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23/05/2007 - 18h43

Palestinos desafiam Abbas e rejeitam trégua com Israel

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da Folha Online

Membros de movimentos palestinos rejeitaram nesta quarta-feira a convocação feita pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, para uma trégua unilateral que interromperia o lançamento de foguetes contra Israel a partir da faixa de Gaza. Os palestinos, em desafio a Abbas, afirmaram que Israel deverá cancelar suas operações militares em Gaza e na Cisjordânia antes que um cessar-fogo possa entrar em vigor.

Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
Mahmoud Abbas negociou com líderes de facções palestinas hoje
Mahmoud Abbas negociou com líderes de facções palestinas hoje
Abbas reuniu-se hoje com o premiê palestino, Ismail Haniyeh, para discutir uma nova trégua com Israel. O encontro foi o primeiro entre os dois líderes desde que a nova onda de violência entre membros do Hamas e do Fatah eclodiu, há cerca de duas semanas, matando 50 palestinos. Os dois grupos selaram um cessar-fogo no último final se semana, mas ele não se manteve.

Externamente, o recente recrudescimento de ataques contra Israel a partir de Gaza e a resposta militar israelense destruíram uma frágil trégua estabelecida em novembro último, ao mesmo tempo em que explicitaram a precariedade do poder de Abbas.

Tanto o Hamas quanto o Fatah, do qual Abbas é líder, possuem braços armados e políticos. O presidente da ANP viajou a Gaza para firmar uma reaproximação entre os dois movimentos, que dividem o poder no governo palestino, e pedir aos grupos responsáveis pelos ataques com foguetes contra Israel que cessem os lançamentos. Mas, por enquanto, seu plano fracassou.

"Não podemos nos render à chantagem quando os aviões [israelenses] estão voando acima de nós. Queremos uma calma compreensiva que cubra o norte e o sul das áreas palestinas", disse Ibrahim Abu An-Naja, porta-voz de várias facções, incluindo o braço armado do Hamas. Ele se referia tanto à Gaza quanto à Cisjordânia.

Ataques

Após a rejeição da trégua, renovados ataques aéreos israelenses atingiram Gaza na noite desta quarta-feira e deixaram dois feridos. Os ataques também destruíram lojas no centro da cidade, informaram testemunhas e fontes médicas. "A aviação israelense realizou dois ataques contra infra-estruturas do Hamas", declarou uma porta-voz do Exército israelense.

Os bombardeios israelenses contra o Hamas em Gaza já entram na segunda semana. Mais cedo hoje, forças terrestres entraram em uma pequena vila ao sul de Gaza e, durante uma rápida ofensiva, detiveram sete palestinos para questionamento, segundo Israel.

Hatem Moussa/AP
Ataque israelense deixou casas destruídas no campo de Jebaliya, norte de Gaza
Ataque israelense deixou casas destruídas no campo de Jebaliya, norte de Gaza
Ao menos oito foguetes Qassam [de fabricação caseira] foram lançados contra o sul de Israel nesta quarta-feira, contra dez que foram utilizados nesta terça-feira, segundo testemunhas.

O Hamas assumiu a responsabilidade pelas ações. Não houve registro de vítimas. Na segunda-feira (21), uma mulher israelense morreu em decorrência de um foguete em Sderot. Cerca de 200 foguetes foram lançados pelo Hamas contra Israel nos últimos dias.

Em resposta, forças israelenses lançaram mísseis contra supostos depósitos de armas do Hamas em Gaza e no campo de refugiados de Jebaliya. Seis palestinos morreram, entre eles uma mulher e uma criança. Mais de 40 palestinos --em sua maioria membros de grupos armados-- morreram em uma semana em decorrência de ataques aéreos de Israel.

Ontem, cerca de 24 mil moradores da cidade foram retirados de suas casas pelo Exército e levados em ônibus para hotéis em outras regiões de Israel.

Ameaças

Nesta terça-feira, o vice-ministro da Defesa de Israel, Ephraim Sneh, ameaçou realizar ataques contra líderes do Hamas.

"Não importa se a pessoa lançou um foguete ou é um líder político. Ninguém está imune".

Para evitar se tornarem alvos de ataques aéreos, líderes do Hamas em Gaza tomaram precauções como desligar os celulares e permanecer em locais fechados.

Em Gaza, o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que o grupo responderá ataques contra seus líderes.

"Machucar (...) qualquer líder do Hamas custaria muito caro à ocupação", disse ele. "Isso acarretará respostas", acrescentou, sem fornecer detalhes.

Com Reuters e Associated Press

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