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23/05/2007
-
08h38
da Folha Online
Após uma trégua nos violentos confrontos entre o Exército libanês e membros do grupo radical sunita Fatah al Islam, parte dos 40 mil palestinos que vivem no campo de refugiados de Nahr el Bared, em Trípoli (norte do Líbano), deixaram o local nesta quarta-feira.
A violência diminuiu após um cessar-fogo informal decretado na tarde de ontem. Segundo fontes militares, o clima está mais calmo, mas o problema "ainda não foi resolvido".
Os confrontos, os piores enfrentamentos internos desde o final da Guerra Civil (1975-1990), mataram ao menos 81 pessoas-- 22 membros do grupo, 32 soldados e 27 civis-- morreram nos combates, de acordo com a agência de notícias Reuters.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) não forneceu um número de mortos devido à dificuldade de acesso. A ONU também não forneceu estimativa. "É arriscado se movimentar pelo campo", disse Hoda Elturk, porta-voz da agência da ONU de ajuda aos palestinos.
Autoridades libanesas não têm permissão para entrar em Nahr el Bared devido a um acordo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Os palestinos que deixaram suas casas nesta quarta-feira descreveram cenas de violência.
"Todas as casas foram destruídas. Estamos indo embora e não sabemos o que será de nós", disse Nizar Sharaf, 35, à agência Reuters. Ele carregava no colo o filho de quatro anos.
"Estou assustado, sinto como se estivesse morrendo", disse Radi Rabbani, 55, que recebia alimentos distribuídos por equipes humanitárias no campo de Beddawi, onde muitos moradores de Nahr el Bared procuraram abrigo.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch afirmou nesta quarta-feira que o Exército libanês deve tomar precauções para evitar "mortes desnecessárias entre civis".
"Os integrantes do Fatah al Islam não podem se esconder entre civis", afirmou Joe Stork, vice-diretor da organização no Oriente Médio.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, denunciou nesta terça-feira os "ataques criminosos" contra as tropas libaneses e exigiu "acesso imediato" e ajuda aos civis.
Grupo radical
Os enfrentamentos são reflexo da determinação do governo do premiê, Fouad Siniora, de deter o grupo radical Fatah al Islam, acusado de realizar diversos ataques contra tropas do Líbano desde domingo (20).
A organização surgiu em 2006, após se separar do Fatah al Intifada, uma organização palestina que teria o apoio da Síria e é baseada no Líbano.
A Síria nega o apoio ao Fatah al Islam, que é acusado também de manter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda.
Autoridades libanesas dizem ter detido membros sauditas, argelinos, tunisianos e libaneses do grupo. Apesar de ter pouco apoio entre os palestinos e contar com apenas centenas de integrantes, o Fatah al Islam é, aparentemente, bem armado e bem organizado.
Ajuda internacional
Líderes árabes prometeram ontem enviar assistência militar para o Exército do Líbano, após uma reunião especial convocada no Cairo para discutir o conflito. "O Conselho da Liga Árabe agradece aos Estados árabes que forneceram assistência militar e equipamentos para apoiar o Exército libanês e as forças de segurança", afirmaram os líderes em um comunicado.
"O conselho concluiu que há necessidade de manter este apoio dos Estados árabes, especialmente dadas as recentes condições de segurança no Líbano", completou o texto. Não ficou claro se os países árabes têm fornecido ajuda ao Exército libanês desde o início dos confrontos, no último domingo (20).
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, se negou a especificar detalhes da ajuda militar fornecida ao Líbano. "Continuaremos a verificar como ajudar o Líbano, e isso depende dos acontecimentos. Estamos esperando um cessar-fogo, que é muito necessário", afirmou.
Ontem, o Líbano pediu mais ajuda militar aos Estados Unidos. "Neste momento estamos considerando um pedido de mais assistência feito pelo governo libanês. As Forças Armadas do Líbano estão envolvidas em uma luta dura contra um grupo brutal de extremistas violentos", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack.
Ele não informou o valor da ajuda pedida, mas disse que a requisição foi feita nos últimos dias. No último ano, os EUA forneceram cerca de US$ 40 milhões em assistência militar ao Líbano, segundo a Reuters. Os fundos seriam utilizados para a compra de armas, munição, veículos e equipamento militar, assim como no financiamento de treinamento militar.
Com France Presse, Reuters e Associated Press
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Após uma trégua nos violentos confrontos entre o Exército libanês e membros do grupo radical sunita Fatah al Islam, parte dos 40 mil palestinos que vivem no campo de refugiados de Nahr el Bared, em Trípoli (norte do Líbano), deixaram o local nesta quarta-feira.
A violência diminuiu após um cessar-fogo informal decretado na tarde de ontem. Segundo fontes militares, o clima está mais calmo, mas o problema "ainda não foi resolvido".
Os confrontos, os piores enfrentamentos internos desde o final da Guerra Civil (1975-1990), mataram ao menos 81 pessoas-- 22 membros do grupo, 32 soldados e 27 civis-- morreram nos combates, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Ihab Mowasy/Reuters |
Palestinos deixam campo de refugiados durante trégua em confrontos no Líbano |
Autoridades libanesas não têm permissão para entrar em Nahr el Bared devido a um acordo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Os palestinos que deixaram suas casas nesta quarta-feira descreveram cenas de violência.
"Todas as casas foram destruídas. Estamos indo embora e não sabemos o que será de nós", disse Nizar Sharaf, 35, à agência Reuters. Ele carregava no colo o filho de quatro anos.
"Estou assustado, sinto como se estivesse morrendo", disse Radi Rabbani, 55, que recebia alimentos distribuídos por equipes humanitárias no campo de Beddawi, onde muitos moradores de Nahr el Bared procuraram abrigo.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch afirmou nesta quarta-feira que o Exército libanês deve tomar precauções para evitar "mortes desnecessárias entre civis".
"Os integrantes do Fatah al Islam não podem se esconder entre civis", afirmou Joe Stork, vice-diretor da organização no Oriente Médio.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, denunciou nesta terça-feira os "ataques criminosos" contra as tropas libaneses e exigiu "acesso imediato" e ajuda aos civis.
Grupo radical
Os enfrentamentos são reflexo da determinação do governo do premiê, Fouad Siniora, de deter o grupo radical Fatah al Islam, acusado de realizar diversos ataques contra tropas do Líbano desde domingo (20).
A organização surgiu em 2006, após se separar do Fatah al Intifada, uma organização palestina que teria o apoio da Síria e é baseada no Líbano.
A Síria nega o apoio ao Fatah al Islam, que é acusado também de manter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda.
Autoridades libanesas dizem ter detido membros sauditas, argelinos, tunisianos e libaneses do grupo. Apesar de ter pouco apoio entre os palestinos e contar com apenas centenas de integrantes, o Fatah al Islam é, aparentemente, bem armado e bem organizado.
Ajuda internacional
Líderes árabes prometeram ontem enviar assistência militar para o Exército do Líbano, após uma reunião especial convocada no Cairo para discutir o conflito. "O Conselho da Liga Árabe agradece aos Estados árabes que forneceram assistência militar e equipamentos para apoiar o Exército libanês e as forças de segurança", afirmaram os líderes em um comunicado.
Ihab Mowasy/Reuters |
Palestina segura bandeira branca ao deixar campo de refugiados |
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, se negou a especificar detalhes da ajuda militar fornecida ao Líbano. "Continuaremos a verificar como ajudar o Líbano, e isso depende dos acontecimentos. Estamos esperando um cessar-fogo, que é muito necessário", afirmou.
Ontem, o Líbano pediu mais ajuda militar aos Estados Unidos. "Neste momento estamos considerando um pedido de mais assistência feito pelo governo libanês. As Forças Armadas do Líbano estão envolvidas em uma luta dura contra um grupo brutal de extremistas violentos", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack.
Ele não informou o valor da ajuda pedida, mas disse que a requisição foi feita nos últimos dias. No último ano, os EUA forneceram cerca de US$ 40 milhões em assistência militar ao Líbano, segundo a Reuters. Os fundos seriam utilizados para a compra de armas, munição, veículos e equipamento militar, assim como no financiamento de treinamento militar.
Com France Presse, Reuters e Associated Press
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