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09/04/2007
-
13h00
da Folha Online
Em resposta ao anúncio do Irã de que o país passou para a fase de produção industrial de combustível nuclear, a Casa Branca afirmou nesta segunda-feira estar "muito preocupada" com o avanço do controverso programa nuclear iraniano. Washington considerou que agora é "inaceitável" um retorno da cooperação iraniana com a agência atômica das Nações Unidas, já que o país violou mais uma vez as exigências da ONU para o fim do programa.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje em um ato na usina de Natanz que o país alcançou níveis industriais de produção de combustível nuclear. Ahmadinejad fez o anúncio presença da imprensa iraniana e internacional na data em que o Irã celebra o "Dia da Energia Nuclear".
"Não há provas de ilegalidade em nossas atividades", disse Ahmadinejad, afirmando que o Irã agiu com transparência ao permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no passado. Ele reafirmou que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos e disse que o país obedece às normas internacionais sobre o tema, de acordo com o Tratado de Não-Proliferação nuclear, do que é membro.
"Aqueles que nos desafiam usam eles mesmos a tecnologia nuclear", lembrou Ahmadinejad, em alusão aos membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China).
A ONU aprovou recentemente sua segunda resolução (1.747) contra o Irã devido à insistência do país persa em manter o programa nuclear, que é suspeito de visar a produção de um bomba.
Pouco após o anúncio de hoje, o principal negociador internacional iraniano, Ali Larijani, afirmou que o Irã não terá opção a não ser abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear caso seja submetido a mais pressões da comunidade internacional.
Ahmadinejad usou também argumentos ecológicos para defender o programa. Ele afirmou que a energia nuclear é mais limpa e não contribui para a poluição que piora os efeitos do aquecimento global como os combustíveis fósseis, que não são uma fonte inesgotável de energia.
"Se os combustíveis fósseis fossem suficientes para prover energia para o mundo, os países ocidentais que nos criticam não teriam desenvolvido energia nuclear em seus territórios." Por fim, o presidente afirmou que o Irã resistirá às pressões internacionais e continuará a produzir combustível nuclear.
Usinas nucleares
Antes da fala de Ahmadinejad, o presidente da Organização iraniana de Energia Atômica iraniano, Gholam-Reza Aghazadeh, anunciou que o Irã começou a produzir em massa centrífugas para o enriquecimento de urânio.
"Estamos reunidos hoje para celebrar a passagem do projeto de enriquecimento de urânio a uma escala industrial", disse Aghazadeh.
Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório.
Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.
De acordo com os últimos relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Natanz dispõe atualmente de mil centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3.000 centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.
Oposição internacional
Na última resolução do CS da ONU contra o Irã (1.747), em 24 de março, os 15 membros conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.
""O pacote de sanções, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país.
Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.
Neste domingo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã". Ele afirma que a exigência contraria as regulações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário, que permitem o desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a obtenção de energia.
"O inimigo quer criar uma guerra psicológica, mas o povo do Irã é consciente e esta medida vai o afetar pouco", disse o vice-presidente iraniano em alusão à resolução 1.747.
Com agências internacionais
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Em resposta ao anúncio do Irã de que o país passou para a fase de produção industrial de combustível nuclear, a Casa Branca afirmou nesta segunda-feira estar "muito preocupada" com o avanço do controverso programa nuclear iraniano. Washington considerou que agora é "inaceitável" um retorno da cooperação iraniana com a agência atômica das Nações Unidas, já que o país violou mais uma vez as exigências da ONU para o fim do programa.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje em um ato na usina de Natanz que o país alcançou níveis industriais de produção de combustível nuclear. Ahmadinejad fez o anúncio presença da imprensa iraniana e internacional na data em que o Irã celebra o "Dia da Energia Nuclear".
Hasan Sarbakhshian/AP |
Ahmadinejad fez o anúncio de hoje na usina nuclear de Natanz, 300 km ao sul de Teerã |
"Aqueles que nos desafiam usam eles mesmos a tecnologia nuclear", lembrou Ahmadinejad, em alusão aos membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China).
A ONU aprovou recentemente sua segunda resolução (1.747) contra o Irã devido à insistência do país persa em manter o programa nuclear, que é suspeito de visar a produção de um bomba.
Pouco após o anúncio de hoje, o principal negociador internacional iraniano, Ali Larijani, afirmou que o Irã não terá opção a não ser abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear caso seja submetido a mais pressões da comunidade internacional.
Ahmadinejad usou também argumentos ecológicos para defender o programa. Ele afirmou que a energia nuclear é mais limpa e não contribui para a poluição que piora os efeitos do aquecimento global como os combustíveis fósseis, que não são uma fonte inesgotável de energia.
"Se os combustíveis fósseis fossem suficientes para prover energia para o mundo, os países ocidentais que nos criticam não teriam desenvolvido energia nuclear em seus territórios." Por fim, o presidente afirmou que o Irã resistirá às pressões internacionais e continuará a produzir combustível nuclear.
Usinas nucleares
Antes da fala de Ahmadinejad, o presidente da Organização iraniana de Energia Atômica iraniano, Gholam-Reza Aghazadeh, anunciou que o Irã começou a produzir em massa centrífugas para o enriquecimento de urânio.
"Estamos reunidos hoje para celebrar a passagem do projeto de enriquecimento de urânio a uma escala industrial", disse Aghazadeh.
Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório.
Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.
De acordo com os últimos relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Natanz dispõe atualmente de mil centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3.000 centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.
Oposição internacional
Na última resolução do CS da ONU contra o Irã (1.747), em 24 de março, os 15 membros conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.
12.mar.2007/Reuters |
Mahmoud Ahmadinejad anunciou hoje desenvolvimento de programa nuclear do Irã |
Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.
Neste domingo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã". Ele afirma que a exigência contraria as regulações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário, que permitem o desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a obtenção de energia.
"O inimigo quer criar uma guerra psicológica, mas o povo do Irã é consciente e esta medida vai o afetar pouco", disse o vice-presidente iraniano em alusão à resolução 1.747.
Com agências internacionais
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