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Ex-diretor da CIA exige imunidade para depor no Congresso
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da Efe, em Washington
José Rodríguez, ex-diretor de Operações Clandestinas da CIA (agência de inteligência), não comparecerá à Câmara de Representantes dos Estados Unidos para depor sobre a destruição de vídeos em 2005 sem uma garantia de imunidade.
Os advogados de Rodríguez apresentaram a exigência aos membros do Comitê de Inteligência da Câmara nesta quarta-feira. Os legisladores haviam convocado o ex-diretor da CIA em dezembro.
Eles querem uma explicação para a ordem de destruir as fitas de vídeo que mostravam os interrogatórios de dois supostos terroristas.
Robert Bennett, um dos advogados de Rodríguez, disse aos legisladores que não deixará que seu cliente compareça ao Comitê de Inteligência devido à investigação criminal que o Departamento de Justiça abriu recentemente sobre o mesmo caso.
A defesa baseia o seu argumento no fato de que sem uma garantia de imunidade tudo o que Rodríguez disser durante seu depoimento no Comitê poderá ser utilizado contra ele num tribunal.
Investigação
O Comitê de Inteligência escreveu em meados de dezembro uma carta ao diretor da CIA, o general Michael Hayden, pedindo que Rodríguez, quem ainda faz parte da agência, compareça a uma audiência na investigação aberta no Congresso sobre a destruição das fitas.
A questão central do escândalo é descobrir se Rodríguez pediu e recebeu a permissão dos assessores jurídicos internos da agência para destruir os registros.
No dia 6 de dezembro foi revelado que Hayden escreveu uma carta a empregados da CIA, dizendo que a agência destruiu vídeos de interrogatórios realizadas em 2002, por medo de que eles chegassem à opinião pública e comprometessem a identidade dos agentes.
A CIA começou a gravar os interrogatórios como um "teste interno", depois de o presidente George W. Bush autorizar métodos mais severos para conseguir informação de supostos terroristas. Eles incluíram o "waterboarding", ou "afogamento simulado", segundo autoridades governamentais.
As gravações de vídeo supostamente mostravam atos de tortura contra Abu Zubaydah e Abd al-Rahim al-Nashiri, dois membros da Al Qaeda.
Rejeição
O juiz federal Henry Kennedy disse hoje que não abrirá uma investigação sobre a destruição de fitas da CIA em 2005, porque não há provas de que o governo tenha violado uma ordem judicial.
A decisão de hoje do juiz Kennedy é uma vitória política para o governo do presidente George W. Bush, que recebeu críticas nos EUA e na comunidade internacional pelos maus-tratos de detidos na luta antiterrorista.
No dia 21 de dezembro, Kennedy ouviu os argumentos da defesa de três presos em Guantánamo que exigiam a intervenção do tribunal e do governo, que insistiu em que o Departamento de Justiça deve averiguar a destruição das fitas em novembro de 2005.
As gravações de vídeo, de 2002, supostamente mostravam atos de tortura contra dois membros da Al Qaeda.
O desaparecimento das fitas também é alvo de pesquisas paralelas pela CIA e o Congresso dos EUA.
Foi o próprio Kennedy quem pediu, cinco meses antes do desaparecimento das gravações, que todas as provas ou informações sobre abusos e torturas supostamente cometidos contra os prisioneiros na base naval dos EUA em Guantánamo (Cuba) fossem preservadas.
Em sua decisão de hoje, Kennedy afirmou que a defesa dos presos não apresentou nada que tivesse persuadido seu tribunal a pôr em dúvida a imparcialidade do Departamento de Justiça.
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