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24/03/2008 - 20h30

Colômbia diz que morte de equatoriano não é motivo para aprofundar crise

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Da Efe, de Bogotá

O ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, disse hoje que o fato de um cidadão equatoriano ter morrido no ataque do Exército da Colômbia contra um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no Equador não deve ser motivo para aumentar a crise entre os dois países.

"Não entenderia porque o Equador colocaria problemas neste fato", disse Santos.

O ministro respondeu desta maneira à advertência do presidente equatoriano, Rafael Correa, de que a confirmação da morte de Franklin Guillermo Aisalia Molina durante a incursão militar colombiana realizada no último dia 1º "seria extremamente grave".

O titular da Defesa colombiana declarou a várias rádios locais que espera que não haja problemas nas relações com o Equador após a identificação do corpo levado a Bogotá junto ao de "Raúl Reyes", número dois das Farc.

Equatoriano nas Farc

O cadáver, segundo informou o Ministério de Defesa da Colômbia, seria de "Lucho", apelidado de Molina, "membro ativo" das Farc no Equador.

O Ministério da Defesa colombiano explicou que fotos do corpo foram confrontadas com filmagens realizadas durante as investigações que levaram à prisão em janeiro de 2004 de "Simón Trinidad", alto comandante das Farc extraditado depois para os Estados Unidos.

A mesma fonte diz que os documentos mostram "Lucho" junto a Núbia Calderón Trujillo ('Esperanza'), também membro das Farc, e os acusa de "facilitar o deslocamento e a identificação falsa de membros desta organização narcoterrorista em território equatoriano".

Com a comparação das fotografias e filmagens, o Ministério concluiu que "provavelmente se trata da mesma pessoa".

"Por conseguinte, se assume que seja equatoriano", ratificou hoje o ministro Santos, o qual reconheceu, entretanto, que falta a realização "do teste de impressões digitais ou do de DNA" para comprovar tal hipótese.

No entanto, o procurador-geral substituto do Equador, Alfredo Alvaer, disse hoje aos jornalistas que Aisalia pôde ser identificado depois que a Polícia do Equador enviou suas impressões digitais à colombiana.

Ainda na opinião do ministro da Defesa colombiano, o presidente do Equador, Rafael Correa, pode estar sendo vítima de sua boa fé ao acreditar que "este indivíduo ('Lucho') era um pobre personagem que não tinha nada a ver com as Farc".

"Não fica bem para o presidente Correa defender uma pessoa que possa ter tido conexões com as Farc", ressaltou o ministro colombiano, para quem o que cabe perguntar é o que um equatoriano e alguns mexicanos faziam na base guerrilheira.

As Farc sustentam que outros 15 rebeldes foram mortos junto com Reyes e que os outros nove mortos eram civis.

Quatro mexicanos já foram identificados como vítimas do ataque colombiano, mas seus familiares negam que fossem guerrilheiros.

"Alvo Legítimo"

Santos advertiu que "qualquer pessoa que esteja em um acampamento de terroristas, como este acampamento de Raúl Reyes, se expõe a um altíssimo risco, seja ou não guerrilheiro, de ser atacado, porque é um alvo militar legítimo".

"Este é o fundo de todo este problema", afirmou o ministro colombiano, rejeitando a versão de uma mexicana sobrevivente de que tinha visitado a base rebelde por turismo.

Para Correa, este "gravíssimo problema" ganharia força caso haja a confirmação de que o corpo é de Molina, porque isso "seria o assassinato de um equatoriano em solo do Equador por forças estrangeiras".

A advertência feita por Correa no sábado passado foi respondida imediatamente pelo Governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, em um breve comunicado no qual apontou que "o acampamento de Raúl Reyes era um local de terroristas que atuavam contra o direito à segurança do povo colombiano".

O novo embate de declarações ocorre no momento em que o Executivo colombiano espera uma rápida normalização das relações diplomáticas com o Equador, após terem sido rompidas dois dias depois do bombardeio e terem começado a se restabelecer gradualmente na Cúpula do Grupo do Rio realizada no último dia 7, em Santo Domingo.

O mesmo foi feito pelo presidente nicaragüense, Daniel Ortega, que havia rompido relações com a Colômbia em solidariedade com o Equador, e pelo da Venezuela, Hugo Chávez, que pela mesma causa ordenou o fechamento de sua embaixada em Bogotá e expulsou a diplomacia colombiana em Caracas.

 

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