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11/03/2007 - 19h47

Chávez acusa Bush de impulsionar planos de "atentados contra líderes"

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MIRIAM BURGUÉS
da Efe, em El Alto (Bolívia)

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusou hoje o presidente americano, George W. Bush, de impulsionar planos de "atentados contra líderes" em alguns países da América Latina que se aliaram contra o "império" e a globalização neoliberal.

"O império contra-ataca e é seu próprio chefe que conduz o ataque", disse Chávez na cidade boliviana de El Alto, próxima a La Paz (capital administrativa do país), em referência à viagem que Bush faz por cinco países do continente.

Chávez participou de um comício de partidos de esquerda junto com o colega e aliado, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e afirmou que a viagem de Bush ocorreu porque o líder americano "se deu conta que a ofensiva antiimperialista é séria".

Em seu segundo dia de visita à Bolívia, após passar pela Argentina e antes de seguir para a Nicarágua, o líder venezuelano assinou vários acordos bilaterais com Morales e discursou contra Bush por "semear sementes divisionistas" entre quem persegue a "emancipação latino-americana".

Sobre a simultaneidade das excursões, Chávez ressaltou que é só "uma coincidência", já que "foi Bush quem veio; nós estamos em nossa casa".

O presidente americano começou na quinta-feira uma viagem por Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México.

"Agora o lobo se veste com pele de ovelha, vem em missão de paz", disse em tom irônico, e alertou "contra as estratégias do império", comandado por um "cadáver político", quem parece sofrer de "taquicardia" ao pronunciar o nome de Chávez.

Parafraseando o líder cubano, Fidel Castro, o líder bolivariano afirmou que, para desgraça dos Estados Unidos, "o gênio saiu da garrafa e nada nem ninguém poderá engarrafá-lo", em alusão a uma "nova hora", de uma América Latina "obrigada a triunfar".

Chávez apelou à unidade dos povos e a "livrar da confusão" muitos compatriotas que, segundo o governante, vivem atemorizados por toda a "artilharia midiática" contrária a ele e a seus aliados.

Morales confirmou ao líder venezuelano que seu país "não está só" nessa luta, mas se mostrou muito mais comedido na hora de julgar a viagem de Bush pela região.

O anfitrião só mencionou as manifestações de protesto nos países visitados pelo governante americano, como as registradas hoje em Bogotá, e as contrastou com o apoio dado a Chávez por mais de 4 mil pessoas de partidos da aliança governista boliviana reunidas hoje em El Alto.

Chávez ganhou o auditório quando comentou que "o pulso acelera" cada vez que está na Bolívia e louvou a "dignidade e a coragem" de Morales, enquanto este confessou sua admiração pelo venezuelano e o nomeou "libertador da América", junto com Fidel Castro.

Ambos ratificaram a aliança Cuba-Venezuela-Bolívia com a assinatura de uma declaração conjunta para aprofundar a cooperação no marco da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).

A Bolívia aceitou se unir à Venezuela e Argentina para iniciar o Banco do Sul, cujo objetivo será que a América Latina alcance "sua independência financeira" em relação a organismos como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, que Chávez qualificou como instrumentos a serviço dos EUA.

Um terceiro convênio pretende a integração energética entre Caracas e La Paz, com a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de novos projetos de industrialização de gás.

Por último, Chávez e Morales assinaram a convocação para a primeira Cúpula de Presidentes e Movimentos Sociais da região, que será realizada na cidade boliviana de Cochabamba no mês de junho.

Durante a última Cúpula Sul-Americana, realizada em dezembro na mesma cidade, Morales tentou reunir os presidentes da região e organizações de esquerda, mas só Chávez participou da reunião.

Chávez, que visitou ontem as regiões amazônicas da Bolívia devastadas pelas inundações provocadas pelo fenômeno climático "El Niño", partiu hoje de El Alto rumo a Manágua, onde se reunirá com o líder nicaragüense, Daniel Ortega.

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