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08/04/2007
-
12h42
da Folha Online
Após o fim da crise com o Reino Unido, causada pela detenção de 15 militares britânicos pelo Irã durante 13 dias, o governo iraniano se prepara para retomar a defesa de seu controverso programa nuclear. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou neste domingo que apresentará "boas notícias" amanhã a respeito da evolução do programa de enriquecimento de urânio do país, pouco depois da inauguração das unidades logísticas da usina nuclear de Bushehr.
Ahmadinejad comparecerá nesta segunda-feira à usina de enriquecimento de urânio de Natanz para celebrar o Dia da Energia Nuclear no país, segundo a imprensa iraniana. Também devem estar presentes no ato representantes de países islâmicos e embaixadores de membros do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA), de acordo com a mídia local.
O Dia da Energia Nuclear marca o primeiro aniversário da data em que cientistas iranianos conseguiram enriquecer urânio acima do nível necessário para produzir combustível atômico para reatores civis.
Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório. Para o aniversário, autoridades de Teerã convidaram jornalistas à planta nuclear de Natanz para ouvir as declarações de Ahmadinejad, há menos de um mês da última resolução da ONU contra o Irã.
Notícias
As "boas notícias" prometidas por Ahmadinejad para amanhã são desconhecidas, mas a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars afirmou hoje que o presidente poderia anunciar a instalação de uma cascata de 3.000 centrífugas na usina da Natanz.
Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.
De acordo com os últimos relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Natanz dispõe atualmente de 1.000 centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3.000 centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.
Resoluções
Na última resolução do CS da ONU contra o Irã (1.747), em 24 de março, os 15 membros conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.
O pacote de sanções, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país.
Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.
Neste domingo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã". Ele afirma que a exigência contraria as regulações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário, que permitem o desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a obtenção de energia.
"O inimigo quer criar uma guerra psicológica, mas o povo do Irã é consciente e esta medida vai o afetar pouco", disse o vice-presidente iraniano em alusão à resolução 1.747.
Reino Unido
A volta das atenções ao programa nuclear do Irã só foi possível após o fim do impasse com o Reino Unido sobre a detenção de 15 militares britânicos por Teerã. Os 14 homens e uma mulher, entre marinheiros e fuzileiros navais, foram capturados no golfo Pérsico pelo Irã em 23 de março e permaneceram detidos até a última quarta-feira (4).
O Irã acusou os britânicos de invadirem ilegalmente as águas territoriais iranianas, o que o Reino Unido nega. Após a volta a Londres, na quinta-feira (5), os 15 militares afirmaram que foram submetidos a forte pressão psicológica para que confessassem a invasão.
O principal assessor do presidente iraniano negou neste sábado que o grupo tenha sido maltratado durante a detenção, que chegou a causar o corte das relações diplomáticas entre os dois países.
Para o assessor Ali Akbar Javanfekr, as denúncias dos militares foram feitas sob pressão de seus superiores. "A informação de maus-tratos aos marinheiros é uma mentira. Os dirigentes britânicos devem saber que não podem ocultar eternamente a verdade do povo britânico", afirmou Javanfekr.
Com agências internacionais
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Após o fim da crise com o Reino Unido, causada pela detenção de 15 militares britânicos pelo Irã durante 13 dias, o governo iraniano se prepara para retomar a defesa de seu controverso programa nuclear. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou neste domingo que apresentará "boas notícias" amanhã a respeito da evolução do programa de enriquecimento de urânio do país, pouco depois da inauguração das unidades logísticas da usina nuclear de Bushehr.
12.mar.2007/Reuters |
Mahmoud Ahmadinejad anunciará amanhã desenvolvimento de programa nuclear do Irã |
O Dia da Energia Nuclear marca o primeiro aniversário da data em que cientistas iranianos conseguiram enriquecer urânio acima do nível necessário para produzir combustível atômico para reatores civis.
Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório. Para o aniversário, autoridades de Teerã convidaram jornalistas à planta nuclear de Natanz para ouvir as declarações de Ahmadinejad, há menos de um mês da última resolução da ONU contra o Irã.
Notícias
As "boas notícias" prometidas por Ahmadinejad para amanhã são desconhecidas, mas a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars afirmou hoje que o presidente poderia anunciar a instalação de uma cascata de 3.000 centrífugas na usina da Natanz.
Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.
De acordo com os últimos relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Natanz dispõe atualmente de 1.000 centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3.000 centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.
Resoluções
Na última resolução do CS da ONU contra o Irã (1.747), em 24 de março, os 15 membros conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.
O pacote de sanções, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país.
Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.
Neste domingo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã". Ele afirma que a exigência contraria as regulações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário, que permitem o desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a obtenção de energia.
"O inimigo quer criar uma guerra psicológica, mas o povo do Irã é consciente e esta medida vai o afetar pouco", disse o vice-presidente iraniano em alusão à resolução 1.747.
Reino Unido
A volta das atenções ao programa nuclear do Irã só foi possível após o fim do impasse com o Reino Unido sobre a detenção de 15 militares britânicos por Teerã. Os 14 homens e uma mulher, entre marinheiros e fuzileiros navais, foram capturados no golfo Pérsico pelo Irã em 23 de março e permaneceram detidos até a última quarta-feira (4).
4.abr.2007/Reuters |
Britânicos acenam para repórteres em Teerã; grupo chegou ao Reino Unido na quinta (5) |
O principal assessor do presidente iraniano negou neste sábado que o grupo tenha sido maltratado durante a detenção, que chegou a causar o corte das relações diplomáticas entre os dois países.
Para o assessor Ali Akbar Javanfekr, as denúncias dos militares foram feitas sob pressão de seus superiores. "A informação de maus-tratos aos marinheiros é uma mentira. Os dirigentes britânicos devem saber que não podem ocultar eternamente a verdade do povo britânico", afirmou Javanfekr.
Com agências internacionais
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