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18/03/2007 - 04h19

Israel define hoje posição oficial sobre o novo governo Palestino

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da Efe, em Jerusalém

O governo do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert adotará hoje, na reunião semanal do gabinete nacional, a posição oficial do país em relação ao novo governo de união nacional da ANP (Autoridade Nacional Palestina), cujos ministros tomaram posse no sábado no Conselho Legislativo.

Segundo fontes governamentais, Israel anunciará que não reconhecerá o novo governo palestino de coalizão entre o movimento islâmico Hamas e o nacionalista Fatah.

Além disso, Israel continuará com o boicote econômico que mantém há um ano, desde que o primeiro governo do Hamas assumiu o poder, também liderado por Ismail Haniyeh.

Isto significa que o governo israelense não vai transferir à ANP a quantia que recolhe como agente de retenção de impostos do Executivo palestino, estimada em US$ 50 milhões por mês.

Em um acordo firmado em dezembro com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, Olmert ordenou o repasse de US$ 100 milhões para cobrir "necessidades humanitárias!".

Por outro lado, vários países do Quarteto de Madri --Estados Unidos, União Européia, ONU e Rússia--, que participavam do boicote, se mostram condescendentes com a reorganização política da ANP e predispostos a retomar sua ajuda aos palestinos da Cisjordânia e de Gaza.

Supõe-se que o argumento que será usado pelo gabinete nacional israelense para rejeitar o novo Executivo palestino será que este não respeita os princípios estabelecidos pelo Quarteto de Madri para alcançar a paz no Oriente Médio, seguindo a fórmula de um Estado para cada povo.

O ministro das Finanças do novo Executivo palestino, Salam Fayyad, afirmou hoje à rádio pública israelense que "o governo da ANP é um organismo auxiliar, o executor de sua política é o presidente Abbas".

Olmert se reuniu com Abbas em três ocasiões desde dezembro. Acredita-se que o premiê israelense, diante da esperança com que a comunidade internacional recebeu o novo governo palestino, reiterará sua posição de não negociar o Executivo Palestino, mas continuará a se reunir com seu presidente.

Abbas, ao contrário de Haniyeh, reiterou no sábado no Conselho Legislativo sua vontade de paz e pediu ao governo de Israel que retome as negociações.

Haniyeh, sem mencionar o Estado de Israel em nenhum momento, já que o Hamas não o reconhece, destacou o direito dos palestinos a resistir e de retornar para terras dos refugiados da guerra árabe-israelense de 1948.

"Admitir o retorno dos refugiados (à terras que estão em território israelense) seria um suicídio, e não nos suicidaremos", afirmou o vice-primeiro-ministro israelense Shimon Peres.

O novo ministro do Exterior palestino, Ziad Abu Amr, do Fatah, pediu hoje que o governo israelense não se deixe levar por "assuntos semânticos", referindo-se a que o novo Executivo não reconheceu expressamente o Estado israelense, mas se comprometeu a respeitar os acordos assinados com ele até o momento.

"Os palestinos devem reconhecer Israel e abandonar o terrorismo. Em todas as vezes que não fazem isto, são eles que se ocupam de assuntos semânticos", reagiu Peres.

A oposição parlamentar israelense, liderada pelo partido nacionalista Likud, presidido pelo ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, defende a ruptura com Abbas, porque "ele e os radicais islâmicos são uma mesma coisa".

O novo Executivo palestino "é um governo do Hamas. Israel está em uma armadilha estratégica: entre os palestinos uma mão continua com o terrorismo e a outra exige concessões, negociando politicamente", afirmou o chefe da bancada do Likud, Gideon Sa'ar.

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