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03/07/2007 - 08h55

Britânicos temem médicos transformados em terroristas

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JOAQUÍN RÁBAGO
da Efe, em Londres

No Reino Unido já se fala de uma conspiração terrorista dos médicos, já que seis dos oito detidos nas investigações sobre os atentados frustrados em Londres e Glasgow são médicos ou estudantes de Medicina, ou têm alguma relação com o Serviço Nacional de Saúde, segundo a imprensa britânica.

Ao contrário dos terroristas suicidas que, em 7 de julho de 2005, causaram uma carnificina ao atentar contra a rede de transportes londrina, desta vez nenhum dos suspeitos identificados até agora tem passaporte britânico.

A polícia suspeita de uma célula terrorista estrangeira. Quase todos seriam de países do Oriente Médio, como Iraque e Jordânia. Ligados à rede Al Qaeda, eles utilizam seus empregos nos hospitais britânicos como fachada, para não chamar a atenção dos serviços de inteligência, segundo a investigação. Um dos detidos é Mohammed Asha, 26, qualificado como um brilhante neurocirurgião. Acredita-se que ele seja o cérebro do grupo.

Palestino nascido na Arábia Saudita e com passaporte jordaniano, Asha se graduou em 2004 e trabalha como neurologista na Universidade de North Staffordshire, em Stoke-on-Trent.

Asha foi detido ao lado da mulher, Marwah, 27, que trabalha como assistente médica para o Serviço Nacional de Saúde, em uma estrada no Condado de Cheshire.

Bilal Talal Adam Abdul, que estudou Medicina em Bagdá e vive no Reino Unido desde abril do ano passado, também está sob custódia policial. Ele é um dos dois homens que no sábado tentaram lançar um automóvel em chamas contra o terminal de passageiros do aeroporto de Glasgow.

Abdul trabalha no hospital Royal Alexandra, de Paisley, localidade próxima à cidade escocesa. No mesmo local foi internado, com queimaduras gravíssimas, o motorista do veículo, que aparentemente também trabalha no Royal Alexandra.

Dois colegas deles, de 25 e 28 anos, são aparentemente médicos em formação, de origem saudita. Outro médico, um indiano de Bangalore, foi detido em Liverpool. Ele trabalha no hospital de Halton, no Condado de Cheshire.

O indiano aparentemente foi detido, segundo disse um de seus colegas ao jornal "Muslim News", por utilizar o telefone celular e a conta de internet de outra pessoa, que abandonou recentemente o Reino Unido.

Na Austrália

Na Austrália, foi detido mais um médico, de 27 anos, o indiano Mohammed Haneef. Ele está aparentemente vinculado com os detidos no Reino Unido.

O suspeito, considerado, segundo as autoridades, um "excelente" cidadão e um bom funcionário, foi detido quando tentava pegar um vôo só de ida em direção à Índia, no aeroporto de Brisbane.

A imprensa britânica afirma que a existência de uma possível rede estrangeira infiltrada no Serviço Nacional de Saúde é especialmente preocupante para as autoridades.

Até agora, os terroristas ou suspeitos detidos no Reino Unido eram em sua maioria britânicos, nascidos e criados no país, embora suas famílias fossem de origem asiática.

A chegada de estrangeiros, supostamente vinculados à Al Qaeda, acrescenta uma nova e ainda mais preocupante dimensão à luta antiterrorista. Segundo analistas, o Iraque se transformou em um "celeiro de terroristas", que aprendem as táticas mais mortíferas e não hesitarão em utilizar as mesmas estratégias em outros lugares se tiverem a oportunidade.

 

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