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26/05/2007 - 14h15

Hamas ameaça usar suicidas em resposta a ataques israelenses

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da Efe, em Gaza

O braço armado do Hamas, as Brigadas de Izzedin al Qassam, advertiu que a realização de atentados suicidas é uma "questão de tempo", depois que o Exército israelense deteve um ministro islâmico e matou membros de forças leais a esse movimento.

Para o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, a ofensiva israelense, que entra hoje em seu décimo dia, é uma "autêntica guerra, dirigida a frustrar o povo palestino, extorquir-lhe e forçar-lhe a aceitar ordens do exterior". "No entanto, a agressão não atingirá seus objetivos e trará perigosas conseqüências", disse em comunicado. A nota foi divulgada depois que quatro bombardeios israelenses mataram cinco membros das forças auxiliares do movimento islâmico e feriram seis palestinos.

Essas forças também são chamadas Executivas, e foram criadas após a subida do Hamas ao poder, em março do ano passado. Quatro de suas instalações foram atacadas esta manhã, por aviões militares israelenses, em ações que duraram menos de uma hora.

Os alvos ficavam no sul e no oeste da Cidade de Gaza, assim como no oeste de Khan Yunis e em Rafah, ambas no sul da região, segundo testemunhas e fontes da segurança palestina.

Os dois primeiros bombardeios, registrados no bairro de Zeitoun, densamente povoado, e no oeste da cidade, produziram grandes explosões e muita fumaça, que podia ser vista de longe, segundo testemunhas. Os ataques em Khan Yunis e Rafah não causaram vítimas.

Após a ofensiva, o porta-voz das Brigadas de Izzedin al Qassam, Abu Obaida, disse em comunicado que o "início das operações de martírio (atentados suicidas)" em Israel e nos territórios palestinos "é questão de tempo".

As brigadas já dispararam hoje uma série de foguetes artesanais contra o sul de Israel, e advertiram que lançarão outros quatro projéteis antes do final do dia.

Além disso, reiteraram sua ameaça de seqüestrar mais soldados israelenses, e asseguraram que o cabo Gilad Shalit, refém desde junho, não será libertado se o Exército de Israel matar dirigentes islâmicos.

Anteriormente, o braço político do Hamas já tinha advertido Israel sobre as conseqüências de um ataque a Haniyeh. O aviso foi feito depois que duas bombas caíram em uma carpintaria e em uma guarita de vigilância próximos à casa do dirigente no campo de refugiados de Shatit, no litoral da Cidade de Gaza.

"Responsabilizamos plenamente a ocupação (israelense) pelas conseqüências de toda loucura que cometer contra qualquer símbolo da legitimidade palestina", afirmou o grupo em comunicado.

Um porta-voz militar israelense, porém, ressaltou que Haniyeh, que é um dos alvos de Israel, não era o objetivo das ações, e, sim, edifícios utilizados pelo Hamas na capital da faixa.

Outro membro do Hamas, o ministro sem pasta Wasfi Qubaha, tinha se transformado, no começo da manhã, no segundo islâmico do governo palestino de união nacional detido por Israel esta semana.

Inúmeros militares israelenses rodearam a casa de Qubaha em Jenin, no norte da Cisjordânia, e, após meia hora, abandonaram o local levando o ministro, informaram testemunhas.

Uma das filhas de Qubaha disse à imprensa que os soldados confiscaram o laptop e vários documentos, depois de revistarem o quarto de seu pai. Ele já foi detido durante um mês no ano passado, em uma ação similar.

Na quinta-feira (24), o Exército tinha detido o ministro de Educação palestino, Nasser al Shaer, em uma ação na Cisjordânia contra 33 membros do Hamas, incluindo três deputados e cinco prefeitos.

Na mesma região, militares israelenses atacaram, ainda, os escritórios do Conselho do Waqf (guardião dos santuários islâmicos), também controlado pelo Hamas. Levaram três laptops e arquivos do disco rígido de outro computador, segundo fontes da segurança palestina.

Israel considera essas detenções "uma mensagem às organizações militares" palestinas para que "parem de disparar (de Gaza) foguetes Qassam contra a população civil" no sul de Israel, segundo o ministro da Defesa Amir Peretz.

Os grupos radicais palestinos dispararam, desde o dia 15 de maio, cerca de 230 projéteis artesanais, que deixaram um morto e vários feridos, informou hoje o Exército israelense.

Já as operações aéreas israelenses provocaram, em dez dias, 44 mortes e deixaram 170 feridos palestinos.

 

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