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01/05/2007
-
17h12
da Associated Press
Após protestos em defesa da laicidade do Estado que tumultuaram o país nos últimos dias, a corte máxima da Turquia anulou nesta terça-feira a votação em primeiro turno no Parlamento para presidente que havia sido vencida pelo candidato do partido islâmico governista. A votação foi boicotada pela oposição, que depois denunciou a falta de quórum mínimo e pediu sua anulação.
Em resposta à decisão, o governo afirmou que faria uma nova votação nesta quarta-feira, mas um dos líderes do Parlamento, Sadullah Ergin, disse mais tarde que não haveria eleição, mas apenas uma discussão a respeito de um novo cronograma de votos. Não há definição oficial sobre as atividades dos legisladores amanhã.
A perspectiva do candidato governista, o ministro das Relações Exteriores Abdullah Gul, se tornar presidente gerou temores de um fortalecimento da influência islâmica no governo --vista como uma ameaça à tradicional laicidade do Estado turco.
Centenas de milhares de manifestantes defenderam o Estado laico em um ato no último domingo (29) em Istambul, no qual também pediram a queda do governo.
Boicote
O Partido Republicano do Povo, de oposição, boicotou o primeiro turno de votação na última sexta-feira (27) e pediu seu cancelamento após argumentar que o quórum mínimo de dois terços dos 550 legisladores não havia sido alcançado. Para ser eleito na Turquia, um presidente precisa de dois terços dos votos dos parlamentares em dois turnos e de uma maioria simples em um terceiro turno de votação indireta.
"Cancelamos o primeiro turno. Se o Parlamento vai continuar a votar ou não, não sabemos", disse o porta-voz da Corte Constitucional da Turquia Hasim Kilic. "Nossa corte determinou que um quórum mínimo de 367 legisladores é necessário" para a votação, afirmou.
Não será fácil para o partido gorvernista, que tem 352 assentos no Parlamento, conseguir o quórum mínimo para a realização de uma nova votação. Espera-se que os legisladores que boicotaram o primeiro turno mantenham sua oposição em uma segunda votação.
Reunião
O atual premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, se reuniu com seu partido após a decisão da corte e disse que fará um pronunciamento mais tarde hoje. Há alguns dias, o governo considerou organizar eleições gerais como forma de sair da crise.
"Gostaríamos que as eleições fossem realizadas assim que possível", disse o porta-voz do governo Cemil Cicek. Gul, em um discurso na TV pública turca depois da decisão da corte, afirmou que eleições gerais deveriam ser organizadas brevemente e defendeu a mudança do sistema político da Turquia para que os presidentes sejam eleitos diretamente pelo povo.
Erdogan pediu ontem à população que mantenha a calma e fique unida para assegurar a estabilidade e a recuperação econômica do país.
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Após protestos em defesa da laicidade do Estado que tumultuaram o país nos últimos dias, a corte máxima da Turquia anulou nesta terça-feira a votação em primeiro turno no Parlamento para presidente que havia sido vencida pelo candidato do partido islâmico governista. A votação foi boicotada pela oposição, que depois denunciou a falta de quórum mínimo e pediu sua anulação.
29.abr.2007/AP |
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Manifestantes defendem Estado laico na Turquia durante ato em Istambul |
A perspectiva do candidato governista, o ministro das Relações Exteriores Abdullah Gul, se tornar presidente gerou temores de um fortalecimento da influência islâmica no governo --vista como uma ameaça à tradicional laicidade do Estado turco.
Centenas de milhares de manifestantes defenderam o Estado laico em um ato no último domingo (29) em Istambul, no qual também pediram a queda do governo.
Boicote
O Partido Republicano do Povo, de oposição, boicotou o primeiro turno de votação na última sexta-feira (27) e pediu seu cancelamento após argumentar que o quórum mínimo de dois terços dos 550 legisladores não havia sido alcançado. Para ser eleito na Turquia, um presidente precisa de dois terços dos votos dos parlamentares em dois turnos e de uma maioria simples em um terceiro turno de votação indireta.
"Cancelamos o primeiro turno. Se o Parlamento vai continuar a votar ou não, não sabemos", disse o porta-voz da Corte Constitucional da Turquia Hasim Kilic. "Nossa corte determinou que um quórum mínimo de 367 legisladores é necessário" para a votação, afirmou.
Não será fácil para o partido gorvernista, que tem 352 assentos no Parlamento, conseguir o quórum mínimo para a realização de uma nova votação. Espera-se que os legisladores que boicotaram o primeiro turno mantenham sua oposição em uma segunda votação.
Reunião
O atual premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, se reuniu com seu partido após a decisão da corte e disse que fará um pronunciamento mais tarde hoje. Há alguns dias, o governo considerou organizar eleições gerais como forma de sair da crise.
"Gostaríamos que as eleições fossem realizadas assim que possível", disse o porta-voz do governo Cemil Cicek. Gul, em um discurso na TV pública turca depois da decisão da corte, afirmou que eleições gerais deveriam ser organizadas brevemente e defendeu a mudança do sistema político da Turquia para que os presidentes sejam eleitos diretamente pelo povo.
Erdogan pediu ontem à população que mantenha a calma e fique unida para assegurar a estabilidade e a recuperação econômica do país.
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