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População de Gaza se refugia enquanto ataques israelenses continuam
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SAUD ABU RAMADÁN
da Efe, em Gaza
A Cidade de Gaza permanecia neste domingo praticamente sem atividades, com a maioria da população civil refugiada em suas casas após a dura ofensiva militar israelense que provocou hoje dez mortes, elevando o número de vítimas fatais nos últimos cinco dias.
Segundo números do Ministério da Saúde local, ao menos cem pessoas morreram e mais de trezentas ficaram feridas desde quarta-feira.
"A vida está parada em Gaza. Saí à rua e quase não vi carros no centro da cidade. Não há eletricidade e, se seguir assim, dentro de dois ou três dias não teremos água", relatou um membro do partido Fatah em Gaza à agência de notícias Efe.
No norte de Gaza, onde ocorreram os piores ataques dos últimos dias, o barulho dos aviões de espionagem não tripulados e dos helicópteros é constante, e parte da população fugiu de suas casas em direção a locais mais seguros.
É o caso de Imán Asaleya, 42, que abandonou, junto a seu marido e a seus quatro filhos, a casa da família no leste do campo de refugiados de Jabalya, que se transformou em um campo de batalha.
Na noite de sexta-feira, tropas israelenses iniciaram uma incursão terrestre na região, desde que dezenas de militantes islâmicos lançaram foguetes de fabricação caseira em direção ao território de Israel.
A ação, considerada a mais sangrenta em Gaza desde 2000 provocou, em apenas um dia, a morte de mais de 60 palestinos, entre eles pelo menos 15 crianças.
"Quando vi como os disparos dos tanques atingiam as casas de nosso bairro, matando a mulheres e crianças, decidi pegar meus filhos e sair dali para salvar suas vidas. Se tivéssemos ficado, eu os teria perdido" declarou Imán.
Segundo a palestina, "Israel não está lutando contra o Hamas e não está realizando estas operações para impedir o lançamento de foguetes contra seu território, mas sim provocando uma guerra contra todo o povo palestino. Israel mata as pessoas sem distinção".
Desde quarta-feira passada, helicópteros Apache e aviões de combate F-16 israelenses não deixaram de sobrevoar os arredores de Jabalya, dando apoio aos tanques e tropas terrestres.
As emissoras de TV de Gaza mostravam imagens de casas destruídas, ambulâncias e médicos atendendo feridos e cobrindo corpos, inclusive crianças e bebês.
"Estão atacando por todas as partes. Não diferenciam crianças, mulheres, idosos. Dizem que os foguetes são a razão dos ataques, mas morreram mais de vinte crianças e mais de quinze mulheres. Por acaso pode um bebê de seis meses lançar foguetes?", questionou o membro do Fatah ouvido pela Efe.
Segundo números do Ministério da Saúde local, ao menos cem pessoas morreram e mais de trezentas ficaram feridas desde quarta-feira.
Os hospitais e os serviços de ambulância de Gaza entraram em colapso, o que levou o Egito a abrir a passagem fronteiriça de Rafah para permitir a passagem dos feridos e o atendimento em seus hospitais.
"Não temos ajuda médica suficiente, pois parte das equipes médicas não funcionam e temos uma grave escassez de combustível para as ambulâncias", disse à Efe Moaweya Hassanein, chefe dos serviços de emergência em Gaza.
Em diversas localidades aconteciam neste domingo os funerais de dezenas de palestinos, cujos corpos eram envolvidos em bandeiras e carregados em direção aos cemitérios por homens que bradavam frases pedindo revanche contra Israel.
Hazem Abu Shanab, membro do Fatah em Gaza, acusou Israel de "cometer crimes contra a humanidade nesta guerra" e disse à Efe que os israelenses "deverão pagar por isso".
Diversos grupos armados que atuam no local afirmaram que a ofensiva israelense não impedirá que continuem atacando as regiões limítrofes à faixa. É o caso do Comitê de Resistência Popular, cujo porta-voz assegurou à imprensa que "os duros ataques israelenses tornarão os milicianos mais fortes".
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