Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/07/2007 - 08h45

Cristina Kirchner faz da Casa Rosada QG eleitoral

Publicidade

RODRIGO RÖTZSCH
da Folha de S.Paulo, de Buenos Aires

O governo Kirchner tem colocado sua estrutura, seu pessoal e até o Orçamento à disposição da candidatura de Cristina Fernández de Kirchner à Presidência da Argentina.

A primeira-dama participa desde ontem, ao lado de Kirchner, de uma visita oficial ao México, na qual foi anunciado um acordo de associação estratégica entre os países. É a segunda visita de Cristina ao país norte-americano neste ano (na outra, foi sem Kirchner), em mais um ato de divulgação internacional de sua candidatura.

"A visita de Cristina a seu país, em abril passado, me deu uma idéia completa da força que a cooperação de nossos países pode atingir", fez questão de dizer Kirchner, ontem, em um discurso ao colega mexicano, Felipe Calderón.

Além do México, Cristina já esteve neste ano na França, na Venezuela, no Equador, nos EUA e na Suíça. A última escala, na semana passada, foi na Espanha; antes das eleições, ela deve passar pelo Brasil.

Em todas essas ocasiões em que viaja sem o marido, Cristina é invariavelmente acompanhada por pelo menos dois funcionários da Presidência: o porta-voz de Kirchner, Miguel Núñez, e o chanceler Jorge Taiana. É acompanhada também por repórteres e fotógrafos da Telam, agência de notícias oficial.

O empenho de funcionários na campanha de Cristina não acontece só no exterior. Candidata oficial desde o último dia 1º, em um mês a senadora peronista ainda não tem uma equipe de campanha: seus assessores são os mesmos que trabalham para o presidente e remunerados pelo Estado.

O principal é o chefe-de-gabinete de Kirchner, Alberto Fernández, que é também o presidente do Partido Justicialista (peronista) de Buenos Aires, que estaria arcando com parte das despesas de campanha de Cristina.

Mas se o partido bancou a festa de lançamento e os cartazes espalhados por Buenos Aires, ao menos um dos gastos de campanha teria saído dos cofres presidenciais: o aluguel de um helicóptero que levou Cristina na última quinta-feira ao segundo ato de sua campanha na Argentina, uma homenagem a Eva Perón, a Evita, no 55º aniversário de sua morte.

Como no ato de seu lançamento, em La Plata, todo o gabinete de Kirchner esteve presente, e a transmissão do evento foi fornecida para as emissoras de TV argentina pelo mesmo aparato usado para exibir as atividades do presidente. No dia seguinte, a íntegra do discurso da candidata estava disponível na Telam.

O uso da estrutura do governo por Cristina é motivo de críticas da oposição. Ricardo López Murphy, um dos oponentes na disputa, cobrou do governo que desse "as mesmas facilidades" aos opositores para a divulgação de suas campanhas.

Pacote de bondades

A Casa Rosada, nos últimos dias, também buscou dar boas notícias para tentar reverter a maré de notícias negativas do último mês. Na sexta, o governo anunciou uma revisão na tabela do Imposto de Renda que beneficiaria a 800 mil argentinos com aumento de seus salários líquidos de até 500 pesos (R$ 300) por mês.

O projeto já foi enviado ao Congresso e, se aprovado em agosto, poderá começar a ser aplicado já em outubro --o mês das eleições.

Com a volta dos Kirchner do México, na quinta-feira, deve ser anunciada outra medida que beneficiará os mais pobres: o aumento do salário familiar, de 72 pesos para 90 pesos ao mês por filho para a faixa dos que recebem menos. A faixa dos que têm direito ao benefício também seria ampliada.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página