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25/02/2007
-
22h43
da Efe, em Jerusalém
Os órgãos de segurança de Israel consideram que a instabilidade geopolítica no Oriente Médio durante 2007 será maior que no ano passado, em particular devido ao programa nuclear do Irã e porque as forças moderadas no mundo árabe perderam terreno.
"O ambiente estratégico do Estado de Israel é menos estável do que era", afirmou o general Amos Yadlin, chefe do Corpo de Inteligência do Exército israelense em comparecimento ao Conselho de Ministros, presidido pelo chefe de Governo israelense, Ehud Olmert.
Yadlin e outros altos comandantes dos órgãos de segurança de Israel revisaram hoje a situação geopolítica da região, coincidindo em que a ameaça iraniana, em suas diferentes dimensões, centrará as atenções de seus homens nos próximos meses.
Segundo o general, durante 2007, o Irã continuará adiante de forma decisiva com seu programa nuclear, apesar dos obstáculos técnicos e das pressões internacionais para que o interrompa.
Israel considera-se o principal país ameaçado caso Teerã consiga capacidade nuclear, depois que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reiterou várias vezes que "Israel deve ser riscado do mapa".
No plano local, o general disse que Teerã continuará incentivando, política e financeiramente, as atividades de grupos terroristas como Hamas, Jihad Islâmica e Hisbolá.
Esta última foi a milícia libanesa com a qual Israel teve um conflito de 34 dias em meados do ano passado.
O relatório anual sobre a situação de segurança na região é uma tradição neste país, apesar de seu conteúdo não deixar de ser apenas conjeturas e que em anos de guerra as previsões dos altos comandantes não tinham previsto nenhum acontecimento bélico, como ocorreu em 1973 ou, mais recentemente, em 2006.
No entanto, essas avaliações são a matéria-prima que o governo israelense usa para moldar sua política externa.
Neste momento, segundo Yadlin, a situação de Israel é mais perigosa que em anos anteriores, porque Irã e Síria tentam combater o Estado judeu através de organizações terroristas, o que cria uma dupla dimensão ao conflito com esses países.
Assim, o Corpo de Inteligência do Exército acredita que não são sinceras as ofertas feitas nos últimos meses pelo presidente da Síria, Bashar al-Assad, para negociar a paz com Israel, apesar de Yadlin não espera de Damasco uma guerra em grande escala.
"Os sírios estão construindo sua capacidade militar, mas as probabilidades de uma guerra em grande escala por iniciativa síria, como na guerra do Yom Kippur [1973] ou na dos Seis Dias [1967], são baixas", disse.
Há alguns meses, o presidente sírio disse que, se Israel e Síria não resolvessem seu conflito pela Colinas de Golã na mesa das negociações, não descartava uma campanha militar.
Essas declarações são interpretadas pelos altos comandantes como um estratagema para empurrar Israel às negociações.
O Exército israelense não descarta também que Damasco "responda a iniciativas militares de Israel" com outras partes.
Sem afirmar explicitamente, o militar referia-se a que a Síria poderia entrar em uma guerra na qual Israel enfrentaria outros países no mundo árabe, como o Irã, ou uma guerrilha, como o Hisbolá.
Ao explicar as razões para suas previsões de um período de instabilidade geopolítica em 2007, o militar argumentou que as forças pragmáticas no mundo árabe perderam terreno no "conflito entre as forças radicais e o campo moderado".
A reunião especial do Conselho de Ministros teve a presença também do chefe dos serviços de segurança interna (Shabak), Yuval Diskin, e do chefe do serviço secreto (Mossad), Meir Dagan.
Diskin disse que a tensão entre os movimentos palestinos Hamas e Fatah continuará em 2007, apesar de existir um interesse comum que os leva pelo mesmo caminho: o governo de união nacional estipulado nas negociações de Meca em 8 de fevereiro.
Nos territórios palestinos, Israel considera que as principais ameaças vêm da Faixa de Gaza, onde a capacidade de ação dos órgãos de segurança israelenses é muito menor do que na Cisjordânia.
Yadlin coincidiu com o chefe do Shabak em que qualquer incidente armado na Faixa de Gaza --onde as diversas milícias continuam se rearmando, nas palavras do militar-- pode provocar uma rápida escalada.
O chefe do Mossad, a cargo das missões de espionagem no exterior, mostrou certa preocupação com as atividades de organizações armadas como o Hisbolá (grupo armado libanês)e alertou que este grupo persiste em suas tentativas de restaurar sua capacidade militar e adquirir maior poderio político no Líbano.
Mesmo assim, Dagan não prevê a explosão de um conflito em 2007.
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Inteligência israelense prevê maior instabilidade no Oriente Médio em 2007
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"O ambiente estratégico do Estado de Israel é menos estável do que era", afirmou o general Amos Yadlin, chefe do Corpo de Inteligência do Exército israelense em comparecimento ao Conselho de Ministros, presidido pelo chefe de Governo israelense, Ehud Olmert.
Yadlin e outros altos comandantes dos órgãos de segurança de Israel revisaram hoje a situação geopolítica da região, coincidindo em que a ameaça iraniana, em suas diferentes dimensões, centrará as atenções de seus homens nos próximos meses.
Segundo o general, durante 2007, o Irã continuará adiante de forma decisiva com seu programa nuclear, apesar dos obstáculos técnicos e das pressões internacionais para que o interrompa.
Israel considera-se o principal país ameaçado caso Teerã consiga capacidade nuclear, depois que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reiterou várias vezes que "Israel deve ser riscado do mapa".
No plano local, o general disse que Teerã continuará incentivando, política e financeiramente, as atividades de grupos terroristas como Hamas, Jihad Islâmica e Hisbolá.
Esta última foi a milícia libanesa com a qual Israel teve um conflito de 34 dias em meados do ano passado.
O relatório anual sobre a situação de segurança na região é uma tradição neste país, apesar de seu conteúdo não deixar de ser apenas conjeturas e que em anos de guerra as previsões dos altos comandantes não tinham previsto nenhum acontecimento bélico, como ocorreu em 1973 ou, mais recentemente, em 2006.
No entanto, essas avaliações são a matéria-prima que o governo israelense usa para moldar sua política externa.
Neste momento, segundo Yadlin, a situação de Israel é mais perigosa que em anos anteriores, porque Irã e Síria tentam combater o Estado judeu através de organizações terroristas, o que cria uma dupla dimensão ao conflito com esses países.
Assim, o Corpo de Inteligência do Exército acredita que não são sinceras as ofertas feitas nos últimos meses pelo presidente da Síria, Bashar al-Assad, para negociar a paz com Israel, apesar de Yadlin não espera de Damasco uma guerra em grande escala.
"Os sírios estão construindo sua capacidade militar, mas as probabilidades de uma guerra em grande escala por iniciativa síria, como na guerra do Yom Kippur [1973] ou na dos Seis Dias [1967], são baixas", disse.
Há alguns meses, o presidente sírio disse que, se Israel e Síria não resolvessem seu conflito pela Colinas de Golã na mesa das negociações, não descartava uma campanha militar.
Essas declarações são interpretadas pelos altos comandantes como um estratagema para empurrar Israel às negociações.
O Exército israelense não descarta também que Damasco "responda a iniciativas militares de Israel" com outras partes.
Sem afirmar explicitamente, o militar referia-se a que a Síria poderia entrar em uma guerra na qual Israel enfrentaria outros países no mundo árabe, como o Irã, ou uma guerrilha, como o Hisbolá.
Ao explicar as razões para suas previsões de um período de instabilidade geopolítica em 2007, o militar argumentou que as forças pragmáticas no mundo árabe perderam terreno no "conflito entre as forças radicais e o campo moderado".
A reunião especial do Conselho de Ministros teve a presença também do chefe dos serviços de segurança interna (Shabak), Yuval Diskin, e do chefe do serviço secreto (Mossad), Meir Dagan.
Diskin disse que a tensão entre os movimentos palestinos Hamas e Fatah continuará em 2007, apesar de existir um interesse comum que os leva pelo mesmo caminho: o governo de união nacional estipulado nas negociações de Meca em 8 de fevereiro.
Nos territórios palestinos, Israel considera que as principais ameaças vêm da Faixa de Gaza, onde a capacidade de ação dos órgãos de segurança israelenses é muito menor do que na Cisjordânia.
Yadlin coincidiu com o chefe do Shabak em que qualquer incidente armado na Faixa de Gaza --onde as diversas milícias continuam se rearmando, nas palavras do militar-- pode provocar uma rápida escalada.
O chefe do Mossad, a cargo das missões de espionagem no exterior, mostrou certa preocupação com as atividades de organizações armadas como o Hisbolá (grupo armado libanês)e alertou que este grupo persiste em suas tentativas de restaurar sua capacidade militar e adquirir maior poderio político no Líbano.
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