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Reino Unido investiga elo de detidos com terroristas estrangeiros
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da Folha Online
Após reduzirem o nível de alerta no Reino Unido de crítico para severo, autoridades britânicas investigam as ligações dos detidos pelos atentados da última semana com terroristas no exterior, informou nesta quarta-feira o jornal "The Guardian". A redução do nível de alerta foi anunciada hoje pela ministra do Interior britânica, Jacqui Smith, uma indicação de que a polícia considera os oito atuais detidos como os responsáveis pelos ataques.
03.jul.2007/Efe |
Policiais patrulham ruas de Londres; alerta terrorista foi diminuído |
O Reino Unido continua sob o risco "altamente provável" de ataques, disse Smith. Na última sexta-feira, dois carros-bomba foram encontrados em Londres. No sábado, dois homens jogaram um jipe carregado com explosivos contra o aeroporto de Glasgow, na Escócia. Todos os atentados foram frustrados e não há vítimas civis. Oito suspeitos estão detidos.
Segundo o "Guardian", autoridades investigam possíveis conexões dos suspeitos com o Iraque. Bilal Talal Abdulla, que foi detido após o atentado em Glasgow, é um médico de origem iraquiana.
O conselheiro de segurança nacional iraquiano, Mowaffaq al Rubaie, disse nesta semana que células da rede terrorista Al Qaeda no Iraque estão assumindo a responsabilidade por ataques na Europa, antes delegada a grupos no Afeganistão. Indivíduos que afirmam falar em nome da Al Qaeda assumiram a autoria dos ataques no Reino Unido, segundo o "Guardian".
Oficiais de contraterrorismo no Reino Unido dizem porém que estão estudando conexões dos suspeitos com "uma variedade de países". O jornal britânico afirma que a Índia e a Austrália estão sob investigação. Mohamed Haneef, um médico indiano que trabalhou em Liverpool, foi preso na Austrália em conexão com os atentados.
Familiares de Abdulla afirmaram ao "Guardian" que ele fora altamente influenciado pelo clérigo iraquiano Sheikh Ahmad al Qubeisi. Respeitado em muitos círculos sunitas, Al Qubeisi foi já foi criticado por dizer que "aqueles que cometem ações de martírio são, por Alá, os maiores mártires da história islâmica".
Bilhete suicida
Também hoje, a polícia britânica encontrou um bilhete suicida ligado aos dois homens que jogaram um jipe carregado com materiais explosivos contra o aeroporto de Glasgow no último sábado (30), segundo a rede de TV americana CNN. O relato sobre o bilhete foi atribuído a fontes anônimas próximas à polícia.
arquivo/Reuters |
O médico Mohammed Asha, suspeito por ataques |
De acordo com a CNN, não se sabe quem escreveu o bilhete nem onde ele foi encontrado até o momento. Passaportes que pertencem aos dois suspeitos também foram encontrados pelas autoridades.
Um dos homens é o médico Bilal Abdulla, 27. O outro, o médico Khalid Ahmed, continua internado em estado crítico em um hospital da região de Glasgow após sofrer graves queimaduras na tentativa de atentado.
Autoridades indicaram ontem que os dois suspeitos também foram responsáveis por deixar dois carros-bomba estacionados no centro de Londres na última sexta-feira (29). Os carros foram encontrados pela polícia antes que pudessem ser detonados.
Abdullah e outros cinco pessoas foram presas durante a investigação sobre a trama terrorista e estão sendo interrogados em uma delegacia de Londres. Outro suspeito, o médico Mohammed Haneef, 27, está sendo interrogado em Brisbane, na Austrália, onde foi detido quando tentava embarcar para a Índia com uma passagem só de ida.
Aparentemente, todos os oito suspeitos já trabalharam para o Sistema Nacional de Saúde britânico antes do atentado. Ao menos dois deles, Haneef e outro suspeito detido em Liverpool, já trabalharam juntos no mesmo hospital na Inglaterra.
Medidas de segurança
Nesta quarta-feira, o premiê britânico, Gordon Brown, anunciou que o Reino Unido irá revisar a contratação de equipes médicas e aumentar os requisitos para imigrantes que se candidatem a vagas no país, em resposta aos mais recentes atentados terroristas.
Reuters |
O premiê britânico, Gordon Brown, aumentará requisitos para imigrantes |
"Nós aumentaremos as checagens em trabalhadores migrantes que vêm para o país", afirmou Brown à Câmara dos Comuns nesta quarta-feira.
"Como resultado do que ocorreu no Serviço de Saúde Nacional, pedi a Lord West, o novo ministro para o terrorismo, conduzir uma revisão imediata do processo de recrutamento".
Atualmente, o processo de checagem feito pelos empregadores inclui checagem de qualificações, identidade e ficha criminal.
Os atentados são um teste para Brown, que na semana passada substituiu Tony Blair. Ele disse acreditar que os novo ataques foram feitos por terroristas ligados à rede Al Qaeda.
Em julho de 2005, o Reino Unido tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a ser alvo de ataques suicidas, após uma série de atentados contra a rede de transportes londrina, que matou 52 pessoas.
Com CNN, "The Guardian", Reuters e Associated Press
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