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Paquistaneses vão às urnas para renovar Parlamentos
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da Folha Online
Cerca de 81 milhões de paquistaneses foram convocados hoje às urnas para escolher os representantes de sua Assembléia Nacional e de seus quatro Parlamentos provinciais.
A eleição cuja transparência foi questionada pela oposição, que ameaça com protestos se o regime de Pervez Musharraf cometer uma fraude, ocorre em um momento crucial após uma campanha marcada pela violência.
Cerca de 64 mil colégios eleitorais abriram suas portas às 8h (0h de Brasília) para a votação. Os locais devem ser fechados às 17h (9h de Brasília) e os resultados devem começar a surgir por volta das 23h (15h de Brasília), segundo a Comissão Eleitoral.
A apuração dos votos será presenciada por interventores dos partidos e recolhida em uma ata que se tornará pública e será levada pessoalmente pelo presidente do colégio ao juiz eleitoral encarregado de cada circunscrição.
Regiões
A maioria dos colégios fica na província nordeste de Punjab, que com 44,6 milhões de eleitores obterá 183 dos 342 cadeiras do futuro Parlamento.
Em Punjab, com 10% de colégios eleitorais "muito sensíveis", o governo desdobrou 130 mil policiais e cerca de 48 mil soldados e paramilitares ou "rangers".
Sindh, no sudeste do país com 19,5 milhões de eleitores e 75 assentos no Parlamento, tem quase 12% dos colégios "muito sensíveis" e será vigiada por 13,5 mil soldados e "rangers" e 100 mil policiais.
Na Província da Fronteira Noroeste, com 10,8 milhões de eleitores e 43 cadeiras parlamentares, 9% dos colégios "muito sensíveis" serão vigiados por cerca de 6.000 soldados, enquanto a Polícia destacará no resto perto de 50 mil agentes.
Em Baluchistão, com 4,3 milhões de eleitores e 17 assentos na Assembléia, o Exército destacou 7.500 soldados e a Polícia 25 mil para vigiar seus colégios, quase um terço deles qualificados de "muito sensíveis".
Os eleitores das quatro províncias paquistanesas elegerão também os deputados de suas assembléias provinciais.
Finalmente, nas chamadas "agências" tribais povoadas por pashtuns na fronteira com o Afeganistão, um total de 1,3 milhão de pessoas escolherá unicamente seus 12 representantes no Parlamento central; enquanto meio milhão de eleitores da capital federal, Islamabad, elegerão dois deputados.
As dez cadeiras restantes da Assembléia Nacional são reservadas para representantes da população não muçulmana do país.
Segurança
A União Européia enviou ao Paquistão a principal equipe de observadores, de 130 membros, que se deslocarão por todo o território, exceto nas regiões consideradas "muito sensíveis".
"Não foi uma proibição do governo, mas por razões de segurança optou-se por não ir às áreas mais complicadas", explicou à Agência Efe o líder da missão, o alemão Michael Gahler, que dará sua avaliação dois dias depois da votação.
Embora os paquistaneses possam escolher entre candidatos de 49 partidos políticos diferentes, três disputam a maioria do voto: a Liga Muçulmana do Paquistão-Q, que apóia o presidente, Pervez Musharraf, e é liderada por Chaudhry Hussein; o PPP (Partido Popular do Paquistão), dirigido pelo viúvo de Benazir Bhutto, Asif Zardari, e a Liga Muçulmana do Paquistão-N do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif.
Também concorre o partido religioso Jamiat Ulema-e-Islam, principal membro da aliança MMA (Muttahida Majlis-e-Amal), que foi a grande surpresa das eleições de 2002 ao se erguer como terceira força parlamentar, atrás do PML-Q e do PPP.
Os outros membros da MMA convocaram um boicote da votação de hoje, da mesma forma que os representantes da minoria baluchi.
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