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16/03/2007 - 11h37

Itália quer suspender julgamento de 26 americanos

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da Folha Online

O governo italiano começou a se movimentar para suspender o julgamento de 26 americanos --em sua maioria agentes da CIA [inteligência americana]-- acusados de envolvimento no seqüestro de um clérigo muçulmano ocorrido há mais de quatro anos.

A Corte Constitucional da Itália recebeu um pedido de anulação do julgamento --que começaria em 8 de junho--, disse o ministro da Justiça italiano à rede de TV americana CNN nesta quinta-feira.

O caso é considerado simbólico, porque nenhum dos americanos está sob custódia na Itália e o governo italiano não pediu a extradição deles para o país europeu.

Em fevereiro de 2003, o clérigo muçulmano egípcio Osama Hassan Mustafa Nasr, 44, também conhecido como Abu Omar, foi seqüestrado na Itália. Na época, ele era investigado por supostas ligações com terrorismo.

Procuradores afirmam que uma equipe da CIA que trabalhava com agentes da inteligência italiana o capturaram, eventualmente levando-o ao Egito, onde a tortura teria sido usada como parte do interrogatório.

Abu Omar afirma que guardas egípcios o torturaram com choques elétricos, espancamentos, abuso genital e ameaças de estupro durante sua prisão.

O caso envolve 35 pessoas, com 26 americanos e seis italianos, acusados pelo seqüestro, e três italianos acusados de cumplicidade. Todos foram indiciados no mês passados.

Entre os processados está o antigo chefe do Sismi (serviço secreto militar italiano) Nicolo Pollari e o ex-número um do serviço de contra-espionagem Marco Mancini, além do ex-responsável da CIA na Itália Jeff Castelli e de seu representante em Milão Robert Seldon Lady.

O ex-analista da CIA Michael Scheuer disse anteriormente ao serviço secreto militar da Itália que aprovava a operação, e fontes da CIA que recusaram a se identificar disseram à CNN em 2005 que a agência havia procurado a aprovação do serviço secreto italiano para o seqüestro.

Mas o governo do então primeiro-ministro Silvio Berlusconi negou ter autorizado o seqüestro de Hassan, considerando a ação ilegal.

Grupos de direitos humanos condenam a prática do "extraordinary rendition" [rendição extraordinária], seqüestros-relâmpagos de suspeitos de terrorismo em países europeus e sua transferência para países do Oriente Médio e Ásia Central mais flexíveis em relação ao uso da tortura.

Washington admite que faz transferências secretas entre países de suspeitos de praticar terrorismo, mas nega o uso da tortura ou a entrega de suspeitos para países onde a tortura é praticada.

Com agências internacionais

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