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06/07/2007 - 08h09

Britânicos lembram 7 de julho sob impacto de novos atentados

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JOAQUÍN RÁBAGO
da Efe, em Londres

O Reino Unido lembra neste sábado o segundo aniversário dos sangrentos atentados suicidas de 7 de julho de 2005 na capital britânica, ainda sob o impacto dos ataques fracassados de uma semana atrás em Londres e Glasgow.

Há dois anos, 52 pessoas, além dos quatro suicidas, morreram e mais de 700 ficaram feridas. A ação coordenada contra a rede de transportes londrina exacerbou a polêmica sobre a invasão do Iraque e a presença militar britânica no país.

Duas semanas depois, houve uma nova seqüência de atentados, todos fracassados. As bombas levadas pelos terroristas não explodiram.

Os atentados de 7 de julho de 2005 surpreenderam o então primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, que presidia a cúpula dos sete países mais industrializados do mundo e Rússia (G8), em Gleneagles (Escócia). Na véspera, ele havia comemorado a escolha de Londres como sede dos Jogos Olímpicos de 2012.

O líder trabalhista, que tinha manifestado, como outros dirigentes, sua solidariedade ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, após os atentados de 11 de setembro de 2001, declarou em tom apocalíptico que com o terrorismo as regras do jogo haviam mudado. Anunciou, então, uma série de medidas para combater os grupos terroristas.

O caráter draconiano das medidas pôs em pé de guerra os defensores dos direitos civis. Muitos criticaram o autoritarismo crescente de um governante que se negava a reconhecer qualquer relação entre o crescimento do terrorismo e a invasão do Iraque.

Britânicos

O fato de que os terroristas suicidas tivessem nascido ou pelo menos sido criados no Reino Unido chamou a atenção para outro problema. As repercussões profundas da invasão do Iraque entre os muçulmanos britânicos e a acusação de dubiedade moral do Ocidente em suas relações com Israel e os palestinos afloraram na sociedade.

Por causa dos atentados, grupos de trabalho se formaram para tentar formular propostas sobre como melhorar as relações com a comunidade muçulmana, em sua maioria de origem asiática.

Mas os estudos fracassaram. O governo se negava a permitir uma investigação a fundo dos atentados, e não admitia que a sua política externa tinha contribuído para a radicalização dos jovens muçulmanos.

Novos ataques

Tony Blair já faz parte do passado. Mas o seu sucessor, Gordon Brown, logo depois de assumir o seu cargo, em 27 de junho, teve que enfrentar o seu primeiro desafio, com tentativas de ataques terroristas que causaram calafrios entre os britânicos.

Há uma semana, os britânicos escaparam de novas carnificinas, com dois carros-bomba sendo desativados em Londres e um automóvel cheio de material incendiário sendo lançado contra o terminal do aeroporto de Glasgow.

Mas os novos atentados mostraram um perfil inquietante e diferente dos anteriores. Desta vez, a julgar por todos os suspeitos detidos até agora, os responsáveis são jovens profissionais da área de medicina, estrangeiros, em sua maioria do Oriente Médio e contratados recentemente pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS).

O amigo de um deles declarou à polícia que o suposto terrorista, que tinha vivido no Iraque, onde ainda mora a sua família, estava "magoado" pela invasão do país e pelo fato de que agora os iraquianos estejam se matando.

O fato de que jovens cuja profissão é curar e salvar vidas tenham optado por matar inocentes é, para os britânicos, particularmente preocupante.

 

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