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18/07/2007 - 13h17

Mahmoud Abbas anuncia que convocará eleições palestinas antecipadas

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da Folha Online

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou nesta quarta-feira em uma reunião da OLP (Organização pela Libertação da Palestina) na Cisjordânia que convocará eleições antecipadas para tentar acabar com o impasse criado pelo racha do Fatah com o movimento Hamas. Os rivais Hamas e Fatah dividiam o poder em um governo de coalizão, mas romperam o acordo em meio a uma onda de violência que deixou mais de cem mortos em Gaza no último mês.

Enquanto o Hamas tomou, à força, o controle da faixa de Gaza, Abbas, do Fatah, destituiu o grupo rival do poder e criou um gabinete de emergência na Cisjordânia. Os dois grupos, que possuem braços armados, se mantêm no poder, mas cada qual em seu território.

20.jun.2007/AP
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que vai convocar eleições antecipadas
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que vai convocar eleições antecipadas

Abbas afirmou que pretende convocar novas eleições em meio a críticas ao Hamas. "Nem o diabo mente como eles", disse. As falas foram dirigidas ao Conselho Central Palestino na cidade de Ramallah.

No discurso, Abbas repetiu sua acusação de que o Hamas praticou um golpe de Estado contra ele em Gaza. "O Hamas está cometendo crimes capitais, crimes sangrentos contra nosso povo, todos dias, todas horas, todos os minutos. (...)Vamos pedir ao conselho que decida sobre eleições antecipadas", reiterou.

As eleições são uma tentativa arriscada de riscar o Hamas da arena política palestina. Desde a vitória do partido islâmico nas eleições palestinas em janeiro do último ano, parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos e por Israel, tenta afastar a liderança do Hamas do poder.

Manobras de governo

Na semana passada, o presidente da ANP fez uma manobra para alterar a equipe de governo e assumir permanentemente a liderança palestina.

Respondendo a uma restrição constitucional imposta a qualquer estado de emergência de 30 dias, Abbas empossou três ministros e reindicou Salam Fayyad como primeiro-ministro após ele formalmente renunciar, segundo auxiliares.

A indicação de novos ministros pelo presidente e a renúncia e reindicação do primeiro-ministro efetivamente criam um novo governo para substituir o emergencial.

Isso colocaria em nova situação legal o governo formado depois que Abbas demitiu seu predecessor liderado pelo Hamas, em 14 de junho. Alguns especialistas defendem que a atitude de Abbas precisa de aprovação do legislativo, paralisado pela crise.

Advogados que projetaram a Lei Básica Palestina, uma constituição interina, argumentaram que Abbas tinha o direito de demitir Ismail Haniyeh, líder do Hamas em Gaza, do cargo de primeiro-ministro, mas não de apontar um gabinete inteiro novo sem aprovação do legislativo --nem o direito de suspender partes da Constituição por decreto.

Apoio

Israel e a maior parte da comunidade internacional vêm apoiando o governo de Abbas, tido como moderado, para fazer frente ao Hamas em Gaza. O Hamas é considerado pelos Estados Unidos e por Israel um movimento terrorista.

Israel anunciou recentemente as decisões de libertar 250 prisioneiros palestinos acusados de crimes menores --a maioria provenientes do Fatah-- e de suspender operações para prender 180 homens armados do partido de Abbas. As decisões são descritas pelo premiê israelense, Ehud Olmert, como gestos de boa vontade para facilitar conversações de paz.

Na última segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou a realização de uma conferência de paz no final do ano, à qual devem comparecer representantes de Israel, dos palestinos e de países árabes.

Pela televisão, Bush reiterou seu apoio a Abbas e ao primeiro-ministro Salam Fayyad. O gabinete foi formado na Cisjordânia, em junho, depois que o movimento Hamas tomou a faixa de Gaza, após confrontos com o Fatah.

O presidente americano enumerou uma série de ajudas econômicas e diplomáticas para fortalecer a ANP.Como apoio financeiro, Bush mencionou o envio de US$ 190 milhões em ajuda humanitária --boa parte dos quais já tinha sido anunciada-- e US$ 80 milhões para a formação das forças de segurança, totalizando U$ 270 milhões.

Além disso, Bush disse que pretende criar um programa para gerar US$ 228 milhões em empréstimos. Estes seriam dedicados a fomentar a criação de pequenas e médias empresas palestinas.

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