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Estupro de mulheres e crianças vira arma no Quênia
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da Ansa, em Londres
O "estupro em massa", arma usada em alguns dos conflitos dos últimos anos, começa a ocorrer no Quênia. Segundo o jornal inglês "Daily Telegraph", centenas de mulheres e crianças, algumas de até cinco anos, foram violentadas durante os confrontos que se seguiram às eleições presidenciais. As vítimas eram quase todas da tribo do presidente Mwai Kibaki, os kikuyu.
O jornal britânico se baseia em relatos provenientes dos hospitais de algumas zonas do país, segundo as quais a violência sexual foi praticada por grupos de homens em diversas zonas urbanas mais pobres, atingindo mulheres e crianças da etnia adversária.
Em um hospital do subúrbio da capital Nairóbi chamado Hurlingham, os médicos dizem que nos últimos quatro dias tiveram que cuidar de 24 mulheres e 13 garotas menores de idade violentadas. Também três crianças terminaram no pronto-socorro depois de crimes de estupro.
"Uma das crianças foi violentada por 10 homens", afirmou Rahab Ngugi, enfermeira-chefe do hospital. "Nós achamos que essa seja somente uma pequena parte das vítimas, porque muita gente não tem meios para chegar até o hospital".
Os relatos são confirmados por diversos órgãos e correspondentes, que ouviram falar de eventos similares em várias partes do Quênia, e não só nas zonas mais pobres de Nairobi.
Uma mulher inglesa que vive em um subúrbio residencial de Kilimani disse à imprensa britânica que viu, do terraço de sua casa, algo que parecia o estupro de uma jovem.
Enquanto uma multidão incendiava uma estação de serviços gerais e a polícia dava tiros ao ar, três homens teriam abusado da garota, com idade por volta dos 20 anos.
"Ela implorava, em swahili, dizendo 'por favor, por favor'. Depois a levaram para trás de um muro, não os vi mais, só ouvia os gritos. Não sabia o que fazer, era perigoso demais descer até a rua. Se tivesse uma arma, teria ido até lá e atirado naqueles homens. Mas não tinha nada e não havia nada que eu pudesse fazer", contou a testemunha, cujo nome não foi divulgado.
Segundo testemunhos publicados pela agência missionária Misna, só nesta última quarta-feira, 35 vítimas de estupro buscaram ajuda no Hospital da Mulher de Nairobi, um número muito superior à média de dias normais.
Fontes do "Daily Telegraph" afirmam que a maior parte das vitimas foi atacada em suas próprias casas, nos bolsões habitacionais da periferia da capital, e somente pelo fato de pertencerem à tribo do presidente Mwai Kibaki, os kikuyu.
Algumas mulheres afirmam que bandos de homens, armados de machados e bastões, entraram em suas casas e as violentaram na frente dos maridos, alguns dos quais foram brutalmente assassinados.
Os agressores fariam parte das etnias partidárias de Raila Odinga (membro da tribo Luo), que perdeu as eleições presidenciais e passou a afirmar --junto a seu grupo e alguns observatórios internacionais-- que as votações foram manipuladas.
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