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09/05/2007
-
19h35
da Folha Online
Em uma visita-surpresa a Bagdá nesta quarta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, pressionou os líderes iraquianos para reduzirem a violência e alcançarem a reconciliação entre todos os grupos nacionais. Cheney afirmou que o Iraque continua a ser um local "perigoso", mas que percebe o esforço dos líderes iraquianos para conter a crescente violência sectária que assola o país.
Horas após a chegada do vice-presidente ao país, houve um relato, ainda não-confirmado oficialmente, de uma explosão ocorrida perto da embaixada americana na capital, que fica na Zona Verde, área de segurança máxima que abriga representações diplomáticas em Bagdá.
A agência de notícias Associated Press afirmou que a explosão sacudiu as janelas da embaixada enquanto Cheney estava no prédio e que os jornalistas que acompanhavam o vice-presidente foram levados temporariamente para um abrigo.
A Embaixada dos EUA e o Exército americano disseram não ter informações a respeito.
Cheney fez um apelo a parlamentares do Iraque para que abandonem planos para um recesso de dois meses enquanto as forças de segurança dos EUA ainda estão lutando. Para o vice-presidente, com sérios assuntos pendentes --incluindo a forma de dividir os lucros obtidos da extração no petróleo no país--, "um adiamento [do trabalho dos parlamentares] seria difícil de explicar".
O vice-presidente afirmou hoje que sentiu "uma tomada de consciência e um sentido profundo de urgência" entre os líderes iraquianos durante sua visita a Bagdá.
Pressão
Com a Casa Branca sofrendo forte pressão para mostrar que o governo do premiê iraquiano, Nouri al Maliki, está fazendo progresso no país árabe, a visita de Cheney a Bagdá é encarada como uma forma de pressionar o líder. Para o conselheiro da Casa Branca Dan Bartlett, a visita do vice "dá uma oportunidade muito importante para que essa mensagem seja passada".
Apenas oito dias depois que o presidente dos EUA, George W. Bush, vetou uma lei que previa a retirada das tropas americanas do Iraque, a Casa Branca já advertiu que será vetada também uma lei elaborada por líderes da Câmara dos Representantes que prevê o pagamento de fundos para as tropas só até o verão.
Ao mesmo tempo, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, expressou esperança sobre a possibilidade de começar a retirada gradual das tropas americanas do Iraque no outono (se o governo iraquiano fizer progresso).
Viagem e protesto
A visita do vice de Bush faz parte de uma viagem que incluirá no roteiro Egito e Arábia Saudita, entre outros países, informaram fontes governamentais iraquianas. É a segunda visita de Cheney ao Iraque como vice-presidente. A primeira foi em dezembro de 2005.
Além de encontrar-se com líderes do governo iraquiano, o vice americano também se reunirá com líderes de facções e organizações políticas.
Segundo fontes próximas, a viagem visa "acelerar os esforços rumo à reconciliação nacional".
A visita gerou protestos de seguidores do clérigo radical xiita Mouqtada al Sadr, que lidera a milícia armada Exército de Mehdi e é opositor dos EUA, em Bagdá e em áreas xiitas do sul do país. Os manifestantes exigem a retirada das tropas americanas no Iraque.
Em Bagdá e na cidade sagrada de Najaf, manifestantes gritaram "Não à ocupação!" e "Não aos EUA!".
Violência
Nesta quarta-feira, um caminhão-bomba atingiu o prédio do Ministério do Interior na região curda de Irbil, matando ao menos 19 pessoas e ferindo 80, segundo o Ministério da Saúde.
A polícia local atribuiu a ação a insurgentes ligados à rede terrorista Al Qaeda. A explosão em Irbil, 350 quilômetros ao norte de Bagdá, danificou grande parte do prédio do governo.
A TV curda exibiu imagens de escombros e pedaços de metal espalhados no local. Janelas se quebraram, e partes do edifício foram lançados a até cem metros de distância.
Segundo Hamza Ahmed, porta-voz do governo local, ao menos cinco policiais estão entre os mortos.
O maior ataque em Irbil ocorreu em 1º de fevereiro de 2004, quando um duplo ataque suicida matou 109 pessoas em dois escritórios de partidos curdos.
O grupo terrorista Ansar al Sunnah, ligado à rede Al Qaeda, reivindicou a ação.
Mais ataques
A visita de Cheney ocorre um dia depois que um suicida em um carro-bomba atingiu um microônibus perto de um mercado na cidade xiita de Kufa, matando ao menos 16 pessoas.
Kufa fica perto da cidade sagrada de Najaf, 160 km ao sul de Bagdá, e é considerada um bastião do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e do grupo armado leal a ele, o Exército de Mehdi. A milícia é apontada como responsável por várias ações contra sunitas.
O porta-voz da Província, Ahmed Duaibi, atribuiu o ataque de hoje à rede terrorista Al Qaeda.
No mês passado, uma ação suicida atribuída à rede matou 60 pessoas e feriu outras 170 em uma das principais mesquitas xiitas na cidade sagrada de Kerbala.
Com Associated Press, Efe e Reuters
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Em uma visita-surpresa a Bagdá nesta quarta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, pressionou os líderes iraquianos para reduzirem a violência e alcançarem a reconciliação entre todos os grupos nacionais. Cheney afirmou que o Iraque continua a ser um local "perigoso", mas que percebe o esforço dos líderes iraquianos para conter a crescente violência sectária que assola o país.
Gerald Herbert/AP |
O vice-presidente americano, Dick Cheney, chega ao Iraque para visita-supresa |
A agência de notícias Associated Press afirmou que a explosão sacudiu as janelas da embaixada enquanto Cheney estava no prédio e que os jornalistas que acompanhavam o vice-presidente foram levados temporariamente para um abrigo.
A Embaixada dos EUA e o Exército americano disseram não ter informações a respeito.
Cheney fez um apelo a parlamentares do Iraque para que abandonem planos para um recesso de dois meses enquanto as forças de segurança dos EUA ainda estão lutando. Para o vice-presidente, com sérios assuntos pendentes --incluindo a forma de dividir os lucros obtidos da extração no petróleo no país--, "um adiamento [do trabalho dos parlamentares] seria difícil de explicar".
O vice-presidente afirmou hoje que sentiu "uma tomada de consciência e um sentido profundo de urgência" entre os líderes iraquianos durante sua visita a Bagdá.
Pressão
Com a Casa Branca sofrendo forte pressão para mostrar que o governo do premiê iraquiano, Nouri al Maliki, está fazendo progresso no país árabe, a visita de Cheney a Bagdá é encarada como uma forma de pressionar o líder. Para o conselheiro da Casa Branca Dan Bartlett, a visita do vice "dá uma oportunidade muito importante para que essa mensagem seja passada".
Apenas oito dias depois que o presidente dos EUA, George W. Bush, vetou uma lei que previa a retirada das tropas americanas do Iraque, a Casa Branca já advertiu que será vetada também uma lei elaborada por líderes da Câmara dos Representantes que prevê o pagamento de fundos para as tropas só até o verão.
Ao mesmo tempo, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, expressou esperança sobre a possibilidade de começar a retirada gradual das tropas americanas do Iraque no outono (se o governo iraquiano fizer progresso).
Viagem e protesto
A visita do vice de Bush faz parte de uma viagem que incluirá no roteiro Egito e Arábia Saudita, entre outros países, informaram fontes governamentais iraquianas. É a segunda visita de Cheney ao Iraque como vice-presidente. A primeira foi em dezembro de 2005.
Além de encontrar-se com líderes do governo iraquiano, o vice americano também se reunirá com líderes de facções e organizações políticas.
Segundo fontes próximas, a viagem visa "acelerar os esforços rumo à reconciliação nacional".
A visita gerou protestos de seguidores do clérigo radical xiita Mouqtada al Sadr, que lidera a milícia armada Exército de Mehdi e é opositor dos EUA, em Bagdá e em áreas xiitas do sul do país. Os manifestantes exigem a retirada das tropas americanas no Iraque.
Em Bagdá e na cidade sagrada de Najaf, manifestantes gritaram "Não à ocupação!" e "Não aos EUA!".
Violência
Nesta quarta-feira, um caminhão-bomba atingiu o prédio do Ministério do Interior na região curda de Irbil, matando ao menos 19 pessoas e ferindo 80, segundo o Ministério da Saúde.
AP |
Iraquianos observam restos de caminhão-bomba qye matou 19 em região curda de Irbil |
A TV curda exibiu imagens de escombros e pedaços de metal espalhados no local. Janelas se quebraram, e partes do edifício foram lançados a até cem metros de distância.
Segundo Hamza Ahmed, porta-voz do governo local, ao menos cinco policiais estão entre os mortos.
O maior ataque em Irbil ocorreu em 1º de fevereiro de 2004, quando um duplo ataque suicida matou 109 pessoas em dois escritórios de partidos curdos.
O grupo terrorista Ansar al Sunnah, ligado à rede Al Qaeda, reivindicou a ação.
Mais ataques
A visita de Cheney ocorre um dia depois que um suicida em um carro-bomba atingiu um microônibus perto de um mercado na cidade xiita de Kufa, matando ao menos 16 pessoas.
Kufa fica perto da cidade sagrada de Najaf, 160 km ao sul de Bagdá, e é considerada um bastião do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e do grupo armado leal a ele, o Exército de Mehdi. A milícia é apontada como responsável por várias ações contra sunitas.
O porta-voz da Província, Ahmed Duaibi, atribuiu o ataque de hoje à rede terrorista Al Qaeda.
No mês passado, uma ação suicida atribuída à rede matou 60 pessoas e feriu outras 170 em uma das principais mesquitas xiitas na cidade sagrada de Kerbala.
Com Associated Press, Efe e Reuters
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