulgada oficialmente por redes de TV árabes e internacionais, pode pôr fim à crise iniciada há um ano, quando os Hamas venceu as eleições palestinas e assumiu o controle do Parlamento.
"Superamos todas as diferenças", disse Mohammed Nazzal, do Hamas.
Suhaib Salem/AP |
Lideranças do Fatah e do Hamas fecham acordo para governo palestino de coalizão |
Após o anúncio, Israel e os Estados Unidos exigiram que o novo governo explicitamente renuncie à violência, reconheça o Estado de Israel e respeite os acordos de paz anteriormente firmados. A vaga promessa feita hoje pelo Hamas de respeitar antigos acordos desde que não contrariem interesses palestinos --um ponto alcançado depois que o grupo islâmico rejeitou a pressão por uma linguagem mais explícita-- aparentemente não foi suficiente para estes países.
O acordo para o governo de união foi anunciado em uma cerimônia transmitida ao vivo na TV árabe na noite desta quinta-feira. No ato, o rei saudita Abdullah se sentou com Abbas à direita e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, que vive na Síria, à esquerda.
O assistente de Abbas, Nabil Amr, leu uma carta do presidente da ANP proclamando o acordo e pedindo a Haniyeh que forme o novo governo de coalizão em cinco semanas, dividindo os gabinetes de acordo com uma fórmula negociada em Meca.
Cláusulas
Segundo fontes do governo palestino [que falaram em condição de anonimato], o documento também tem como base discussões realizadas no ano passado entre ativistas do Hamas e do Fatah detidos em prisões israelenses, que pede a criação de um Estado palestino com território na Cisjordânia, Gaza e e leste de Jerusalém, áreas tomadas por Israel na guerra de 1967. Israel se retirou de Gaza em agosto de 2005.
Se o Hamas realmente levar a cabo um governo de coalizão que assuma essas cláusulas, isso significaria o compromisso mais concreto já fixado para a criação de dois Estados e para pôr fim ao conflito israelo-palestino. O problema é que o Hamas já anunciou que adotar o acordo não implica em reconhecer o Estado de Israel.
Veja alterações de governo previstas no acordo:
- O Hamas terá o controle de sete ministérios. O Fatah ficará com seis
- Hamas mantém a chefia do governo e os ministérios de Educação, Bens Islâmicos, Trabalho, Assuntos Municipais, Juventude, Justiça e Comunicação. Também terá direito a nomear três ministros independentes [Interior, Planejamento e de Estado), que não pertençam a nenhum dos dois partidos
- Fatah assume as pastas de Saúde, Assuntos Sociais, Obras Públicas, Transporte, Agricultura e Assuntos de Prisioneiros. Também nomearão ministro de Exteriores e um ministro de Estado --que não pertençam a nenhum dos dois partidos
- As pastas restantes [quatro] irão para forças palestinas representadas no Parlamento, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, Terceira Via e Palestina Independente.
- O Ministério das Finanças de ficar a cargo de Sallam Fayad, da Terceira Via.
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