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28/03/2007 - 14h24

TV iraniana divulga imagens de marinheiros britânicos detidos

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da Folha Online

A TV iraniana divulgou nesta quarta-feira imagens do grupo de 15 marinheiros britânicos detidos no golfo Pérsico na sexta-feira (23) supostamente após invadirem águas iranianas, em um incidente que causou uma crise diplomática entre Irã e Reino Unido.

O Irã acusa os 15 marinheiros de terem invadido as águas iranianas. O Reino Unido nega dizendo que os marinheiros realizavam uma inspeção de rotina em águas do Iraque na região do canal de Shatt al Arab, localizado na fronteira sul entre Irã e Iraque.

AP
Vídeo mostra Faye Turney, 26, a única mulher do grupo de 15 marinheiros britânicos
Vídeo mostra Faye Turney, 26, a única mulher do grupo de 15 marinheiros britânicos
O vídeo mostra os marinheiros durante uma refeição. A única mulher do grupo, Faye Turney, 26, aparece vestida com uma túnica branca e com a cabeça coberta por um lenço preto.

Na gravação Turney aparentemente admite que os marinheiros violaram o limite da fronteira entre o Iraque e o Irã. "Obviamente, nós invadimos as águas deles", diz ela no vídeo exibido na TV Al Alam. "Eles foram muito amigáveis e hospitaleiros.

"Eles nos explicaram por que havíamos sido detidos, não houve agressão", acrescentou.

As imagens mostram ainda uma rápida cena do grupo de marinheiros sentado em uma embarcação iraniana logo após ser detido. O vídeo também exibe uma carta escrita à mão por Turney, no qual ela pede desculpas pela invasão.

AP
Turney (à dir.) faz refeição ao lado de outros marinheiros britânicos detidos no golfo Pérsico
Turney (à dir.) faz refeição ao lado de outros marinheiros britânicos detidos no golfo Pérsico
Hoje, o Irã afirmou que iria libertar Turney, a única mulher do grupo, até esta quinta-feira. "Hoje ou amanhã, a moça será libertada", afirmou o ministro iraniano de Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, durante uma conferência da qual participa na Arábia Saudita.

O ministro descartou a possibilidade de uma escalada na crise, sugerindo que a suposta invasão das águas iranianas pelos marinheiros britânicos teria sido acidental. "Foi uma violação que aconteceu. Pode ter sido não-intencional. Eles não resistiram", afirmou.

O Reino Unido e o Irã viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido negou a invasão.

Além da crise diplomática, o caso também fez crescer as tensões em torno do programa nuclear iraniano. O Conselho de Segurança da ONU aprovou mais sanções contra o Irã no sábado (24). Reino Unido e EUA também acusam o país de fomentar a violência no Iraque.

Pressão

Também nesta quarta-feira, o Reino Unido anunciou que irá suspender os contatos bilaterais com o Irã enquanto não for resolvida a crise devido à detenção dos 15 militares britânicos.

"Chegamos à conclusão de que é preciso concentrar nossos esforços bilaterais durante esta fase para a resolução desta questão", afirmou a ministra na Câmara dos Comuns. "Por isso, vamos congelar os contatos bilaterais oficiais com o Irã até que esta situação se resolva".

O premiê britânico, Tony Blair, endureceu ontem o tom com o Irã, ameaçando passar para uma "nova fase" se a via diplomática não conseguir libertar os 15 militares de seu país detidos no dia 23. "Eu espero que eles [o governo iraniano] percebam que têm de libertá-los", afirmou Blair em entrevista à rede GMTV. "Mas caso não aconteça, isso entrará em uma nova fase".

Hoje, Blair afirmou que é preciso "aumentar a pressão diplomática sobre o Irã". "Não há justificativa para o que aconteceu. É algo completamente inaceitável, errado e ilegal", afirmou Blair, acrescentando: "É preciso aumentar a pressão diplomática".

Manobras militares

A Marinha dos EUA lançou nesta terça-feira exercícios militares no golfo Pérsico, com o uso de navios, porta-aviões e aeronaves militares, em meio ao impasse em torno da detenção.

Marcelo Katsuki/Fol
As manobras --que envolvem 15 navios de guerra e centenas de aviões militares-- devem acirrar as tensões com o Irã, que freqüentemente condena a presença americana na área.

No total, os exercícios dos EUA envolvem 10 mil homens em navios e aviões militares que simulam ataques a aviões e navios inimigos, caças a submarinos inimigos, entre outras ações.

Grupos de ataque Stennis, que levam mais de 6.500 marinheiros e marines, entraram no golfo Pérsico na noite desta segunda-feira, de acordo com a Marinha. As armadas Stennis se juntarão à Eisenhower, que patrulha permanentemente o golfo Pérsico.

Jogos de guerra

Os exercícios representam o mais recente dos episódios de demonstração de força entre o Irã e os EUA. Em abril e em novembro de 2006, o Irã conduziu manobras militares na região.
Em outubro do ano passado, foi a vez da Marinha americana fazer treinos militares para tentar intimidar Teerã devido à sua recusa em suspender seu programa nuclear.

Em janeiro último, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, anunciou que grupos de ataque Stennis estavam sendo enviados para o Oriente Médio como um "alerta" para o Irã.

Na quinta-feira passada (22), um dia antes da detenção dos marinheiros britânicos, a Marinha do Irã realizou treinos militares com o uso de submarinos e pequenas embarcações com lançadores de mísseis. Os treinos visariam mostrar "poder de defesa para proteger o golfo Pérsico" e deveriam durar até 30 de março.

Países árabes demonstram apreensão com a crescente hostilidade entre EUA e Irã, temendo que as tensões mútuas culminem em uma guerra indesejada entre os dois países na região.

Com agências internacionais

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