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21/08/2007 - 19h20

Julgamento de Fujimori começa com acusações de espionagem

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da Efe, em Santiago do Chile

O julgamento para extradição do ex-presidente peruano Alberto Fujimori começou nesta terça-feira na Corte Suprema do Chile, com atenções voltadas para supostas atividades de espionagem. A audiência terá continuidade amanhã. Fujimori nega todas as acusações.

Tais atividades teriam como alvo seus adversários, dirigentes políticos, jornalistas, autoridades estrangeiras e embaixadores credenciados em Lima, segundo a relatora do caso, Paola Plaza.

19.mai.2006/AP
Tribunal apresentou lista de acusações contra Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru
Tribunal apresentou lista de acusações contra Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru

A exposição de Plaza perante os cinco juízes que integram a 2ª Sala Penal do tribunal chileno se estendeu por quatro horas. Foram detalhados na ocasião nove dos 12 delitos pelos quais o Estado peruano pediu a extradição do ex-líder. Fujimori governou o Peru por dez anos, de 1990 a 2000.

O processo para extradição de Fujimori, que teve início nos tribunais chilenos em janeiro de 2006, foi solicitado devido a dois supostos crimes de violações dos direitos humanos e outros dez de corrupção.

Dos casos relatados por Plaza chamou a atenção o referente às escutas telefônicas, que pertenciam a um plano chamado Emilio.

Espionagem

Segundo a relatora, uma prova fundamental apresentada pelo Estado peruano é o testemunho de Vladimiro Montesinos, então assessor de Fujimori, sobre um ex-adido militar do Peru no Chile que teria espionado militares chilenos nos anos 90 por ordem do ex-presidente peruano.

Sobre a prova, Paola Plaza afirmou que nos comunicados enviados de Lima consta que Montesinos declarou em setembro de 2001 à Justiça peruana que o subchefe do Serviço de Inteligência do Peru (SIM), coronel Luis Rodríguez Silva, desenvolveu atividades de escutas telefônicas sobre as forças armadas e políticos chilenos quando esteve no cargo de adido militar.

Plaza também disse que Fujimori mantinha interceptados os telefones de importantes figuras públicas e de delegações oficiais estrangeiras em visita ao Peru.

Fortuna

Além disso, em seu relatório, Plaza declarou que nos comunicados enviados pelo Peru para o julgamento está um relatório da controladoria do país, que estabelece que Fujimori acumulou uma fortuna de US$ 330 milhões (mais de R$ 670 milhões), depositada em contas do Banco Continental.

A origem dessa fortuna, segundo os comunicados peruanos, pode estar em subornos que o ex-líder teria recebido por vendas de empresas do Estado durante processos de privatização.

Também foi dito no tribunal que Fujimori recebia por cada pedido de compra de armas uma percentagem para economias pessoais e que se apropriava de fundos destinados ao SIM.

Mensalão peruano

Além disso, foi denunciada a compra de deputados da oposição, que teriam recebido de forma antecipada de US$ 15 mil (mais de R$ 30 mil) a US$ 30 mil (mais de R$ 60 mil) para que trocassem de partido e aderissem à legenda do então líder peruano.

O relato foi acompanhado por vários jornalistas, advogados e familiares de supostas vítimas de casos de violações dos direitos humanos que teriam sido cometidos por Fujimori.

A relatora Paola Plaza fez um resumo dos comunicados enviados de Lima e da decisão do juiz Orlando Álvarez, que em julho rejeitou a extradição por considerar que "os antecedentes apresentados não associavam a participação de Fujimori nos fatos".

Alfredo Etcheberry, advogado do governo peruano, considerou "muito esclarecedora e informativa" a audiência desta terça, mas não quis antecipar suas futuras exposições. "Se antecipo algo, molharei minha pólvora", disse à imprensa.

O advogado de Fujimori, Gabriel Zaliasnik, não quer fazer comentários.

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