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Partidários de Mugabe continuam confisco de terra de brancos
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da Folha Online
Partidários do ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, tomaram à força uma das últimas propriedades agrícolas nas mãos de brancos do país, informou a imprensa oficial, em meio à tensão diante da incerteza sobre os resultados das últimas eleições presidenciais, realizadas no último dia 29.
Um grupo de "veteranos de guerra, colaboradores de guerra e membros das juventudes do partido (de Mugabe) ZANU-PF ocupou a propriedade de um homem (branco) em Masvingo e lhe deram quatro horas para desalojá-la", afirmou a TV pública.
27.mar.2008/Efe |
Ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, durante cerimônia em março; Mugabe ordenou confisco de terras de brancos em 2000 |
A mesma fonte disse que a cidade de Masvingo (sul) registrou uma grande afluência de brancos, e que os partidários de Mugabe tomaram a propriedade "em reação às notícias de que antigos granjeiros comerciais brancos estão voltando para reocupar a terra".
Esses fatos acontecem um dia depois que os veteranos da guerra da independência expressaram sua vontade de "defender a soberania nacional" e lançaram uma advertência contra qualquer provocação, depois que seu herói Mugabe sofreu um duro golpe nas eleições gerais.
Mugabe recorreu com freqüência aos veteranos para intimidar seus oponentes e como ponta-de-lança das expropriações de propriedades agrícolas nas mãos de brancos, que caracterizaram sua polêmica reforma agrícola de 2000.
Em 2000, o governo expropriou 3.041 fazendas em poder de proprietários brancos, sem compensação econômica, afirmando que iria entregá-las a meio milhão de camponeses negros sem-terra. As fazendas desapropriadas representam dois terços do total do país.
A grave crise econômica na qual o país se encontra atualmente --com inflação recorde de mais de 100.000% ao ano e taxa de desemprego de 80%-- teve início quando Mugabe ordenou o confisco de terras em 2000, arruinando uma das economias mais desenvolvidas da África até então.
Oposição
O chefe da oposição, Morgan Tsvangirai, se declarou neste sábado vencedor das eleições presidenciais de 29 de março, cujos resultados anda não foram divulgados, e acusou o Zanu-PF de fomentar "uma guerra contra o povo do Zimbábue como em 2000".
"O resultado é conhecido, o MCD venceu as eleições presidencial e legislativas. O presidente Mugabe e o ZANU-PF devem aceitar os resultados", disse Tsvangirai à imprensa.
"O MCD venceu as eleições e não aceitará que a vontade do povo seja suprimida", acrescentou.
Arte Folha Online |
"O ZANU-PF está preparando uma guerra contra o povo zimbabuano, como a que vimos em 2000", disse Tsvangirai, em referência à onda de violência desencadeada quando uma proposta de reforma constitucional apoiada por Mugabe foi derrotada em um referendo.
Tsvangirai prometeu que caso Mugabe, no poder há 28 anos, aceite sua derrota, terá sua segurança garantida.
As eleições gerais foram realizadas em 29 de março, mas até agora a Comissão Eleitoral não revelou dado algum sobre as eleições presidenciais. Em troca, apresentou os resultados das legislativas, nas quais o partido de Mugabe perdeu pela primeira vez a maioria na Câmara dos Deputados para o MCD.
Com France Presse
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