Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/01/2008 - 22h41

Ministro da Defesa de Israel diz que aumentará pressão sobre Gaza

Publicidade

da Folha Online

Poucas horas depois de anunciar a interrupção parcial do bloqueio a Gaza, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, advertiu que aumentará a pressão sobre o território até que as milícias palestinas deixem de lançar foguetes artesanais contra o país judeu.

"Devemos exercer maior pressão sobre Gaza, o que é importante para os moradores do (deserto do) Neguev ocidental e de Sderot", alvos freqüentes dos foguetes Al Qassam e de morteiros, disse Barak na Conferência Internacional de Herzliya (oeste de Israel), segundo meios de comunicação locais.

"É mais importante para mim a nossa tranqüilidade que a sua", disse o ministro.

Barak ressaltou que "muitos terroristas estão vivos e respirando somente porque tratamos de não prejudicar civis".

Desde a última terça-feira, 40 palestinos --11 deles civis-- morreram em "assassinatos seletivos" e confrontos com o Exército israelense.

Na manhã desta segunda, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, tinha se expressado seguindo a mesma linha no Parlamento, depois de se reunir com o chefe da diplomacia holandesa, Maxime Verhagen.

"De nenhuma forma Israel deixará que a vida em Gaza seja cômoda e agradável", disse Olmert, embora tenha declarado que não permitirá que a região atravesse uma crise humanitária.

Olmert afirmou nesta segunda que os habitantes da faixa de Gaza "podem caminhar", depois que a principal central elétrica do território parou sua atividade devido à falta de combustível, e já não resta mais para abastecer os veículos.

"No que diz respeito a mim, todos os residentes de Gaza podem andar, mas se não têm gasolina para seus veículos é por culpa de um governo criminoso que não permite que a população do sul de Israel viva em paz", disse Olmert, segundo informou a rádio pública israelense.

O primeiro-ministro israelense fez essas afirmações durante uma reunião realizada esta tarde com membros de seu partido, o Kadima.

Pouco antes, Olmert tinha advertido em um comparecimento junto com o ministro das Relações Exteriores holandês, Maxime Verhagende, de que Israel não "luta contra os civis, mas contra os envolvidos no terrorismo".

A única central elétrica de Gaza, que cobre um terço do consumo no território, deixou de funcionar no final da tarde de domingo, ao esgotar suas reservas de combustível derivado do petróleo.

Remédios e combustível

Israel decidiu permitir a entrada de combustível e medicamentos na faixa de Gaza --controlada desde junho do ano passado pelo grupo radical islâmico Hamas-- a partir de amanhã, diminuindo assim as restrições do bloqueio que gerou protestos internacionais.

Ao menos 500 mil foram afetados pelo bloqueio, que gerou o alarme diante do risco de uma crise humanitária em um território onde 80% da população já vive com a ajuda internacional.

A decisão do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, irá permitir que a União Européia (UE) entregue combustível para a principal central de energia elétrica de Gaza, que deixou de funcionar parcialmente neste domingo.

De acordo com o Ministério da Defesa, Israel também permitirá a entrada de diesel para abastecer geradores elétricos, assim como gás para cozinha. No entanto, segundo um porta-voz, as restrições para a gasolina usada em veículos serão mantidas a princípio.

"Esperamos que o Hamas tenha entendido a mensagem", disse o porta-voz do Ministério israelense das Relações Exteriores, Arye Mekel. "Eles são capazes de reduzir os foguetes".

A decisão foi anunciada depois que agências internacionais alertaram que hospitais de Gaza poderiam ficar sem medicamentos e combustíveis para seus geradores em alguns dias, se Israel não suspendesse o bloqueio na fronteira com Gaza, iniciado na sexta-feira (18).

A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Refugiados Palestinos (Unrwa) também havia alertado nesta segunda que o bloqueio poderia forçar a suspensão do envio de alimentos.

"A falta de sacolas plásticas, combustíveis e geradores afetará a distribuição de alimentos do nosso programa que atende 860 mil em Gaza, caso a situação atual se estenda", afirmou Christopher Gunness, porta-voz da Unrwa, à agência de notícias Reuters.

A União Européia (UE), que financia os combustíveis usados na principal central elétrica de Gaza, havia dito que "compreende a necessidade de Israel se defender" dos lançamentos de foguetes, mas chamou o bloqueio de "punição coletiva" que deve ser suspensa.

Hamas

Porta-vozes do grupo radical islâmico Hamas culparam Israel pela falta de eletricidade e pelo fechamento da fronteira.

Horas após o blecaute, o Hamas anunciou que cinco pacientes morreram em hospitais devido ao corte de energia elétrica.

O líder do Hamas exilado na Síria, Khaled Meshal, pediu a líderes árabes e ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que "deixem de lado as diferenças" e se unam para ajudar a população de Gaza.

"Todos os líderes árabes devem se unir para pressionar e deter o crime sionista (...). Assumam seus papéis e a sua responsabilidade", disse Meshal à rede de TV Al Jazira.

Ele disse ainda que está em contato com líderes de países árabes --entre eles do Egito e da Arábia Saudita-- para pedir que pressionem Israel pelo fim do bloqueio.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério iraniano de Relações Exteriores, Mohammad Ali Hosseini, disse que seu país está pronto para sediar uma reunião de emergência da Organização da Conferência Islâmica (OIC) a respeito das ações de Israel na faixa de Gaza.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o ministro iraniano de Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, pediram uma reunião de emergência da OIC para dar fim às "atrocidades" cometidas no norte de Gaza.

Com France Presse, Efe e Associated Press

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página