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31/07/2007 - 11h19

Austrália divulga conversa de suspeito de ligações com terrorismo

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da Efe, em Sydney
da Folha Online

O governo da Austrália revelou nesta terça-feira parte do conteúdo de uma conversa pela internet que o médico indiano Mohammed Haneef manteve com seu irmão na tarde em que foi detido como suspeito de ter ligações com uma organização terrorista. Haneef foi preso e interrogado após os atentados terroristas frustrados em Londres e Glasgow no final de maio.

O serviço de imigração australiano se baseou nessa conversa para cancelar o visto de trabalho do médico indiano, que foi libertado em seguida. No dia 29 de junho, dois carros com gasolina, pregos e cilindros de gás foram encontrados em Londres. No dia seguinte, um carro carregado com cilindros de gás foi jogado contra o aeroporto internacional de Glasgow. Um inquérito investiga os dois atentados frustrados.

O ministro da Imigração australiano, Kevin Andrews, disse em entrevista coletiva que, segundo a Advocacia-Geral do Estado, a conversa foi prova suficiente para cancelar o visto do indiano.

"Não revelarei todo o material protegido, como me foi recomendado pelo diretor da Polícia Federal australiana, já que isso prejudicaria ou colocaria em risco investigações futuras", disse o ministro.

Segundo ele, a conversa pode provar que Haneef sabia, a priori, dos atentados no Reino Unido e que tinha utilizado o nascimento de sua filha --ocorrido seis dias antes de sua detenção no aeroporto de Brisbane, capital do estado de Queensland-- como pretexto para sair da Austrália.

Na conversa, o irmão de Haneef diz que não foi encontrado nada sobre ele e pergunta quando o acusado sairia da Austrália. Haneef responde "hoje'" segundo Andrews.

"O irmão perguntou a Haneef se ele tinha permissão do hospital [de Gold Coast, onde trabalhava], e ele respondeu que tinha dito a eles que sua filha tinha nascido por cesárea', acrescentou.

"O irmão disse: 'Diga a eles que você tem que partir porque tem uma filha. Não diga mais nada'. Ressaltou ainda que não deixasse ninguém utilizar seu número de telefone na Austrália, que não o desse a ninguém, e que 'a tia' tinha dito que o irmão Kafeel tinha usado o cartão como identificação no Reino Unido", afirmou Andrews.

Vítima

O ministro de Assuntos Exteriores australiano, Alexander Downer, afirmou que exporá ao chanceler indiano, Shri Pranab Mukherjee, as razões da Austrália para o cancelamento do visto de trabalho do médico.

Os dois se reunirão na próxima quinta-feira, em Manila, por ocasião da 14ª reunião ministerial do Fórum Regional da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Haneef, que chegou à Índia na segunda-feira, considera-se vítima de uma "conspiração australiana", quer recuperar o visto de trabalho e exigiu às autoridades da Austrália que peçam perdão a seu país e a seus cidadãos.

O médico indiano ficou retido por 12 dias em aplicação da lei antiterrorista. Depois, foi acusado de "apoio imprudente a uma organização terrorista" por sua relação com seus primos Kafeel e Sabeel Ahmed, detidos após os atentados. Haneef foi libertado quando a Promotoria retirou as acusações.

Segundo as acusações, Kafeel e Sabeel Ahmed teriam participado dos atentados terroristas fracassados no Reino Unido.

Os advogados do Estado tinham fundamentado as acusações em um cartão telefônico em nome de Haneef que foi encontrado no carro utilizado na tentativa de atentado em Glasgow, e que depois se descobriu ser falso.

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