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16/05/2007
-
18h48
da France Presse
O ex-líder paramilitar Salvatore Mancuso fez afirmações nesta quarta-feira que envolvem o governo colombiano em atividades ilegais no país. Ele afirmou que contou com a colaboração do vice-presidente e de um ministro em organizações de ultradireita, em um escândalo que promete respingar em outros dirigentes e militares.
O escândalo parece confirmar a tese de que o Estado colombiano apoiou estes grupos. Mancuso, líder das dissolvidas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), continuou hoje seu depoimento à Procuradoria, depois de ter revelado ontem que, no passado, reuniu-se com o vice-presidente, Francisco Santos, e o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, que são primos.
Esses encontros ocorreram quando os envolvidos não eram funcionários públicos, de acordo com a declaração divulgada na audiência em Medellín (noroeste).
Segundo Mancuso, o vice-presidente pediu a ele para criar um grupo paramilitar em Bogotá, enquanto que o ministro lhe propôs integrar uma coalizão junto com as guerrilhas de esquerda para derrubar o presidente Ernesto Samper (1994-98), cuja campanha eleitoral foi financiada por narcotraficantes.
O ministro admitiu hoje dois encontros com o chefe paramilitar assassinado Carlos Castaño em 1997, mas garantiu que foram para tentar um acordo de paz com todos os grupos ilegais, enquanto que o vice-presidente se mantinha em silêncio. O presidente Alvaro Uribe defendeu a inocência de ambos.
Encontros
Na semana passada, o vice-presidente reconheceu ter tido três encontros com chefes das AUC (acusadas de terem cometido mais de 9.000 homicídios), esclarecendo que foram por razões de seu trabalho como jornalista e líder de uma associação de vítimas do seqüestro.
"Se esta é a verdade que o senhor Mancuso pretende revelar, o país ficará muito decepcionado", afirmou o ministro, enquanto Samper reiterou que Santos conspirou contra ele.
Uribe manifestou "toda a confiança no moral" de ambos os funcionários, "em sua probidade" e na de todos os membros do governo, que disse que "olha as declarações de Mancuso com toda a tranqüilidade".
Em janeiro, Mancuso já tinha admitido que ordenou o assassinato de 338 pessoas, promoveu a eleição dos dois últimos presidentes e infiltrou seus homens nos organismos de segurança.
Na audiência desta terça-feira, Mancuso contou que, nos anos 90, recebeu o apoio dos generais do Exército Iván Ramírez, Rito Alejo del Río e Martín Carreño, que estão na reserva, em duas regiões do norte, onde as AUC mataram centenas de civis acusando-os de cooperar com a guerrilha.
Disse ainda que o ex-chefe de polícia Roso José Serrano, atual embaixador na Áustria, aliou-se com um chefão da cocaína para conseguir a libertação de Juan Carlos Gaviria, irmão do ex-presidente César Gaviria (1990-1994), seqüestrado em 1996. "O paramilitarismo era uma política de Estado", declarou Mancuso.
A delação deste rico pecuarista de origem italiana põe fogo no escândalo da "parapolítica", que já levou para a cadeia 12 congressistas (incluindo 11 aliados de Uribe). Dois deputados estão foragidos e outros 15 políticos foram detidos na segunda por supostos vínculos com a ultradireita.
Mancuso prometeu revelar os nomes de todas as pessoas e empresas que apoiaram as AUC e, neste contexto, antecipou os de três empresas bananeiras dos Estados Unidos, uma relação que levou ao assassinato de sindicalistas.
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Ex-líder paramilitar envolve governo colombiano em escândalo
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O ex-líder paramilitar Salvatore Mancuso fez afirmações nesta quarta-feira que envolvem o governo colombiano em atividades ilegais no país. Ele afirmou que contou com a colaboração do vice-presidente e de um ministro em organizações de ultradireita, em um escândalo que promete respingar em outros dirigentes e militares.
O escândalo parece confirmar a tese de que o Estado colombiano apoiou estes grupos. Mancuso, líder das dissolvidas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), continuou hoje seu depoimento à Procuradoria, depois de ter revelado ontem que, no passado, reuniu-se com o vice-presidente, Francisco Santos, e o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, que são primos.
Esses encontros ocorreram quando os envolvidos não eram funcionários públicos, de acordo com a declaração divulgada na audiência em Medellín (noroeste).
Segundo Mancuso, o vice-presidente pediu a ele para criar um grupo paramilitar em Bogotá, enquanto que o ministro lhe propôs integrar uma coalizão junto com as guerrilhas de esquerda para derrubar o presidente Ernesto Samper (1994-98), cuja campanha eleitoral foi financiada por narcotraficantes.
O ministro admitiu hoje dois encontros com o chefe paramilitar assassinado Carlos Castaño em 1997, mas garantiu que foram para tentar um acordo de paz com todos os grupos ilegais, enquanto que o vice-presidente se mantinha em silêncio. O presidente Alvaro Uribe defendeu a inocência de ambos.
Encontros
Na semana passada, o vice-presidente reconheceu ter tido três encontros com chefes das AUC (acusadas de terem cometido mais de 9.000 homicídios), esclarecendo que foram por razões de seu trabalho como jornalista e líder de uma associação de vítimas do seqüestro.
"Se esta é a verdade que o senhor Mancuso pretende revelar, o país ficará muito decepcionado", afirmou o ministro, enquanto Samper reiterou que Santos conspirou contra ele.
Uribe manifestou "toda a confiança no moral" de ambos os funcionários, "em sua probidade" e na de todos os membros do governo, que disse que "olha as declarações de Mancuso com toda a tranqüilidade".
Em janeiro, Mancuso já tinha admitido que ordenou o assassinato de 338 pessoas, promoveu a eleição dos dois últimos presidentes e infiltrou seus homens nos organismos de segurança.
Na audiência desta terça-feira, Mancuso contou que, nos anos 90, recebeu o apoio dos generais do Exército Iván Ramírez, Rito Alejo del Río e Martín Carreño, que estão na reserva, em duas regiões do norte, onde as AUC mataram centenas de civis acusando-os de cooperar com a guerrilha.
Disse ainda que o ex-chefe de polícia Roso José Serrano, atual embaixador na Áustria, aliou-se com um chefão da cocaína para conseguir a libertação de Juan Carlos Gaviria, irmão do ex-presidente César Gaviria (1990-1994), seqüestrado em 1996. "O paramilitarismo era uma política de Estado", declarou Mancuso.
A delação deste rico pecuarista de origem italiana põe fogo no escândalo da "parapolítica", que já levou para a cadeia 12 congressistas (incluindo 11 aliados de Uribe). Dois deputados estão foragidos e outros 15 políticos foram detidos na segunda por supostos vínculos com a ultradireita.
Mancuso prometeu revelar os nomes de todas as pessoas e empresas que apoiaram as AUC e, neste contexto, antecipou os de três empresas bananeiras dos Estados Unidos, uma relação que levou ao assassinato de sindicalistas.
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