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16/03/2007 - 08h11

Vice-ministro de Israel quer negociação apenas com Abbas

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da Folha Online

O vice-ministro da Defesa de Israel, Ephraim Sneh, defendeu nesta sexta-feira a continuidade do diálogo com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, para não fortalecer o Hamas e provocar o seu fracasso.

"É preciso dar aos palestinos a sensação de que existe um horizonte político", disse.

"Israel não pode conferir legitimidade a este governo palestino (de união nacional) e cooperar com ele, já que nega os princípios do Quarteto (do Oriente Médio, formado por EUA, União Européia, ONU e Rússia), e deve pelo contrário negociar unicamente com Abu Mazen (codinome de Abbas)", declarou Sneh à rádio pública israelense.

Sneh criticou assim a recusa do Executivo israelense em manter contatos com o novo governo de coalizão palestino, formado pelo Fatah, de Abbas, e pelo Hamas, grupo terrorista que obteve vitórias eleitorais em janeiro de 2006.

Abbas e o primeiro-ministro palestino designado, Ismail Haniyeh, do Hamas, concluíram nesta quinta-feira um acordo a respeito do governo de união nacional, que será submetido neste sábado à aprovação do Conselho Legislativo Palestino (Parlamento).

"Para provocar o fracasso do Hamas, precisamos de uma alternativa palestina moderada e de um horizonte político, e é por isso que devemos negociar unicamente com Abu Mazen (Abbas) para obter com ele acordos que logo sejam submetidos a referendo [entre os palestinos]", acrescentou.

Formação

O novo gabinete palestino contará com 25 ministros, 12 dos quais do Hamas, entre eles Haniyeh, contra seis do Fatah, assim como com sete ministros "independentes" ou provenientes de pequenas formações políticas.

A nomeação do titular do Ministério do Interior, responsável por muitos serviços de segurança, era o principal obstáculo à definição da lista. O cargo deve ficar com Hani al Qawasmeh, um alto funcionário do ministério.

De acordo com seu programa, o gabinete rejeita os três princípios formulados pelo Quarteto: reconhecimento explícito de Israel, aceitação dos acordos estabelecidos no passado entre israelenses e palestinos e a renúncia à violência.

A aceitação desses princípios é a condição para o fim do boicote internacional ao governo palestino, imposto desde a vitória eleitoral do Hamas.

A nova equipe assumirá a pesada tarefa de lidar com esse boicote e também de pôr fim à crise interna, já que o Hamas e o Fatah são grupos rivais. A criação do novo gabinete, negociada durante vários meses, foi marcada pela violência interna que custou a vida de dezenas de palestinos entre dezembro e fevereiro.

Reação israelense

Em sua primeira reação à apresentação do novo governo de coalizão palestino, Israel anunciou nesta quinta-feira, em nota do Ministério de Relações Exteriores, que não pretende negociar com o novo gabinete porque este "não aceita, direta ou indiretamente", o reconhecimento do Estado de Israel, os acordos assinados nem a renúncia à violência.

"Esperamos que a comunidade internacional nos apóie em nossos princípios e não colabore com um governo de plataforma extremista (Hamas)", acrescentou a nota.

A esquerda israelense, porém, defendeu negociações com Abbas e até com os membros do Fatah incluídos no novo governo.

O líder da Frente Pacifista israelense Meretz, Iosi Beilin, falou nesta quarta-feira com Abbas. O presidente palestino confirmou que as negociações com Israel continuarão sendo prerrogativa sua, e não do governo.

Beilin pediu nesta quinta-feira ao governo do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que "não boicote os ministros do Fatah no novo governo palestino", com os quais Israel costuma dialogar.

Já o deputado Yisrael Katz, do partido direitista de oposição Likud, exortou Olmert a "encerrar todos os contatos com o presidente palestino".

Com agências internacionais

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