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Religiosos pedem que radicais entreguem mortos e feridos em Islamabad
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da Folha Online
Autoridades religiosas fizeram um apelo nesta segunda-feira aos militantes islâmicos entrincheirados na Mesquita Vermelha, em Islamabad, para que entreguem mortos e feridos, junto com mulheres e crianças. O pedido foi feito por meio de alto-falantes do lado de fora do complexo por uma delegação de religiosos muçulmanos, acompanhada do ex-premiê Chaudhry Shujaat Hussain.
"Viemos aqui fazer um último pedido", disse Hussain, líder da governista Liga Muçulmana do Paquistão. "Estamos aqui para pedir que nos entreguem os corpos das vítimas e os feridos para tratamento. Vamos tentar levar adiante o processo de negociação", afirmou aos jornalistas.
06.jul.2007/Mian Khursheed |
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco |
Desde a última semana, os confrontos entre policiais paquistaneses e centenas de estudantes e radicais islâmicos já deixaram cerca de 30 mortos. O muro externo da mesquita teve partes destruídas por bombas, mas ainda não há indicação de que as forças de segurança invadirão o complexo onde os islâmicos continuam entrincheirados pelo sétimo dia, sem água ou eletricidade.
O clérigo rebelde Abdul Rashid Ghazi, líder da mesquita, estaria disposto a falar com os líderes religiosos encarregados da mediação. Os radicais entrincheirados na mesquita transmitiram às autoridades os nomes de sete dignitários religiosos com os quais o imã Ghazi está disposto a conversar, explicou nesta segunda-feira um porta-voz dos islamitas por telefone à agência France Presse.
Na manhã desta segunda-feira, forças de segurança paquistanesas lançaram gás lacrimogêneo e trocaram tiros com militantes, acirrando a tensão sobre o cerco aos radicais entrincheirados. Na noite deste domingo, os policiais emitiram um ultimato pela rendição dos radicais por meio de alto-falantes do lado de fora do complexo. Clérigos islâmicos, porém, fizeram um apelo ao governo para que os policiais adiem uma possível invasão enquanto tentam uma solução negociada.
O governo estima que entre 200 e 500 radicais estejam entrincheirados na Mesquita Vermelha. Estimativas independentes afirmam, porém, que o número pode ser ainda maior.
Do lado de fora da mesquita, vários pais de estudantes aguardam o fim do cerco sem notícias dos filhos. Especula-se que algumas crianças tenham sido coagidas ou persuadidas a permanecerem para atuarem como escudos humanos na mesquita.
A Mesquita Vermelha, tida como base de islâmicos radicais no Paquistão, foi cercada pela polícia após confrontos que deixaram ao menos 16 mortos no início da última semana. Os recentes episódios de violência são resultado de meses de tensão com a mesquita, onde os líderes radicais desafiaram a autoridade de Pervez Musharraf, ao seqüestrar vários civis chineses e paquistaneses durante uma "campanha de moralização".
Com Reuters e France Presse
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