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15/05/2007 - 13h33

Violência continua em Gaza; Hamas lança foguetes contra Israel

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da Folha Online

Na pior onda de violência em Gaza desde a formação do novo governo de coalizão palestino, em fevereiro, membros do grupo radical islâmico Hamas mataram nesta terça-feira oito homens da força de segurança da facção rival Fatah, leais ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, perto da passagem de Karni, na divisa com Israel.

Mohammed Salem/Reuters
Homem armado em Gaza; Hamas mata 7 guardas ligados a Fatah
Homem armado em Gaza; Hamas mata 7 guardas ligados a Fatah
O ataque foi o mais violento dos recentes confrontos entre os grupos rivais em Gaza, que já deixaram ao menos 18 mortos desde a última sexta-feira (11). Dois acordos emergenciais de cessar-fogo entre o Hamas e o Fatah, feitos no último domingo e nesta segunda-feira, fracassaram. Ambos os grupos possuem, além de braços políticos, forças armadas.

Também hoje, o Hamas assumiu pela primeira vez em três semanas a autoria do lançamento de cinco foguetes contra a cidade israelense de Sderot. Um dos foguetes atingiu uma casa e feriu gravemente um israelense, segundo o Exército e equipes de resgate. Segundo o Hamas, os ataques foram feitos em retaliação ao assassinato de um militante e também devido ao marco do dia da fundação de Israel, conhecido para os palestinos como al Naqba (catástrofe).

Há informações conflitantes sobre o ataque do Hamas contra os policias do Fatah hoje. O jornal israelense "Haaretz" e a agência de notícias Associated Press afirmam que o ataque foi feito a tiros, enquanto a agência Efe afirma que o Hamas lançou um foguete contra o veículo que levava as vítimas.

Na Cisjordânia, Abbas convocou a imediata implementação de um plano de segurança que colocaria todas as forças palestinas rivais sob o mesmo comando. Dado o ressurgimento da violência entre os dois grupos, porém, não está claro como as facções, que não resolveram suas diferenças apesar de dividirem o poder no novo governo de coalizão, poderão trabalhar sob um comando único.

A violência em Gaza já repercute na Europa. Javier Solana, alto representante da União Européia para política externa, e Margaret Beckett, secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, instaram o governo palestino a encontrar uma solução para o conflito e pôr fim aos confrontos nesta terça-feira.

Ataque

Segundo o "Haaretz", os membros da Guarda Presidencial de Abbas foram mortos a tiros pelo Hamas ao passarem pela região em um jipe militar que os transportava.

O jornal informa que outros dois guardas que estavam no veículo conseguiram fugir do local, mas foram mortos por soldados israelenses na fronteira entre Gaza e Israel.

Nesta terça-feira, fontes ocidentais citadas pelo jornal afirmaram que centenas de homens leais ao Fatah entraram em Gaza por meio da fronteira com o Egito, supostamente para dar reforço nos recentes combates com integrantes armados do Hamas na região.

A onda de violência em Gaza gira em torno do controle das forças de segurança na região. A maioria dos 80 mil homens destacados na Cisjordânia e em Gaza são leais a Abbas. No ano passado, o Hamas montou a sua própria milícia, que conta com cerca de 6.000 integrantes.

Os homens ligados ao Fatah que foram mortos nesta terça-feira faziam parte de uma unidade responsável pela segurança na passagem de Karni, segundo um acordo selado com Israel.

Mais cedo, o Hamas lançou foguetes, granadas e morteiros contra uma base de treinamento para forças do Fatah que protegiam cargas na passagem de Karni. Depois do ataque, o Hamas recebeu com tiros os reforços do Fatah que foram para a região.

Violência

Nesta segunda-feira, três palestinos --dois deles integrantes do Fatah-- morreram em confrontos na Cidade de Gaza. Um quarto morreu em um tiroteio em um mercado de Khan Yunes.

Uma sede do Fatah em Gaza foi incendiada por um membro do Hamas, e o Fatah em seguida se vingou incendiando um gabinete do grupo rival. Homens armados de ambos os movimentos estavam mobilizados nas ruas nesta segunda-feira. Escolas e lojas ficaram fechadas, e poucos moradores se arriscaram a sair de suas casas.

Neste domingo, um líder local das Brigadas dos Mártires de al Aqsa, ligada ao Fatah, e seu motorista foram assassinados por homens encapuzados ao norte da faixa de Gaza.

Horas depois, outros dois palestinos --entre eles um jornalista ligado ao Hamas-- foram mortos em confrontos perto de um complexo residencial em Gaza. Dezenas de palestinos dos dois lados que haviam sido seqüestrados foram libertados nesta segunda-feira.

Renúncia

O ministro do Interior palestino, Hani al Qawasmi, que era responsável por supervisionar os serviços de segurança, anunciou ontem sua renúncia devido à frustração com a competição entre rivais pelo controle dos contingentes armados. A renúncia foi aceita pelo premiê palestino, Ismail Haniyeh, que assumiu as funções de Qawasmi temporariamente.

"Líderes do Fatah e do Hamas prometeram que ambos os lados vão acabar com todas as formas de tensão, remover os homens armados e os postos de controle das ruas e trocar reféns", disse o porta-voz do gabinete palestino, Ghazi Hamad. A violência desta terça-feira mostra que o acordo fracassou.

A renúncia de Qawasmi lançou novas dúvidas sobre a viabilidade e o sucesso do governo de coalizão palestino. O preenchimento da vaga de ministro do Interior foi um dos principais obstáculos durante as negociações de formação do governo, em fevereiro.

"Temo que algumas pessoas querem destruir o acordo de Meca", disse Abdel Hakim Awad, oficial do Fatah, em referência ao acordo que permitiu a formação do governo de coalizão.

"Vamos tentar impedir isso, porque se acontecer, seria uma catástrofe para a situação interna e a área cairia em um banho de sangue", completou.

Com Associated Press, Efe e Haaretz

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