Publicidade
Publicidade
01/05/2007
-
16h13
da Folha Online
O premiê israelense, Ehud Olmert, enfrenta forte pressão para deixar o cargo após a publicação de um relatório a respeito da Guerra do Líbano que aponta que o líder israelense cometeu "graves erros" na condução do conflito e tece críticas ao seu governo.
A campanha para que Olmert deixe o governo acirrou-se nesta terça-feira depois da renúncia do ministro sem pasta Eitan Cabel, no primeiro impacto na formação governista após a divulgação do documento.
Após anunciar que deixará o cargo, o ministro aconselhou o premiê a seguir seu exemplo. "Olmert deve renunciar. Ele tem que assumir a responsabilidade. Eu não posso mais fazer parte deste governo", afirmou Cabel.
A ministra de Relações Exteriores e vice-premiê de Israel, Tzipi Livni, também disse a assessores nesta terça-feira que Olmert deveria deixar o governo, segundo TVs israelenses.
"Olmert deve sair", disse Livni, de acordo com o Channel 10. Outra emissora de TV, o Channel 2, afirmou que a ministra --forte candidata a suceder Olmert-- está fazendo pressão para substitui-lo na chefia de governo.
Se Olmert perder o apoio interno de seu partido, o Kadima, Livni deve sucedê-lo como premiê. Caso sua administração caia e novas eleições sejam convocadas, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, do Partido Likud, seria o eleito, de acordo com pesquisas.
Em declarações após reunião nesta terça-feira, assessores de Olmert afirmaram que o premiê sabe que poderá ser forçado a deixar o cargo devido à rejeição popular a seu governo após a publicação do documento, elaborado pelo Comitê Winograd.
Além de acusar o premiê de cometer "graves erros" durante o conflito contra a milícia xiita Hizbollah no Líbano, em 2006, o documento faz duras críticas também ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao então chefe do Exército israelense, Dan Halutz.
Insatisfação
Jornais israelenses também pediram a renúncia de Olmert, dizendo que o premiê "perdeu a confiança" de grande parte do povo israelense. De acordo com a rádio de Israel, 70% dos israelenses dizem acreditar que ele deveria deixar o governo após a divulgação do relatório.
A popularidade de Olmert caiu devido ao conflito no Líbano e a uma série de escândalos de corrupção envolvendo membros de seu governo.
A renúncia também foi pedida hoje por manifestantes e pela oposição ao governo, além de ter sido prevista por membros do próprio Hizbollah que fizeram coro às críticas contra o premiê.
"Ele não conseguirá continuar no posto com a pressão do Exército, dos partidos de oposição e do público israelense", afirmou Hassam Ezzeddine, oficial sênior do Hizbollah no sul do Líbano. Para ele, o relatório "confirmou a inabilidade da liderança política e militar de Israel para tomar as decisões certas durante o confronto com o Hizbollah".
No entanto, apesar da pressão, Olmert rejeitou ontem a possibilidade de deixar o cargo.
Em mensagem gravada e divulgada na noite desta segunda-feira pelos meios de comunicação de Israel, Olmert admitiu as acusações feitas a ele pela Comissão Winograd, disse que não renunciará e que se dedicará a "corrigir rapidamente os erros".
Documento
O relatório foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.
De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Já Halutz teria agido de forma "impulsiva" à frente do Exército.
Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense.
O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].
Reunião
O Parlamento israelense (Knesset) realizará na quinta-feira (3) uma sessão extraordinária para analisar o relatório. "O Knesset deve realizar uma sessão especial para analisar as conclusões da Comissão Winograd", disse hoje a presidente do Parlamento, Dalia Itzik.
Olmert apresentará amanhã ao Conselho de Ministros uma proposta para a criação de uma equipe para estudar e aplicar as recomendações da comissão, segundo a rádio israelense.
A emissora, que cita várias fontes do escritório do premiê em Jerusalém, acrescentou que a equipe será composta de vários ministros e supervisionada pelo próprio Olmert.
Com Reuters e Associated Press
Leia mais
Relatório culpa Olmert por "graves erros" em conflito no Líbano
Premiê israelense descarta renúncia após sofrer críticas
Manifestantes exigem renúncia de premiê israelense em Jerusalém
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Israel
Leia o que já foi publicado sobre o Líbano
Leia o que já foi publicado sobre Ehud Olmert
Leia o que já foi publicado sobre a Guerra do Líbano
Após renúncia de ministro, Olmert sofre pressão para deixar cargo
Publicidade
O premiê israelense, Ehud Olmert, enfrenta forte pressão para deixar o cargo após a publicação de um relatório a respeito da Guerra do Líbano que aponta que o líder israelense cometeu "graves erros" na condução do conflito e tece críticas ao seu governo.
A campanha para que Olmert deixe o governo acirrou-se nesta terça-feira depois da renúncia do ministro sem pasta Eitan Cabel, no primeiro impacto na formação governista após a divulgação do documento.
Menahem Kahana/AP |
Olmert sofre pressão para renunciar após relatório |
A ministra de Relações Exteriores e vice-premiê de Israel, Tzipi Livni, também disse a assessores nesta terça-feira que Olmert deveria deixar o governo, segundo TVs israelenses.
"Olmert deve sair", disse Livni, de acordo com o Channel 10. Outra emissora de TV, o Channel 2, afirmou que a ministra --forte candidata a suceder Olmert-- está fazendo pressão para substitui-lo na chefia de governo.
Se Olmert perder o apoio interno de seu partido, o Kadima, Livni deve sucedê-lo como premiê. Caso sua administração caia e novas eleições sejam convocadas, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, do Partido Likud, seria o eleito, de acordo com pesquisas.
Em declarações após reunião nesta terça-feira, assessores de Olmert afirmaram que o premiê sabe que poderá ser forçado a deixar o cargo devido à rejeição popular a seu governo após a publicação do documento, elaborado pelo Comitê Winograd.
Além de acusar o premiê de cometer "graves erros" durante o conflito contra a milícia xiita Hizbollah no Líbano, em 2006, o documento faz duras críticas também ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao então chefe do Exército israelense, Dan Halutz.
Insatisfação
Jornais israelenses também pediram a renúncia de Olmert, dizendo que o premiê "perdeu a confiança" de grande parte do povo israelense. De acordo com a rádio de Israel, 70% dos israelenses dizem acreditar que ele deveria deixar o governo após a divulgação do relatório.
Jim Hollander/Efe |
Mulher israelense segura cartaz que pede renúncia de Olmert |
A renúncia também foi pedida hoje por manifestantes e pela oposição ao governo, além de ter sido prevista por membros do próprio Hizbollah que fizeram coro às críticas contra o premiê.
"Ele não conseguirá continuar no posto com a pressão do Exército, dos partidos de oposição e do público israelense", afirmou Hassam Ezzeddine, oficial sênior do Hizbollah no sul do Líbano. Para ele, o relatório "confirmou a inabilidade da liderança política e militar de Israel para tomar as decisões certas durante o confronto com o Hizbollah".
No entanto, apesar da pressão, Olmert rejeitou ontem a possibilidade de deixar o cargo.
Em mensagem gravada e divulgada na noite desta segunda-feira pelos meios de comunicação de Israel, Olmert admitiu as acusações feitas a ele pela Comissão Winograd, disse que não renunciará e que se dedicará a "corrigir rapidamente os erros".
Documento
O relatório foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.
De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Já Halutz teria agido de forma "impulsiva" à frente do Exército.
Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense.
O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].
Reunião
O Parlamento israelense (Knesset) realizará na quinta-feira (3) uma sessão extraordinária para analisar o relatório. "O Knesset deve realizar uma sessão especial para analisar as conclusões da Comissão Winograd", disse hoje a presidente do Parlamento, Dalia Itzik.
Olmert apresentará amanhã ao Conselho de Ministros uma proposta para a criação de uma equipe para estudar e aplicar as recomendações da comissão, segundo a rádio israelense.
A emissora, que cita várias fontes do escritório do premiê em Jerusalém, acrescentou que a equipe será composta de vários ministros e supervisionada pelo próprio Olmert.
Com Reuters e Associated Press
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice