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11/01/2008 - 03h20

EUA inocentam único oficial julgado por abusos de Abu Ghraib

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da Folha Online

O Exército dos Estados Unidos livrou da condenação o único oficial julgado pelos abusos a detentos na prisão iraquiana de Abu Ghraib, onde soldados foram fotografados praticando abusos contra os prisioneiros.

O coronel Steven Jordan, ex-diretor do centro de interrogatórios da prisão iraquiana, foi eximido da maioria das acusações contra ele, incluindo a de maus-tratos. Ele foi reconhecido como culpado apenas por desobedecer ordens de não discutir publicamente a investigação do caso.

O militar recebeu apenas uma advertência por um delito associado, informaram fontes militares nesta quinta-feira.

Mediante uma decisão tomada nesta terça e anunciada hoje, o general Richard Rowe, comandante da região militar de Washington e responsável pela Corte Marcial que julgou o coronel Jordan, desaprovou as conclusões do júri e anulou a única condenação.

O coronel foi absolvido em agosto de 2007 após ser acusado de não ter supervisionado devidamente onze soldados acusados de participar dos abusos contra os prisioneiros, que incluíram fotografias em posições sexuais humilhantes.

Fotos

A publicação das fotos em 2004 revelou uma mancha no prestígio militar dos Estados Unidos e gerou um escândalo no país e protestos de grupos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos.

"Em vista da natureza da falta pela qual (Jordan) foi declarado culpado e das provas atenuantes apresentadas pela defesa no julgamento e depois dele, Rowe determinou que a reprimenda era uma conclusão justa e adequada do assunto", disse em entrevista Joanna Hawkins, porta-voz do Exército.

Jordan, que estava a cargo do centro de interrogatórios de Abu Ghraib, afirmou que nunca participou dos abusos e denunciou que as autoridades militares queriam transformá-lo em um bode expiatório.

Se fosse declarado culpado, enfrentaria uma condenação a cinco anos de prisão e seria expulso do Exército.

Punição

Os tribunais militares declararam culpados onze soldados de patente inferior por sua participação no caso.

Outros dois oficiais receberam medidas disciplinares, mas nenhum enfrentou acusações criminais ou a possibilidade de ser expulso do Exército.

"Estou um pouco assustado com tudo, mas agradecido e feliz por o general Rowe ter visto a situação como era", disse Jordan ao jornal "The Washington Post".

"Não sei se algum outro oficial teve responsabilidade, mas evidentemente eu não tive", acrescentou.

Direitos humanos

A decisão foi criticada por grupos de defesa dos direitos humanos, que disseram que os castigos deveriam ter ido mais acima na cadeia de comando.

"É claro que os abusos a prisioneiros no Iraque e Afeganistão foram resultado de políticas autorizadas ao mais alto nível militar e civil", disse uma porta-voz do Projeto Segurança Nacional da União de Liberdades Civis dos EUA (ACLU, em inglês).

"Os abusos foram sistemáticos e generalizados, mas a responsabilidade não", acrescentou.

Com France Presse e Efe

 

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