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01/12/2007 - 21h56

Clima tenso marca referendo deste domingo na Venezuela

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da Folha Online

Os venezuelanos se preparam para um dia eleitoral neste domingo, no qual 16 milhões de eleitores foram convocados a votar em um referendo sobre a polêmica reforma constitucional promovida pelo presidente do país, Hugo Chávez.

Os preparativos acontecem no meio de certo nervosismo e tensão, após as advertências e denúncias de Chávez sobre supostos planos opositores --que segundo ele são planejados nos Estados Unidos-- para derrubar as eleições e gerar caos.

De acordo com Chávez, a aprovação da reforma constitucional vai acelerar a instauração do que chama "socialismo venezuelano do século 21", algo que para ele gera "inimigos" internos e externos.

"Os que votarem no Não, votarão em George W. Bush", advertiu nesta sexta-feira diante de milhares de partidários no centro de Caracas.

Para os adversários das mudanças à Carta Magna, o presidente está apenas tentando desviar a atenção da disputa eleitoral em um momento que a maioria do país está contra sua proposta.

O chamado "dia de reflexão eleitoral" terá a entrada em vigor de uma "lei seca" que proíbe a compra, a venda e o consumo de bebidas alcoólicas até a próxima segunda-feira.

Também estão vetadas neste período ações proselitistas e as permissões para que civis portem armas. Além disso, as fronteiras venezuelanas serão fechadas, os policiais estarão aquartelados e um grande contingente militar se fará presente nos centros de votação.

As autoridades eleitorais deram repetidas garantias de transparência e disseram que qualquer acusação de fraude na qual, segundo Chávez, a oposição se basear para executar seu plano, "se chocará com a realidade", porque "não há possibilidade de que o voto não reflita a vontade dos cidadãos."

Foi o que disse Humberto Castillo, um dos diretores do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), ao reiterar que 54% das urnas que têm o voto físico serão abertas, para assim contrastar com os resultados das urnas eletrônicas.

Acrescentou que as denúncias contra não passarão de "uma retórica política que não terá interlocutores na maioria."

Castillo também contou que quase 100 mil testemunhas, do governo e da oposição, observarão o referendo, que decidirá a aprovação ou não da reforma de 69 dos 350 artigos da Constituição de 1999.

O ministro da Defesa venezuelano, general Gustavo Rangel, confirmou que as mesas de votação "estão instaladas" e destacou que perto de 110 mil soldados da FAB (Força Armada Bolivariana) e ao redor de 300 mil policiais e civis atuarão no combate de "qualquer foco de violência que grupos minoritários tentem gerar."

Segundo os governistas, grupos da oposição radical planejam não reconhecer a proclamação da suposta "vitória" do "sim" às reformas, o primeiro passo da operação que Chávez atribuiu à CIA (agência americana de inteligência) e a grupos "imitadores de ianques da oligarquia crioula."

Os líderes da oposição denunciam a reforma proposta pelo presidente como uma tentativa de instalar "um regime socialista autoritário."

Além disso, afirmam que os centros de pesquisa de opinião os quais deram Chávez como vencedor das eleições presidenciais no ano passado --e acertaram-- prevêem agora a vitória do "não" no referendo.

Os opositores à reforma constitucional, unidos em um chamado "Bloco do Não", reuniram na quinta-feira no centro de Caracas uma multidão que protestava contra as mudanças propostas no referendo.

No dia seguinte, outra concentração em massa, desta vez a favor do "sim", encheu o mesmo local da capital.

Os dirigentes opositores asseguraram que reconhecerão uma derrota "se houver transparência", mas advertiram também que o povo defenderá seu voto se o processo for "mentiroso".

Os pontos mais polêmicos da reforma incluem a implantação da reeleição presidencial ilimitada, de vários tipos de propriedade, como a comunal, além da privada, de um novo ordenamento territorial, e da possibilidade de o Estado restringir a informação durante os estados de exceção.

Nem mesmo entre as trincheiras chavistas houve unanimidade sobre a reforma constitucional. A dissidência mais sentida foi a do ex-ministro de Defesa, Raúl Baduel --que havia devolvido o poder a Chávez depois do golpe de abril 2002.

Outros ex-chavistas, como a ex-mulher de Chávez, Marisabel Rodríguez, que foi constituinte em 1999, uns poucos deputados, governadores social-democratas e um grupo de intelectuais, também pediram o voto no "Não".

Com Efe e France Presse

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