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22/03/2007 - 20h30

Senado dos EUA aprova verba para Iraque mas exige retirada

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da Folha Online

A comissão de Orçamento do Senado americano aprovou nesta quinta-feira uma lei que prevê um valor destinado a financiar a guerra no Iraque, ao mesmo tempo em que inclui um calendário de retirada das tropas com data limite em março de 2008. A fixação de um prazo para a retirada dos soldados americanos é duramente recusada pela Casa Branca, que ameaçou vetar qualquer projeto do Congresso que contrarie sua gestão para a guerra.

A comissão aprovou por aclamação um pacote orçamentário de US$ 122 bilhões, aproveitando a ocasião para pedir que a retirada das tropas do Iraque comece em quatro meses e que a maior parte dos soldados seja retirada até 31 de março do próximo ano.

15.mar.2007/Reuters
Políticos saem do Capitólio; Senado aprovou hoje verba para guerra no Iraque
Políticos saem do Capitólio; Senado aprovou hoje verba para guerra no Iraque
Há exatamente uma semana, no dia 15, o Senado rejeitou uma proposta similar, que propunha a retirada das tropas americanas do combate até março de 2008.

Com 50 votos contra e 48 votos a favor, a medida foi então reprovada nesta Casa --para a aprovação, seriam necessários 60 votos a favor. A medida não fazia exigências, mas sugeria o prazo de cerca de 12 meses para a volta dos soldados em combate no Iraque para os EUA. Ela foi divulgada há duas semanas, e imediatamente levou a Casa Branca a ameaçar vetar a proposta.

A votação de hoje na comissão de Orçamento ocorreu quando o plenário da Câmara de Representantes iniciava um debate sobre um documento parecido, mas com o pedido de que a retirada fosse completada em 31 de agosto de 2008.

Por enquanto, os democratas encontram dificuldades para chegar a um consenso a respeito de um texto considerado muito tímido pelos que querem ver os soldados de volta ainda este ano.

A medida terá agora de ser aprovada no plenário da Casa, o que deve ser discutido em votação na próxima semana.

Verba

A votação na sexta-feira de uma verba de US$ 124 bilhões, que financiará principalmente as operações militares no Iraque e no Afeganistão, é um exercício de alto risco para a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que precisa conciliar a liberação de fundos para a segurança dos soldados com as críticas à continuidade do conflito.
O Congresso democrata espera ter encontrado uma solução ao condicionar a liberação deste montante, considerado importante para o Pentágono, a um calendário de retirada rejeitado pela Casa Branca.

Para conquistar os votos dos indecisos, os democratas acrescentaram vários milhões para despesas difíceis de se recusar, como uma parcela para as vítimas do furacão Katrina de 2005 ou para seca.

"No momento que entramos no quinto ano desta guerra, é claro que a política iraquiana do governo está fracassando e que devemos mudar de orientação. É exatamente o que este projeto de lei faz", defendeu o líder da bancada majoritária, Steny Hoyer.

Oposição

A proposta de um calendário de retirada se choca, porém, com a oposição maciça da Casa Branca e de seus aliados republicanos, que acusam a maioria de querer administrar a guerra no lugar do presidente George W. Bush.

"Nos termos da Constituição, é claro que o Congresso tem o poder de declarar a guerra, financiá-la ou não, mas não de administrá-la", atacou o representante conservador Mike Pence.

Um calendário seria "prejudicial para a segurança nacional e ofensivo para os nossos militares", acusou outro republicano, o ex-presidente da Comissão das Forças Armadas Duncan Hunter.

Aniversário

O conflito no Iraque completou quatro anos na última terça-feira (20). Enquanto os soldados afirmaram não ver a hora de ir para casa, o presidente George W. Bush defendeu a necessidade da guerra e disse que o conflito pode se prolongar.

Os oficiais da nona cavalaria, que patrulham as perigosas ruas de Bagdá à noite em seus veículos blindados, advertiram seus soldados de que a missão, prevista para terminar em outubro, poderia durar mais tempo. Bush ressaltou na segunda-feira que "ainda é cedo" para a retirada das tropas do Iraque.

"Tudo o que queremos é sair daqui o quanto antes", disse um dos suboficiais responsáveis pela patrulha noturna em Bagdá. "O Exército iraquiano tem medo, por isso nós temos que vir e morrer aqui", afirmou o militar, que pediu para não ser identificado.

"No total, 95% dos iraquianos são bons e 5% são maus. Mas os 95% são incapazes de se levantar contra os 5%", concluiu.

"Bush poderia vir e lutar aqui. Eu daria a ele os meus US$ 6.000 mensais e voltaria para casa", disse outro soldado.

O presidente afirmou que a vitória ainda "é possível" mas levará meses, e não dias ou semanas. Em uma serie de declarações oficiais para amenizar a oposição do público à guerra, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, disse que os americanos precisam ser "pacientes" e que o conflito "valeu o sacrifício" por ter derrubado o ditador iraquiano Saddam Hussein.

Mais de 3.200 militares americanos já morreram no conflito no Iraque, que enfrenta crescente oposição tanto no Congresso dos EUA quanto entre a opinião pública americana.

Com agências internacionais

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