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10/03/2007 - 09h38

Expectativa sobre conferência de Bagdá divide iraquianos

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ALI MOUSSA
da Efe, em Bagdá

Políticos iraquianos se mostram divididos em relação aos resultados da reunião entre os países vizinhos do Iraque e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, neste sábado em Bagdá, para estudar formas de restabelecer a segurança no país.

Todos concordam que o fim da violência é uma questão que está nas mãos do Iraque e, não de outros países. As diferenças estão nas expectativas diante da cúpula e da sua contribuição para acabar com o caos que parece levar o país a uma guerra civil.

A conferência de Bagdá, que começou por volta das 11h30 (4h30 de Brasília) no Ministério de Relações Exteriores, reúne na mesma mesa Estados Unidos, Irã e Síria, além de China, Rússia, França, Reino Unido, Turquia, Arábia Saudita, Jordânia e Kuwait.

"Qualquer solução da crise iraquiana deve começar dentro do Iraque, através de um acordo entre os líderes políticos e religiosos. Depois é que devemos buscar o apoio de outros países", disse à Salim Abdula, porta-voz da Frente do Consenso Iraquiano (FCI, sunita), terceiro maior partido no Parlamento.

A conferência de Bagdá, a primeira deste tipo realizada no Iraque, foi convocada pelo governo de Nouri al Maliki. Ela parece ser a última oportunidade de evitar a divisão do país. Egito e Bahrein, além da Liga Árabe e da Organização para a Conferência Islâmica, também participam do encontro.

Mahmoud Osman, político curdo moderado e ministro do governo anterior, chefiado por Ibrahim al Jaafari, declarou que a conferência poderá ser "útil se as intenções dos participantes forem sinceras, tendo como objetivo alcançar uma solução, evitando as questões que separam os países".

Foi uma referência às disputas dos EUA com o Irã e a Síria, países acusados de interferir nos assuntos internos iraquianos e de prejudicar o processo de paz na região.

Sami al Askari, conselheiro de Al Maliki e membro da Aliança Unida Iraquiana (AUI), maior força parlamentar, disse que a conferência é "um grande sucesso da diplomacia iraquiana e o reconhecimento do governo e do seu importante papel nos assuntos da região".

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No entanto, o analista político iraquiano Hashem Hassan se mostrou pessimista. Ele disse que a reunião será "um mero espetáculo de propaganda, porque as partes em conflito no país não têm uma verdadeira intenção de fazer concessões".

Hassan ressaltou que as anteriores conferências dos países vizinhos do Iraque fracassaram pelo mesmo motivo e "pela ausência de um consenso interno".

"Qualquer solução deve brotar dentro do Iraque", acrescentou. Para ele, os EUA "têm a intenção de derrubar o governo de Al Maliki devido ao seu fracasso na área de segurança e no combate à violência sectária".

O cenário político das últimas semanas foi de várias novas alianças e rupturas políticas no país. A aliança mais importante foi a formada pela coalizão sunita Frente do Consenso Iraquiano (FCI), que conta com 44 cadeiras no Parlamento, e pelo partido laico xiita Acordo Nacional Iraquiano (ANI), com 15 deputados. Os dois se uniram para formar a Frente Nacional Iraquiana (FNI).

Já o xiita Partido Islâmico da Virtude (15 cadeiras) se separou da AUI, de Al Maliki, que conta com a maioria parlamentar. O grupo considerar sectária a estratégia política do atual governo, debilitando ainda mais a posição do primeiro-ministro.

Com agências internacionais

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