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16/05/2007 - 00h00

Senado dos EUA rejeita lei de financiamento limitado para Iraque

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da Folha Online

Em uma dia de violentos ataques no Iraque, o Senado dos Estados Unidos rejeitou uma proposta de lei que previa o corte do financiamento do conflito no país árabe depois de março de 2008, o que na prática estabelecia esta data para o fim da ação americana. A votação representou uma derrota para congressistas democratas, que pressionam o governo pelo fim da presença americana no conflito.

Ted S. Warren/AP
Capacete e arma do sargento Avery Pursel, morto no início do mês em um ataque no Iraque
Capacete e arma do sargento Avery Pursel, morto no início do mês em um ataque no Iraque

A lei foi rejeitada por 67 votos contrários e apenas 29 votos a favor. Ainda assim, alguns democratas viram na votação uma indicação da impopularidade da guerra no Iraque. "Isso [o fim do financiamento da guerra] seria considerado uma heresia quatro meses atrás", disse o senador Russell Feingold. "Hoje, a maioria dos senadores democratas afirmou que é hora de acabar com a missão da forma que está. É uma grande mudança", completou.

Além da lei sobre o financiamento, uma proposta republicana que previa o fim da ajuda americana ao Iraque caso Bagdá não consiga implementar certas reformas políticas e de segurança também foi rejeitada hoje pelo Senado.

Apesar de representar o maior desafio dos republicanos ao presidente dos EUA, George W. Bush, até hoje, a medida foi considerada muito leve pelos democratas. A votação acabou com 52 votos contrários e 44 a favor.

Violência

A explosão de um carro-bomba perto de um mercado xiita ao nordeste de Bagdá matou ao menos 32 pessoas e feriu outras 50 nesta quarta-feira. Em outros episódios de violência pelo país, ao menos 12 pessoas morreram e 68 ficaram feridas em confrontos entre a polícia e milicianos leais ao clérigo xiita Moqtada al Sadr.

O ataque com carro-bomba no mercado pode ter sido feito com um veículo carregado de gás cloro, segundo fontes médicas. A polícia nega.O ataque ocorreu às 7h45 (0h45 de Brasília) em Abu Saydah, na Província de Diyala. Os feridos foram levados a hospitais em Muqdadiyah e Cidade de Sadr.

Abu Saydah é uma região xiita 40 km ao nordeste do bastião sunita de Baquba, capital da Província de Diyala, que vive um cenário de violência crescente após o início da operação dos EUA em Bagdá.

A região se tornou um reduto da organização Estado Islâmico do Iraque, coalizão de oito grupos armados liderada pela rede terrorista Al Qaeda.

Ahmed Malik/Reuters
Buraco aberto por morteiro em Bagdá; ação em mercado mata 32
Buraco aberto por morteiro em Bagdá; ação em mercado mata 32

Fontes dos hospitais suspeitaram do uso de cloro devido à dificuldade das vítimas para respirar e enxergar. Um dos feridos, Kadim Hussein, 45, que foi levado ao Hospital Imã Ali, em Cidade de Sadr, acusou os hospitais de Baquba de atender apenas sunitas.

"Meus olhos ficaram inchados devido ao cloro que estava dentro do carro-bomba", afirmou ele à agência de notícias Associated Press. "Fiquei ferido no peito e em um dos ombros".

Segundo fontes médicas, o hospital recebeu três corpos, e 11 dos feridos apresentavam sintomas de intoxicação por gás cloro.

Nesta terça-feira, a explosão de um carro-bomba conduzido por um suicida em um mercado popular da localidade de Al Meqdadiya, 110 quilômetros a nordeste de Bagdá, matou ao menos 14 pessoas, segundo fontes dos serviços de segurança.

Após a explosão, várias bombas também foram lançadas no local, impedindo a chegada de ambulâncias e da polícia. O atentado, que deixou 22 feridos, causou ainda danos a edifícios.

Ataques

Em outros episódios de violência que sacudiram o Iraque nesta quarta-feira, dois caminhões-bomba destruíram uma ponte sobre o rio Tigre ao norte da cidade de Mossul.

O Exército dos EUA sugeriu no último final de semana que ataques a pontes, cada vez mais comuns, possam estar se tornando uma nova estratégia de insurgentes para prejudicar vias de acesso e abastecimento de cidades iraquianas.

No último sábado (12), as pontes nova e velha de Diyala, em Bagdá, foram alvo de carros-bomba que mataram 26 pessoas. Estes ataques, aumentaram para cinco o número de pontes que foram alvos de grandes explosões na capital iraquiana desde o dia 21 de março.

Também hoje, seis pessoas ficaram feridas depois que a Zona Verde de Bagdá foi atacada com morteiros. A Zona Verde, região fortificada onde se encontram a embaixada americana e o Parlamento iraquiano, vem sendo alvo freqüente de ataques, colocando em dúvida o sucesso da tentativa de criar uma região de segurança em Bagdá.

Em outras partes do Iraque, confrontos entre milícias leais ao clérigo radical xiita Moqtada al Sadr (um dos mais ferozes críticos da presença americana no Iraque) e o governo iraquiano deixaram ao menos 12 mortos e 68 feridos, segundo informações da polícia.

Com Reuters, Efe e Associated Press

 

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