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25/03/2007 - 08h51

Irã rejeita sanções da ONU e mantém impasse com Reino Unido

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da Folha Online

O Irã rejeitou a resolução aprovada neste sábado pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) que impôs um embargo de armas e sanções financeiras contra Teerã por sua insistência em manter o programa nuclear do país. A tensão com o país persa se elevou neste domingo também pela continuidade do impasse com o Reino Unido devido à detenção de 15 marinheiros britânicos por Teerã.

A TV estatal iraniana afirmou hoje que o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o embaixador do Reino Unido para protestar contra o que classificou de "entrada ilegal" de marinheiros britânicos nas águas do país.

Mary Altaffer/AP
Embaixadores da ONU durante reunião do Conselho de Segurança neste sábado
Embaixadores da ONU durante reunião do Conselho de Segurança neste sábado
Ontem, foi a vez de diplomatas britânicos convocarem, em Londres, o embaixador iraniano no Reino Unido para exigir a imediata libertação dos detidos, que segundo o governo britânico estavam patrulhando a costa do Iraque no momento da prisão.

O embaixador britânico, Geoffrey Adams, foi chamado para que Irã "proteste contra a entrada ilegal dos marinheiros britânicos nas águas iranianas". O anúncio não forneceu outros detalhes sobre o encontro.

O confronto do país com a comunidade internacional é redobrado pela rejeição de Teerã da resolução aprovada ontem por unanimidade pelos 15 países que compõe atualmente o CS da ONU. Apesar das sanções, as potências renovaram ontem o convite para novas negociações, ao lado de um pacote de incentivos econômicos e tecnológicos, caso o Irã decida acatar a decisão do conselho e interromper seu programa nuclear.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, que esteve presente ontem na reunião do CS da ONU e rejeitou imediatamente a resolução, deverá fazer um anúncio formal para a imprensa neste domingo. Ontem, ele afirmou que a votação da resolução havia sido manipulada por alguns de seus membros para que fosse tomada uma "ação injustificada" contra um programa nuclear pacífico.

"A suspensão do programa nuclear iraniano não é uma opção nem uma solução", afirmou Mottaki.

Resolução

A resolução 1.747 adotada ontem vai além da esfera nuclear e bane também as exportações iranianas de armas convencionais, além de congelar bens de 28 indivíduos e entidades iranianas no exterior, incluindo o Banco Sepah do Irã e os comandantes da Guarda Revolucionária do país.

Alguns dos afetados são acusados de envolvimento em apoio de movimentos militares no exterior. A resolução de ontem afeta a economia iraniana, mas deixa intocada a indústria do petróleo do país --entre as cinco maiores do mundo.

As novas medidas completam uma resolução anterior, de 23 de dezembro último, que baniu o comércio de materiais nucleares e mísseis balísticos com o Irã, além de congelar bens de indivíduos e entidades associadas com programas atômicos. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã não apenas não atendeu a essa resolução como ainda expandiu seu enriquecimento de urânio, levando a ONU a adotar o novo pacote de sanções.

O chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, afirmou neste domingo em uma reunião da UE em Berlim que irá contatar Ali Larijani, principal negociador do Irã para assuntos nucleares, hoje, "para ver se encontramos uma nova rota de negociações".

Diplomatas dos países que redigiram a resolução --Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha-- propuseram a continuidade das discussões com o Irã para tentar uma "via aceitável para ambos os lados para manter abertas as negociações", de acordo com um comunicado conjunto lido ontem.

Israel

O premiê de Israel, Ehud Olmert, principal adversário do Irã no Oriente Médio, aprovou a adoção da resolução, afirmando que as medidas poderão eventualmente coibir as ambições nucleares de Teerã.

Israel, que acredita-se ser o único país do Oriente Médio a possuir um arsenal nuclear, sugeriu que poderia usar ataques militares se a diplomacia falhar com o Irã.

Os dois países muçulmanos do CS da ONU, Indonésia e Qatar, uniram-se ao consenso sem deixar de expressar certas reservas. "Nós nos sentimos profundamente entristecidos pelo conselho ter sido obrigado a adotar a resolução", afirmou o embaixador do Qatar, Nassir Abdulaziz Al Nasser, manifestando seu temor quanto às "prováveis conseqüências", devido à "volátil situação" na região. O Qatar é o único país árabe no CS da ONU atualmente.

A votação não contou com a presença do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que defende o caráter pacífico de seu programa nuclear, alegando que as autoridades americanas demoraram intencionalmente na entrega de vistos para sua delegação.

Com agências internacionais

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