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01/05/2007
-
10h06
da Folha Online
Um ministro do governo do premiê israelense, Ehud Olmert, renunciou ao cargo nesta terça-feira, um dia depois da divulgação de um relatório a respeito a Guerra do Líbano.
O relatório, elaborado em Israel pelo Comitê Winograd, afirma que Olmert cometeu "graves erros" durante o conflito contra o Hizbollah no Líbano e faz duras críticas também ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao então chefe do Exército israelense, Dan Halutz.
A renúncia de Eitan Cabel, ministro sem pasta do governo de Olmert, é o primeiro impacto na formação do governo após a divulgação do documento. Após anunciar que deixará o cargo, o ministro aconselhou o premiê a seguir seu exemplo. "Olmert deve renunciar. Ele tem que assumir a responsabilidade. Eu não posso mais fazer parte deste governo", afirmou Cabel.
A renúncia também foi pedida hoje por manifestantes e pela oposição ao governo, além de ter sido prevista por membros do próprio Hizbollah que fizeram coro às críticas contra o premiê.
"Ele não conseguirá continuar no posto com a pressão do Exército, dos partidos de oposição e do público israelense", afirmou Hassam Ezzeddine, oficial sênior do Hizbollah no sul do Líbano. Para ele, o relatório "confirmou a inabilidade da liderança política e militar de Israel para tomar as decisões certas durante o confronto com o Hizbollah".
Renúncia
No entanto, apesar da pressão, Olmert rejeitou ontem a possibilidade de deixar o cargo.
Olmert convocou uma reunião de altos oficiais de seu partido, o Kadima, depois da divulgação das críticas. Em um discurso feito na TV israelense, o premiê disse que os erros que foram cometidos serão corrigidos e que não seria correto renunciar.
"É um relatório duro que demonstra os fracassos da direção política do país --e meus em particular-- mas não creio que seja oportuno que eu renuncie. Vamos agir para aplicar imediatamente as recomendações da comissão", disse Olmert, citado por um canal de TV de Israel.
A popularidade de Olmert caiu devido ao conflito no Líbano e a uma série de escândalos de corrupção envolvendo membros de seu governo.
Documento
O relatório foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.
O texto, elaborado pelo Comitê Winograd, faz duras críticas a Olmert, ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao então chefe do Exército israelense, Dan Halutz.
De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Já Halutz teria agido de forma "impulsiva" à frente do Exército.
Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense. O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].
Futuro incerto
O Comitê Winograd não tem poder para depor autoridades, mas os resultados das investigações podem ser estopim de manifestações que levem à renúncia de Olmert e Peretz. Halutz renunciou ao cargo em janeiro, após meses sendo alvo de críticas.
Neste domingo, o Partido Trabalhista e outros partidos de oposição pediram a renúncia de Olmert. No entanto, o premiê já rejeitou em várias ocasiões a possibilidade de deixar o cargo.
Se ele perder o apoio interno do Kadima, a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, deve sucedê-lo.
Caso sua administração caia e novas eleições sejam convocadas, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, do Partido Likud, seria eleito novo premiê, de acordo com pesquisas.
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Ministro de Israel renuncia após relatório sobre Guerra do Líbano
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Um ministro do governo do premiê israelense, Ehud Olmert, renunciou ao cargo nesta terça-feira, um dia depois da divulgação de um relatório a respeito a Guerra do Líbano.
O relatório, elaborado em Israel pelo Comitê Winograd, afirma que Olmert cometeu "graves erros" durante o conflito contra o Hizbollah no Líbano e faz duras críticas também ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao então chefe do Exército israelense, Dan Halutz.
Olivier Fitoussi/EFE |
O ministro Eitan Cabel, que anunciou sua renúncia nesta terça-feira |
A renúncia também foi pedida hoje por manifestantes e pela oposição ao governo, além de ter sido prevista por membros do próprio Hizbollah que fizeram coro às críticas contra o premiê.
"Ele não conseguirá continuar no posto com a pressão do Exército, dos partidos de oposição e do público israelense", afirmou Hassam Ezzeddine, oficial sênior do Hizbollah no sul do Líbano. Para ele, o relatório "confirmou a inabilidade da liderança política e militar de Israel para tomar as decisões certas durante o confronto com o Hizbollah".
Renúncia
No entanto, apesar da pressão, Olmert rejeitou ontem a possibilidade de deixar o cargo.
Olmert convocou uma reunião de altos oficiais de seu partido, o Kadima, depois da divulgação das críticas. Em um discurso feito na TV israelense, o premiê disse que os erros que foram cometidos serão corrigidos e que não seria correto renunciar.
"É um relatório duro que demonstra os fracassos da direção política do país --e meus em particular-- mas não creio que seja oportuno que eu renuncie. Vamos agir para aplicar imediatamente as recomendações da comissão", disse Olmert, citado por um canal de TV de Israel.
A popularidade de Olmert caiu devido ao conflito no Líbano e a uma série de escândalos de corrupção envolvendo membros de seu governo.
Documento
O relatório foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.
O texto, elaborado pelo Comitê Winograd, faz duras críticas a Olmert, ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao então chefe do Exército israelense, Dan Halutz.
De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Já Halutz teria agido de forma "impulsiva" à frente do Exército.
Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense. O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].
Futuro incerto
O Comitê Winograd não tem poder para depor autoridades, mas os resultados das investigações podem ser estopim de manifestações que levem à renúncia de Olmert e Peretz. Halutz renunciou ao cargo em janeiro, após meses sendo alvo de críticas.
Neste domingo, o Partido Trabalhista e outros partidos de oposição pediram a renúncia de Olmert. No entanto, o premiê já rejeitou em várias ocasiões a possibilidade de deixar o cargo.
Se ele perder o apoio interno do Kadima, a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, deve sucedê-lo.
Caso sua administração caia e novas eleições sejam convocadas, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, do Partido Likud, seria eleito novo premiê, de acordo com pesquisas.
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