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26/03/2007 - 08h23

Iraque pede que Irã liberte 15 marinheiros capturados

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da Folha Online

O ministro de Relações Exteriores do Iraque, Hoshiyar Zebari, pediu que o Irã liberte os 15 marinheiros britânicos detidos por forças iranianas na sexta-feira (23), informou o Ministério iraquiano nesta segunda-feira. O pedido foi feito por telefone neste domingo.

O Irã alega que os britânicos entraram ilegalmente em águas territoriais iranianas, mas o Reino Unido nega, dizendo que os marinheiros realizavam uma inspeção de rotina em águas do Iraque na região do canal de Shatt al Arab, localizado na fronteira sul entre Irã e Iraque.

De acordo com o ministério, Zebari relatou a seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki, que de acordo com das autoridades do Iraque, o grupo foi detido "em águas iraquianas". "Eles trabalhavam ao lado de forças multinacionais, com a aprovação do governo iraquiano e com as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU", diz a nota.

"O ministro pediu que os detidos sejam liberados, e que o Irã lide de maneira inteligente com o caso", diz ainda o comunicado a respeito do incidente, que causou tensões diplomáticas entre Irã e Reino Unido. O governo britânico exigiu a libertação imediata do grupo, enquanto o regime de Teerã acusa os marinheiros de entrarem ilegalmente em águas iranianas.

Neste domingo, Mottaki afirmou que poderá conceder acesso britânico aos 15 marinheiros detidos pelo governo de Teerã quando a investigação estiver concluída.

A ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett, "demonstrou preocupação com a detenção dos soldados britânicos e pediu acesso consular a eles no Irã" durante conversa telefônica com Mottaki, informou Mansour Sadeghi, porta-voz da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no Irã.

Ao falar durante um encontro de líderes europeus em Berlim, o primeiro-ministro britânico Tony Blair negou que os marinheiros britânicos tenham entrado ilegalmente em águas iranianas, como afirma o Irã. "Isso simplesmente não é verdade", disse o premiê.

"Quero resolver essa situação pela via diplomática o mais rápido possível", disse Blair. Ele afirmou ainda que espera que os iranianos "entendam o quanto essa crise é fundamental para o governo do Reino Unido".

Programa nuclear

Além da crise diplomática, o caso também fez crescer as tensões em torno do programa nuclear iraniano. O Conselho de Segurança da ONU aprovou mais sanções contra o Irã no sábado (24). Reino Unido e EUA também acusam o país de fomentar a violência no Iraque.

A resolução 1.747 adotada no sábado vai além da esfera nuclear e bane também as exportações iranianas de armas convencionais, além de congelar bens de 28 indivíduos e entidades iranianas no exterior, incluindo o Banco Sepah do Irã e os comandantes da Guarda Revolucionária do país.

Alguns dos afetados são acusados de envolvimento em apoio de movimentos militares no exterior. A resolução de ontem afeta a economia iraniana, mas deixa intocada a indústria do petróleo do país --entre as cinco maiores do mundo.

As novas medidas completam uma resolução anterior, de 23 de dezembro último, que baniu o comércio de materiais nucleares e mísseis balísticos com o Irã, além de congelar bens de indivíduos e entidades associadas com programas atômicos.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã não apenas não atendeu a essa resolução como ainda expandiu seu enriquecimento de urânio, levando a ONU a adotar o novo pacote de sanções.

Diplomatas dos países que redigiram a resolução --Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha-- propuseram a continuidade das discussões com o Irã para tentar uma "via aceitável para ambos os lados para manter abertas as negociações", de acordo com um comunicado conjunto lido ontem.

Israel

O premiê de Israel, Ehud Olmert, principal adversário do Irã no Oriente Médio, aprovou a adoção da resolução, afirmando que as medidas poderão eventualmente coibir as ambições nucleares de Teerã.

Israel, que acredita-se ser o único país do Oriente Médio a possuir um arsenal nuclear, sugeriu que poderia usar ataques militares se a diplomacia falhar com o Irã.

Os dois países muçulmanos do CS da ONU, Indonésia e Qatar, uniram-se ao consenso sem deixar de expressar certas reservas. "Nós nos sentimos profundamente entristecidos pelo conselho ter sido obrigado a adotar a resolução", afirmou o embaixador do Qatar, Nassir Abdulaziz Al Nasser, manifestando seu temor quanto às "prováveis conseqüências", devido à "volátil situação" na região. O Qatar é o único país árabe no CS da ONU atualmente.

A votação não contou com a presença do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que defende o caráter pacífico de seu programa nuclear, alegando que as autoridades americanas demoraram intencionalmente na entrega de vistos para sua delegação.

Com agências internacionais

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